10 respostas às questões mais comuns de quem vai abrir um negócio

Muitos futuros empreendedores são movidos pela vontade de “não ter chefe” e pela possibilidade de ficarem ricos. É preciso ter cuidado com pré-conceitos.

Está pensando em empreender?Há nove anos, quando iniciei minha jornada no mundo dos empreendedores, a palavra empreendedorismo não era tão pop quanto é hoje; ainda não estávamos na moda. De lá pra cá, muita coisa mudou: empreender virou o sonho de milhões de brasileiros, muitos movidos pela vontade de “não ter chefe” e pela possibilidade de ficarem ricos.

1. Eu vou mesmo ser o único chefe?

Não ter chefe, infelizmente, não é 100% verdade. Você tem muito mais “chefes”: seus clientes, seus parceiros, seus funcionários, todos que dependem de você e da sua empresa. Você vai perceber que essas cobranças são muito piores.

2. Tenho chances de ficar rico?

Sim, claro que tem, se você criar um negócio que gere valor para as pessoas, que resolva problemas reais da sociedade, você tem uma grande chance de ficar rico. Qual o caminho? O que devo aprender?

3. Se já trabalhei em empresas, sei empreender?

A parte difícil: o mundo corporativo não te prepara para empreender. Acredite nisso: eu mesma senti na pele. As regras estabelecidas no ambiente corporativo mais o despreparam, porque o aprisionam numa caixa onde você é responsável pela sua área e pelos seus objetivos, e pouco se preocupa com as demais questões da empresa.Se precisa de contratação de funcionários, chame o RH; se precisa resolver uma questão jurídica, chame o departamento jurídico; e assim vai. Quando você empreende, não tem a quem chamar a não ser você: sua capacidade, seus conhecimento e suas relações.

4. Posso buscar ajuda?

A primeira coisa é deixar o orgulho de lado e não ter medo de pedir ajuda, de contar com amigos e pessoas do seu relacionamento. Se conseguir, arrume um mentor: alguém reconhecido, com mais experiência e que tenha uma boa rede de relacionamentos. Além de conselhos, vai abrir portas para você.

5. Como posso aprender mais sobre empreender sozinho?

Não conhece o mundo dos empreendedores? Busque capacitação! Existem cursos rápidos que podem ajudá-lo a entender este ambiente e lhe economizam um bom tempo. Todo investimento em conhecimento sempre vale a pena.Algumas dicas de cursos estão abaixo, mas você pode buscar capacitação também online, como os portais Endeavor, Sebrae e Rede Mulher Empreendedora:

7. E como ter ideias?

Não tem ideia de que tipo de negócio abrir? Todo mundo fala para você seguir seu sonho, é verdade, mas não adianta seguir seu sonho se ninguém quiser comprar, certo? Além de seguir o sonho, é importante estar atento aos movimentos da nossa sociedade.O que isto significa? As melhores oportunidades de negócios estão nos maiores problemas da sociedade.

7. Posso (e devo) empreender sem sócios?

Sozinho ou acompanhado? Empreender já é naturalmente muito solitário. Ter os sócios certos, com competências complementares e com mesmos valores de vida é um bom passo para o sucesso do seu negócio.

8. Dá para empreender sem dinheiro?

Com ou sem dinheiro? Dependendo do tipo de negócio, você vai precisar de menos ou mais recursos financeiros. Prepare o terreno, faça uma reserva financeira e reorganize suas despesas.No início, todo negócio exige investimento, além da sua dedicação de tempo. Essa fase varia de 18 meses a 5 anos, em alguns casos. Anjos investidores só aparecem numa fase mais a frente, quando seu negócio precisa de recurso para crescer. Até lá, você tem que se virar com o que tem ou buscar apoio de familiares e amigos.

9. Tive uma ideia. E agora?

Decidiu qual ideia vai botar de pé? Mão na massa: menos plano de negócio e mais ação. Nessa fase, o mais importante é ter uma versão simples do seu produto ou serviço e testar o processo de vendas com clientes reais. É que o chamamos de MVP (Mínimo Produto Viável), fase importante para testar o modelo, fazer ajustes, corrigir erros e, acima de tudo, gerar aprendizado para o empreendedor.

