Empresa, que nasceu de um projeto de intraempreendedorismo, vence crise econômica do país e faz Positivo crescer no mercado nacional

Thiago Miashiro, Marcelo Reis e Vinicius Grein: o trio comanda a Quantum  (Foto: Divulgação)

Quando Marcelo Reis, gerente-geral da Quantum, é instigado a falar sobre o desempenho da empresa, “alívio” é a primeira coisa que ele diz. Nas entrelinhas, o que Reis quer dizer é que a startup, um projeto de intraempreendedorismo da Positivo para construir smartphones sofisticados, vingou: a unidade não só aumentou as vendas da empresa de tecnologia como passou incólume ao cenário de incerteza político-econômica e do dólar alto.

Com o bom desempenho, a Quantum, criada há um ano por Reis, Vinicius Grein e Thiago Miashiro (conheça a história aqui), sai do período de “provação” e, agora, entra numa nova fase: a de consolidação. E a empresa começou essa nova etapa pelo portfólio. Em julho, foi lançado o Quantum Müv, um celular com tecnologia intermediária; e, na semana passada, o Quantum Fly, smartphone cuja configuração compete com os chamados “top de linha”, como iPhone, Samsumg Galaxy S7 e Moto X. A expectativa é que os modelos repitam o sucesso do Quantum Go, o primeiro aparelho da marca.
 Hélio Bruck Rotenberg, da Positivo: "Nossa empresa foi importante para a inclusão digital do país" (Foto: Divulgação)

“Não revelamos o desempenho de vendas dos nossos produtos, mas a unidade ajudou a Positivo a pular da sexta para a quarta colocação no concorrido mercado brasileiro de smartphones. O grupo tinha 2,3% de market share; agora tem 6,1% e vai crescer mais”, diz. Reis aposta que o Fly, modelo com configuração de ponta e concorrente do iPhone e Galaxy S7, por exemplo, vai ganhar espaço no mercado por conta de preço. “Ele entrega mais recursos que os rivais, e custa R$ 1.299 à vista; menos da metade dos concorrentes”, diz.

Hélio Bruck Rotenberg, presidente do Grupo Positivo, prestigiou o lançamento do aparelho na semana passada, em São Paulo. À Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele disse que a Quantum tem levado a Positivo para um grupo de consumidores novos. “A gente sempre trabalhou bem com a classe popular na venda de celulares e computadores. Agora, entregamos um bom produto para quem gasta mais de R$ 1,3 mil num aparelho”, diz.

Confiança
Rotenberg conta que o sucesso da Quantum também o aliviou. “Ela faz sucesso num momento em que o mercado de smartphones vende pouco, o dólar está alto e as pessoas, desempregadas, pensam muito antes de comprar qualquer coisa. E se a marca vende, é porque o trio à frente do projeto está fazendo algo diferente e encantando o mercado”, diz. “Se não desse certo, o projeto não se sustentaria. É a realidade.”

Mas qual é a fórmula para o sucesso do primeiro ano? De acordo com Reis, ele está na cultura de startup que a Quantum tem.

“Como uma startup, falamos com os clientes, participamos em grupos de discussão dos usuários, acessamos as redes sociais para ler o que falam da gente, e, ainda, fazemos conversas em vídeo com alguns grupos”, diz. Com essa estratégia, Reis pegou todo tipo de opinião negativa e positiva sobre a empresa e seu primeiro aparelho. “Com base no que aprendemos com os clientes, a gente conserta o que dá, como o software”, diz.

A interação do dia a dia rende ainda uma base de dados rica para a Quantum, como uma lista do que os consumidores mais querem num celular. “O preço baixo é, claro, uma exigência. Mas o brasileiro gosta mesmo é de tela grande, design e bateria que dure o dia inteiro”, diz.
Foram esses dados que Vinicius Grein, o responsável pelo design dos smartphones da Quantum, levou à China, no começo deste ano, para desenhar o novo Fly. “Eu falava para os engenheiros e designers: o aparelho tem que encantar e deixar todo mundo chocado, no bom sentido, com o estilo e o preço”, diz.

Quantum Fly: smartphone feito de acordo com o gosto do brasileiro (Foto: Divulgação)

O Fly (foto acima) foi o resultado dessa série de encontros com os parceiros. O aparelho tem 3GB de memória RAM, 32 GB de armazenamento e um processador de 10 núcleos – uma configuração que roda todos os tipos de games e aplicativos do momento e tem espaço para guardar milhares de fotos e vídeos.

Com recurso para chips 4G de duas operadoras, o aparelho tem uma tela com 5,2 polegadas e duas câmeras: uma para selfie com 8 megapixels e a principal com 16 megapixels. Leve e fino, com 140 gramas e 7,5 mm de espessura, o Fly é feito com alumínio fosco e roda o sistema Android 6.0. Além disso, é equipado com sensores de proximidade, luminosidade, giroscópio, magnetômetro, bússola eletrônica e um leitor de impressão digital.

“Se o celular fizer sucesso, vamos ser um rival incômodo para os grandes, pois vamos estabelecer novos padrões de preço e qualidade no mercado”, diz Reis. “Ou seja, fazer o que startups devem fazer”.

Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios

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