Eco-Eletro já levou computadores reciclados a comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul

Projeto da USP vai mostrar como reciclar resíduos eletrônicos em Joinville Claudia Baartsch/Agencia RBS

Palestrante Walter Goya alerta para os “tesouros” que existem em componentes eletrônicos

O novo ciclo do ouro começa na reciclagem de materiais eletrônicos, que chega a Joinville com técnicas aplicadas pelo projeto Eco-Eletro da Universidade de São Paulo (USP).

Nesta terça e quarta-feira, participantes do projeto estarão na Univille para capacitar instituições no manuseio, armazenamento e venda dos recicláveis que, além de plástico e ferro, contêm silício, chumbo, cobre, níquel e prata. Esse tesouro e seus segredos logo estarão nas mãos de catadores joinvilenses.

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Processadores, principalmente os mais antigos, são verdadeiras joias. O ouro já foi um dos metais mais usados na condução de energia em circuitos elétricos, sendo o material de que são feitos ou revestidos os fios desses eletrônicos. Um quilo de processadores pode custar R$ 50,00, enquanto o de mouses é arrematado por R$ 0,10.

Mas de nada adianta ter uma mina de ouro nas mãos e não saber manuseá-la. Por isso, os responsáveis pelo projeto compartilharão conhecimento com representantes da Fundamas, da Udesc, de uma ONG de Jaraguá do Sul e dos cursos de economia e engenharia ambiental da Univille. Essas entidades serão multiplicadoras de conhecimentos às associações de catadores joinvilenses.

China, Gana e Índia, de acordo com o palestrante do projeto, Walter Akio Goya, são países que tratam de forma rudimentar a sucata eletrônica. Nesses lugares, as peças são queimadas para a separação dos metais valiosos, o que acaba gerando uma fumaça tóxica. Na cidade de Agbogbloshie, em Gana, existe um lixão a céu aberto com montanhas de sucatas eletrônicas.

— É isso que queremos evitar no Brasil — alerta Akio.

Cobre e alumínio, segundo o palestrante, são mais fáceis de extrair das peças. O ouro, a prata e o níquel ficam nas placas. Muitas vezes quem lida com a sucata eletrônica acaba perdendo dinheiro por não saber para quem vender os componentes.

Nos dois dias de curso, das 9 às 17h30, eles aprenderão o valor da cada peça e como extrair delas o melhor, além de serem introduzidos ao mercado e saberem para quem vendê-las.

Manusear corretamente e não deixar os componentes expostos à água e ao calor, de acordo com Akio, podem evitar que eles contaminem a natureza e se tornem ameaças à saúde porque alguns materiais podem causar câncer. O foco do trabalho em Joinville é mostrar como a sucata deve ser separada e instruir os catadores na caça ao tesouro que se esconde entre os circuitos.

Do lixo para as aldeias

Um computador feito de peças rejeitadas leva inclusão digital na aldeia guarani-caiová, de Passo Piraju, em Dourados (MS). Em outra etapa do projeto, ainda não trazida a Joinville, os catadores aprendem a fazer triagem de peça apenas ao olhar para ela e fazer testes com a finalidade de descobrir quais componentes podem servir para montar um novo equipamento.

Os ensinamentos do Eco-Eletro seguem para Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Distrito Federal.  Joinville é a primeira cidade catarinense a receber o projeto, que ensina sobre uma atividade crescente no mundo inteiro: “a mineração de resíduos eletrônicos”.

Fonte: Projeto da USP vai mostrar como reciclar resíduos eletrônicos em Joinville – A Notícia

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