10. Está dando tudo errado. Devo desistir?

O negócio já está rodando e não está dando os resultados que você imaginava? Bem vindo ao mundo dos empreendedores: onde a rotina não faz parte do jogo, o risco é constante e ter estômago forte vai ajudá-lo a atravessar a fase mais difícil de qualquer negócio.Mas, acredite: estando no caminho certo, você tem a chance de construir algo que não só vai mudar sua vida, mas pode mudar a sociedade.Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME).Fonte: Exame

7 passos para finalmente abrir um negócio em 2017

Quer criar seu próprio empreendimento este ano, mas nem sabe por onde começar? Confira suas principais tarefas:

São Paulo – O ano de 2017 traz novos ventos econômicos. Com isso, muita gente que até imaginava virar empreendedora, mas tinha receio de enfrentar anos de recessão, resolveu tomar coragem e adicionar o negócio próprio na lista de promessas.“Há um consenso dos economistas de que a economia vai fazer um movimento contrário neste novo ano: a descida do crescimento se tornará uma subida, ainda que seja algo lento e gradual. É uma época que vai ser diferente, porque as expectativas também são diferentes”, analisa Gilbeto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ.Com isso, alguns setores podem começar a crescer neste semestre e, principalmente, no próximo. “É uma boa época para procurar negócios e pesquisar o segmento certo, o lugar certo e o momento de abertura certo”, completa Luis Henrique Stockler, da consultoria ba}STOCKLER.Além disso, Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae, prevê que algumas medidas podem ser aprovadas neste ano para melhorar o ambiente empreendedor.A principal delas é a redução do tempo de abertura de empresas que se encaixam no programa Simples Nacional: esse período passaria de 102 para 5 dias. “Em Brasília, já conseguimos estabelecer um padrão de países desenvolvidos, que é um prazo de 2 dias para a abertura de negócios. Agora, o próximo alvo é a cidade de São Paulo.”Ficou animado com as perspectivas de 2017 e quer, finalmente, abrir seu primeiro negócio próprio? Confira, a seguir, alguns passos essenciais para isso:

1. Pesquise bem o que você irá fazer

O primeiro passo de um negócio é, claro, ter uma ideia. Porém, apenas uma ideia não forma um negócio de sucesso: é preciso verificar se ela condiz com a realidade.Por isso, um dos primeiros passos para empreender é realizar uma boa pesquisa de mercado. “Pesquise quem é seu público-alvo ideal, quem são seus concorrentes e, principalmente, qual será a sua proposta única de valor, o seu diferencial”, aconselha Stockler.

2. Elabore um plano de negócios e faça o teste

Agora que você já pesquisou as condições do seu futuro mercado de atuação, é preciso estruturar sua empresa de forma mais detalhada.Como? Fazendo um bom plano de negócio, colocando aspectos como atividade principal, proposta de valor, público-alvo, parcerias estratégicas, fontes de receita e estrutura de custos.Sobre dimensionar o capital necessário, um aviso: sempre se prepare para talvez gastar mais do que você estima. “Não dá para pensar em tudo que pode acontecer com uma empresa: imprevistos ocorrem. Por isso, se seu capital estimado for de 100 mil reais, guarde 150 mil reais, por exemplo.”Se você não sabe como estruturar um plano de negócios, há diversas metodologias que facilitam o trabalho. Uma das mais conhecidas é o Business Canvas Model, por exemplo. Também há sites e instituições que ajudam nesse planejamento, como o Sebrae.“O plano de negócios é importante porque diminui a margem de erro no início na operação. Mesmo que você precise de um profissional para isso, é um investimento que se paga no futuro”, completa Braga, do Ibmec.Vale lembrar que o plano de negócios também inclui a construção de um Mínimo Produto Viável (MVP): uma versão simplificada do que você irá oferecer, que deve ser testada entre seus clientes potenciais. Se a resposta deles for positiva, é hora de realmente investir o capital projetado.

3. Avalie pontos comerciais

Um dos poucos lados bons em uma crise econômica é que quem abrir um negócio encontra melhores condições de negociação com seus fornecedores, diante da falta de demanda. É o caso, por exemplo, dos pontos comerciais para aluguel.Por isso, se seu negócio precisa de uma sede física para operar, é uma boa hora para pesquisar. “Há muitos imóveis comerciais com descontos ou com multas anteriores perdoadas, e isso significa uma redução significativa no seu investimento inicial”, ressalta Braga, do Ibmec.

4. Procure estudar mais sobre gestão e mentalidade empreendedora

Outro passo muito importante para abrir sua própria empresa é abandonar a mentalidade de funcionário: ou seja, pensar apenas no seu setor de atuação.Ao estudar conceitos de gestão, que costumam ser mais amplos e abranger diversos setores, você começará a pensar mais como um empreendedor – unindo sua habilidade inovadora a uma visão estratégica da empresa. “Sem essa mentalidade, o negócio não vira. É como dirigir: quem não sabe acelerar direito, capota na primeira curva”, ressalta Afif, do Sebrae.Assim como no plano de negócios, é possível aprender mais sobre administração empresarial por meio de materiais gratuitos e online.

