Mórris Litvak se inspirou em sua avó, que trabalhou até os 80 anos de idade, para criar a Maturi Jobs
O Brasil vive um momento difícil para certa faixa da população. Com a crise, muitas pessoas na faixa dos 50 e 60 anos perderam seus empregos e agora se encontram em uma situação muito delicada: não conseguem se recolocar no mercado e ainda não podem se aposentar.
Foi pensando nisso que o empreendedor Mórris Litvak teve a ideia de lançar uma plataforma de empregos para pessoas mais velhas, conectando empresas interessadas neste tipo de mão de obra a quem não quer – e nem pode – parar de trabalhar.
A ideia de tirar a Maturi Jobs do papel surgiu por um motivo pessoal: Mórris viu sua avó ser obrigada a se retirar do mercado de trabalho aos 80 anos após um acidente. “Ela adoeceu rapidamente depois que teve que parar de trabalhar. Eu vivi tudo isso de muito perto e ela se tornou minha grande inspiração”, diz o empreendedor.
Além de Dona Keila, outra motivação de Mórris foi sua experiência como voluntário em uma casa de repouso. “Vi que muitas pessoas param cedo de exercer atividades importantes. Comecei a pensar em algo que pudesse mudar isso”, afirma.
O desenvolvimento da plataforma calhou ainda mais quando a crise econômica no Brasil começou a desempregar parte da população mais velha no Brasil. “Com o aumento das demissões e a reforma da Previdência em pauta, era necessário tirar o projeto do papel.”
A Maturi Jobs, que entrou no ar no início de 2016, permite que empresas publiquem vagas específicas para o público mais velho, com mais de 50 anos. A partir daí, os usuários da plataforma podem se candidatar às vagas de maneira gratuita. Os processos são realizados pelas contratantes.
Para o empreendedor, a empresa que contrata funcionários mais experientes pode ganhar de diversas maneiras. “É um público que vai crescer como consumidor e, se quer vender para eles, precisa ter dentro da casa. Outro ponto positivo é que as pessoas mais velhas costumam ser mais fiéis ao negócio”, diz.
A Maturi Jobs hoje funciona com um modelo que cobra das companhias e não dos candidatos. “O que está sendo um desafio neste período de crise. Estamos trabalhando e pensando em novos modelos”, diz o fundador da startup.
Em um ano, a plataforma já publicou vagas de 300 empresas para mais de dez mil pessoas cadastradas. A maioria delas está relacionada aos setores de vendas, atendimento ao cliente e funções administrativas. Mórris estima que ao menos 100 pessoas foram recolocadas no mercado de trabalho por conta da Maturi Jobs. A startup faturou R$ 7 mil em fevereiro.
Fonte: PEGN