Harry Schmelzer Jr. também analisa o cenário econômico e diz como a companhia pretende crescer 17% ao ano até 2020
Executivo falou sobre o mercado de energia em palestra da Expogestão neste anoA WEG chegou ao topo. Eleita pela primeira vez a melhor empresa do Brasil pelaExame – já se destaca na premiação da revista no setor de bens de consumo há 11 anos –, a companhia, com sede em Jaraguá do Sul, faturou US$ 2,7 bilhões no ano passado e planeja receitas totais de aproximadamente US$ 6,7 bilhões (R$ 20 bilhões pela cotação atual do dólar) em 2020.
O presidente Harry Schmelzer Jr. credita parte da conquista ao trabalho de seus funcionários e ao constante processo de busca por inovação. Nesta entrevista exclusiva, o executivo revela que o grupo fará investimentos em compras no exterior e no País. Também conta que Jaraguá do Sul e Itajaí receberão investimentos no negócio de energia solar.
A Notícia – A WEG conquistou o maior reconhecimento nacional ao ser eleita a “Empresa do Ano” da revista Exame. Que fatores tornam a companhia a melhor do País?
Harry Schmelzer Jr. – Não atribuo este reconhecimento nacional às realizações de 2014, mas a tudo o que temos construído ao longo de nossa história. A WEG sempre se pautou pelo contínuo desenvolvimento e domínio de tecnologias e pela valorização das pessoas.AN – Quanto a empresa investe em tecnologia?
Schmelzer – A WEG aplica 2,5% da receita operacional líquida em pesquisa e desenvolovimento de produtos. E estamos sempre dedicados, fortemente, a perseguir a inovação e a busca por novos negócios. Nos últimos cinco anos, metade da receita obtida veio de produtos e negócios novos. Em 2014, a WEG faturou US$ 2,7 bilhões. Para 2020, projeta alcançar US$ 6,8 bilhões, ou R$ 20 bilhões. Entendemos haver potencial para tanto.AN – A empresa fez revisão de seus planos?
Schmelzer – Em 2010, fizemos a revisão de planejamento. Atuamos nos segmentos de motores elétricos, automação, tintas e energia.AN – O crescimento passa por aquisições?
Schmelzer – Sim. O crescimento vai passar por aquisições, principalmente no exterior, mas também no Brasil. O exterior está mais interessante. Lá há mais oportunidades. A WEG vai crescer, em média, 17% ao ano até 2020, apesar de nos dois últimos anos o cenário não ter sido favorável. A WEG não compra faturamento. Interessa-nos comprar tecnologias novas ou negócios novos para entrarmos em mercados onde ainda não estamos presentes.AN – Quais mercados?
Schmelzer – Nós nos direcionamos a segmentos de máquinas elétricas, automação para indústria e geração de energia. Estamos antenados com o que nos dá sinergia.AN – Quais as tendências?
Schmelzer – As grandes tendências do mundo se relacionam à redução de emissão de gases de efeito estufa. Então, focamos em motores de maior eficiência e em energias renováveis. Somos fornecedores de aerogeradores e estamos indo para o mercado de energia solar. Outro campo é o de fornecimento de motorização de barcos, navios e para ônibus elétricos e caminhões.AN – O Brasil é viável para os negócios?
Schmelzer – O Brasil é viável, sem dúvida. Tem grande potencial. O que o Brasil está passando, hoje, é cíclico. O ajuste fiscal está sendo feito em um ano difícil. Deveria ter sido feito antes. O Brasil precisa de mais segurança para investidores em infraestrutura e em negócios de comércio exterior.AN – O cenário inibe?
Schmelzer – Isso não significa que não vamos fazer investimentos no País. Vamos investir em Jaraguá do Sul e em Itajaí. As duas cidades vão receber investimentos em energia solar. Atualmente, 51% da nossa receita vêm do exterior. A meta é elevar este percentual para 60% do total. Mas os outros 40% virão de operações feitas aqui.AN – Qual é o ambiente para os empregos?
Schmelzer – A WEG não está contratando nas unidades brasileiras. Empregos novos estão surgindo nas unidades do México e da China.