5. Arranje um mentor

Caso você seja um empreendedor de primeira viagem, tudo isso pode parecer uma tarefa muito complicada.Por isso, pode ser uma boa ideia arranjar um consultor ou mentor de negócios – seja de maneira formal ou simplesmente pedindo conselhos a quem já passou por essa experiência.“É sempre bom o iniciante ter um consultor sênior: alguém que tem uma visão que esse empreendedor de primeira viagem, por falta de experiência, não tem”, defende Afif.Esse mentor poderá ajudá-lo tanto na etapa de concepção do plano de negócios quanto no futuro, quando sua empresa passar por problemas mais específicos – além de contribuir para a formação do seu networking no mundo empreendedor.

6. Faça um calendário de atividades

Você já tem uma ideia, um bom plano de negócios, um teste com seu público-alvo, um ponto comercial e até um mentor para ajudá-lo com suas futuras dúvidas. Agora, é hora de realmente partir para a ação: crie um calendário de atividades e faça sua empresa acontecer.Para não perder os detalhes de cada uma das tarefas e se enrolar no planejamento, Stockler recomenda usar uma metodologia chamada “5WH2”. Derivada do inglês, a sigla elenca sete perguntar que você deve responder sobre cada atividade que fizer: o quê (“what”), por quê (“why”), quando (“when”), onde (“where”), quem (“who”), como (“how”) e quanto (“how much”).

7. Estabeleça uma presença digital

Uma dessas atividades, diz Braga, é a elaboração de uma presença digital – mesmo se sua empresa ainda nem abriu as portas.“É uma tarefa de custo baixo, mas que agrega muito valor à empresa. Você já ganha um ponto de diferenciação em relação aos seus concorrentes se tiver uma boa presença e os consumidores conseguirem saber mais sobre seu negócio”, ressalta o docente do Ibmec. “Além de divulgar seu produto ou serviço, sua marca também começa a ser lembrada pelas pessoas, incluindo seu público-alvo.”Fonte: Exame

Após dever R$ 1 milhão, empresário agora vende adubo chamado Bosta em Lata

Conheça a empresa que dá nome inusitado a adubo

Leonardo de Matos, 41, acumulou R$ 1 milhão em dívidas quando era dono de uma confecção de roupas masculinas, em 2012. Para dar a volta por cima e pagar os R$ 275 mil de débitos que ainda restam, ele aposta em um produto de nome curioso: um adubo orgânico chamado "Bosta em Lata".A ideia de negócio surgiu a partir de seus antigos clientes, que diziam: "Léo, se deixar, você vende até bosta em lata". Acreditando em seu talento para vendas, ele resolveu apostar na ideia. Foram dois anos e meio e R$ 15 mil investidos para desenvolver o produto.A Bosta em Lata é um adubo orgânico composto por esterco bovino (cerca de 10%), turfa e terra. É indicada para uso doméstico, em todos os tipos de planta e em qualquer fase. Uma lata de 500g custa R$ 19,90 na loja virtual."O uso recomendado é de duas colheres por vaso de planta por semana. Se a pessoa tiver cinco plantas, uma lata dura cerca de dois meses" afirma o empresário.Ele diz que o produto não tem mau cheiro e não exige nenhum cuidado especial para manipulação. "É cheiro de terra molhada, lembra fazenda, infância", declara. A produção é terceirizada, feita por uma fazenda de Nova Europa (317 km a noroeste de São Paulo).

Embalagem é diferencial

O grande diferencial do produto, além do nome que chama a atenção, é a embalagem, pois outros adubos do mercado vêm em sacos. "É fácil de abrir, vem com uma colher medidora para aplicação e é reutilizável. Depois de esvaziada, dá para plantar na própria lata, por exemplo", diz.A loja virtual foi lançada no começo do ano, mas Matos considera o mês de julho como o lançamento oficial, quando ele deixou suas outras atividades de vendas para se dedicar totalmente à empresa. Até agora, foram vendidas 1.200 unidades, segundo ele.As vendas são feitas para todo o Brasil por meio da loja virtual, mas o empresário busca parcerias com lojas de jardinagem e grandes redes de varejo que vendem produtos do ramo para tornar o produto mais conhecido e diversificar seus canais de venda.

