Empresa também estuda parceria com Celesc para fornecer gás em período de alta demanda de energia em SC. Numa circunstância específica, em alguns dias de dezembro, a SCGás se socorreu do cheque especial para fechar as contas. A empresa já pediu aumento de tarifa de 2,3% à agência reguladora.
Há 15 meses a tarifa não sobe. Mas, diante do provável cenário de estabilidade, e até de eventual recuo da cesta de óleos, o valor pode até diminuir no segundo semestre, explica o presidente Cosme Polese. No ano passado, a companhia teve lucro de aproximadamente R$ 40 milhões. Há projetos para o município de Garuva receber gás natural. Uma parceria com a Celesc para oferta de gás, em determinados períodos de queda de consumo, pode acontecer.
Sem aumento em 2014
A SCGás não elevou a tarifa de gás natural no ano passado. Em 2014, apenas nos três últimos meses o custo de aquisição do gás, que é importado da Bolívia, subiu, afetado principalmente pelo câmbio, registrando leve queda durante a maior parte do ano. A atualização tarifária acontece apenas quando há flutuação no preço do custo do gás.
Efeitos no caixa
Os principais desafios da SCGás, atualmente, estão na gestão do caixa da empresa. Em dezembro, nossa margem de distribuição foi negativa, o que afetou o caixa do mês de janeiro de 2015. Recorremos ao cheque especial em alguns dias, mas se trata de evento esporádico.
Resultado
Ainda estamos fechando nosso balanço, mas a companhia registrou lucro aproximado de R$ 40 milhões. Destes, 75% ficam no caixa da empresa para sua operação e investimentos, política que adotamos a partir de 2012. E 25% são dividendos a serem distribuídos.
Aumento
Há 15 meses a SCGás estuda a possibilidade de pedido de reajuste tarifário, motivado pelo aumento do custo de compra do gás, puxado pela disparada do dólar no último trimestre do ano passado. De novembro de 2013, data do último reajuste, a novembro de 2014, o custo de aquisição do gás aumentou quase 3%.
Queda
Se houver a estabilização do câmbio, e as projeções de manutenção de queda dos preços da cesta de óleos se mantiverem, é correto afirmar que o custo de aquisição do gás tende a cair no segundo semestre, o que apresentaria um cenário de potencial queda da tarifa.
Desde o início da operação da empresa até hoje, houve queda no preço da tarifa praticada ao mercado industrial em sete ocasiões. Ao longo de cinco anos dos 14 que operamos, o câmbio tem efeito imediato na tarifa e a cesta de óleos influencia apenas após três meses, conforme contrato de concessão.
Investimentos
A proposta da diretoria foi colocada para o conselho de administração e será apreciada no mês de fevereiro. Estimamos investimentos próximos de R$ 40 milhões com a implantação de mais 30 quilômetros de rede de distribuição. De 2011 a 2014, os investimentos em relação ao período anterior cresceram 37,5%.
O foco é interiorizar a oferta do gás natural. Entre os principais projetos estão o Serra Catarinense, com a chegada a Rio do Sul neste ano. E a ampliação do segmento do varejo nas cidades de Criciúma e Tubarão, além do atendimento a mais sete postos de GNV. Temos também projetos que levarão gás para Garuva, Gaspar, Guabiruba, Siderópolis, Içara e Sombrio.
Fiesc
A tendência é de aumento de consumo nos setores cerâmico e de vidros e cristais e queda nos de metalmecânico e têxtil. O mercado de GNV deve manter uma curva de crescimento registrada no final de 2014 porque o preço da gasolina deve aumentar muito. Nosso posicionamento é de competir fortemente neste segmento. Hoje, distribuímos quase 2 milhões de m³/dia por meio de quase 1,1 mil quilômetros de rede.
Oferta
Trabalhamos com quantidades diárias contratadas e temos hoje gás disponível a ofertar ao mercado. Não há registros de projeções de diminuição de consumo pelos clientes em 2015. Permanecemos com nossas ações comerciais. Estamos crescendo no varejo, atendendo a novas residências e comércios. Nossa meta é o crescimento de 3,25% do volume distribuído ao segmento industrial.
Gás no futuro
Temos dito ao governo federal, inclusive no grupo de trabalho que integramos no Ministério de Minas Energia, quais são nossas demandas. Está clara a necessidade de ampliação do suprimento ao Sul do Brasil. A implantação de terminais de GNL em Montevidéu e no Rio Grande do Sul mostra um cenário de ampliação de suprimento no longo prazo. Ainda no longo prazo, contamos com a repotencialização do Gasbol e a implantação de novos gasodutos de transporte entre os três Estados do Sul.
Contrato com a Petrobras
No médio prazo, precisamos de duas ações fortes: comercializar todo o gás que temos contratado e buscar uma ampliação de 15% do nosso contrato com a Petrobras a partir de 2016. No curto prazo, estamos adequando nossos contratos com os clientes visando a operação com mais previsibilidade de consumo. Operaremos mais próximos do limite de volume que temos contratado.
Celesc
Estamos estudando geração e cogeração. Uma parceria com a Celesc para oferta de gás em determinados períodos de queda de consumo pode acontecer. Sabemos dos desafios da energia elétrica. O gás será, em SC, um importante parceiro desse desafio que o País enfrenta.
Termelétricas
Há vários projetos para Santa Catarina. Todos eles dependem de grande oferta de gás natural e da aprovação do Ministério de Minas e Energias. São investimentos da iniciativa privada – ou pública e privada, que transcendem a competência da SCGás.
FONTE: A Notíca