O Código de Defesa do Consumidor define o consumidor como sendo aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Atualmente identificamos um movimento no qual cada vez mais “o uso” vêm tomando o espaço “da posse” no mercado de consumo, especialmente entre os jovens.

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Em alguns casos vale mais a pena usufruir do que possuir

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Hoje em dia busca-se muito mais a felicidade e o prazer em experiências de consumo, tais como passar uma semana em um festival de música, alugar uma casa em algum lugar especial para curtir com os amigos, um jantar em um restaurante estrelado, do que ter o carro do ano, as roupas da moda, o eletrônico mais moderno.

Por esse motivo que aplicativos como Airbnb, Uber, bicicletas compartilhadas, sites de aluguel de vestidos, de financiamento coletivo, carros autônomos (sem motoristas) estão ganhando grande repercussão e ampliando o número de usuários. Em alguns casos vale mais a pena usufruir do que possuir.

Pra que ter um vestido de festa que ficará ocupando lugar no armário se posso alugar um desenhado um grande estilista sempre que tiver uma ocasião para usá-lo?

Uma pesquisa da Morgan Stanley constatou que em média os carros são dirigidos apenas 4% do seu tempo de vida. Se considerarmos os gastos com gasolina, impostos, seguro, estacionamento passamos a entender a razão dessa tendência em compartilhar.

Por que o Uber incomoda tanto os taxistas? Porque o nível de serviço é superior e o valor pago é menor. O consumidor acaba pedindo uma experiência parecida dos taxistas, elevando o nível de serviço.

O Airbnb nos convida a sentir o local que visitamos de uma maneira mais real, nos dando a oportunidade de “morar” na cidade que resolvemos conhecer. Ocupar a casa de alguém durante a nossa estadia é uma forma autêntica de se adaptar aos usos e costumes do lugar.

Mas o que tudo isso tem a ver com o direito do consumidor? Cada vez mais teremos que lidar com os contratos de prestação de serviço e ver se de fato estão adequados aos nossos anseios e buscar informações para saber quando é interessante ter a posse ou quando vale mais a experiência.

Para tomar a decisão, você precisa ter informações precisas daquilo que está adquirindo e entender se para você faz sentido comprar aquele determinado bem. Todo produto deve conter dados claros e precisos quanto a quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e modo de utilização. Da mesma forma, antes de contratar qualquer serviço, você deve ter todas as informações que julgar necessárias. Questione sempre os fornecedores e esclareça todas as dúvidas antes de adquirir o produto ou serviço. O melhor guia é estar atento as suas reais necessidades.

Fonte: Possuir ou compartilhar um produto? – Terra

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