Planejamento e recuperação

Matos diz que, desta vez, elaborou um planejamento cuidadoso para não repetir os erros passados, que o deixaram endividado. "Minha empresa anterior faliu por má administração. Estou conseguindo me recuperar das dívidas porque fiz um planejamento para a falência."Ele conta a história no livro "Quebrei – Guia Politicamente Incorreto do Empreendedorismo" (Alta Books).Agora, ele aposta no planejamento estratégico e no marketing com bom humor para fazer a nova empresa decolar. "Toda a nossa comunicação tem humor, mas trabalhamos mais o lado da plantinha, do adubo, para não cair no ridículo. É uma linha muito tênue."

Nome atrai, mas pode assustar alguns

Para o consultor Adriano Campos, do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), a proposta irreverente pode atrair clientes. "O bom humor deixa as pessoas mais predispostas a comprar."A embalagem diferente, segundo ele, também é outro atrativo. "Pode ser um presente bem-humorado mesmo para quem não tem plantas. As pessoas podem comprar mais pela brincadeira."Porém, ele diz que o nome pode levar à dificuldade de compreender do que se trata o produto ou até fazer com que algumas pessoas se sintam agredidas."A palavra bosta, embora faça parte do dia a dia, pode ser considerada ofensiva para algumas pessoas. Elas podem pensar que é algo sujo, fedido, e não querer comprar. Outro risco é de avaliarem que se trata de um produto sem seriedade. Isso pode acontecer especialmente quando a marca é nova", declara.

Onde encontrar:

Bosta em Lata: www.bostaemlata.com.br

Quer abrir sua empresa em 2017? Especialistas dão 5 dicas

Se 2016 foi o ano da crise, 2017 será o ano da sobrevivência, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. O consumo deve continuar em baixa, e o desemprego deve aumentar. O cenário faz com que o empreendedorismo vire uma alternativa de renda para muitas pessoas, mas também aumenta o risco do negócio.Quem pretende abrir uma empresa em 2017 precisa estar atento ao noticiário econômico e acompanhar as tendências do mercado. Quem afirma é o consultor do Sebrae-SP Vitor dos Santos e o professor de empreendedorismo e estratégia de negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Alberto Ajzental.Abaixo, os dois especialistas dão cinco dias para quem pretende iniciar um negócio em 2017:

1. Não invista muito

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Os clientes estão com menos dinheiro e buscam soluções mais simples e baratas: produtos de marcas inferiores, consertos em vez de comprar um item novo e assim por diante.Além disso, quanto menor for o investimento, menor será o prejuízo se a empresa não der certo. "Não invista todo o seu dinheiro, arrisque menos e mantenha uma reserva financeira", diz Alberto Ajzental, da FGV. Começar com empréstimo nem pensar: os juros bancários estão muito altos, e é melhor buscar um sócio com capital, dizem os especialistas.

2. Aposte no que você já conhece

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Não adianta querer entrar em um negócio porque dizem que "dá dinheiro". Ter experiência no setor, conhecer a concorrência e fazer algo em que é bom e de que gosta são fatores que contribuem para o sucesso, segundo Vitor dos Santos, do Sebrae-SP.

3. Faça um planejamento financeiro

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Coloque no papel quanto vai investir, quando pretende ter o retorno do investimento, de quanto precisa para renda familiar e assim por diante."O planejamento financeiro detalhado é essencial para o sonho do negócio próprio não virar pesadelo", diz Santos.

4. Busque parcerias

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Manter uma estrutura enxuta é uma forma de diminuir os custos da empresa. Busque parcerias com outras empresas, seja para conseguir comprar matéria-prima a um preço menor, por exemplo, ou para terceirizar uma parte dos seus processos."Ter parceiros com experiência em outras áreas é positivo, pois permite que você foque no seu negócio principal", afirma Ajzental, da FGV.

5. Atenda uma necessidade básica do cliente

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Em épocas de crise, as pessoas compram apenas por necessidade. Quanto mais básica for a necessidade do cliente, menor será a dúvida dele na hora da compra."Os empresários precisam entender realmente qual é a necessidade do cliente. Não é entender do seu produto, e sim da necessidade que ele atende. Focar nisso é um ótimo argumento de vendas", diz Santos, do Sebrae-SP.Fonte: UOL

13 startups brasileiras que fizeram a diferença em 2016

Especialistas listam para EXAME.com alguns negócios inovadores brasileiros que se destacaram neste ano.

São Paulo – A recessão econômica que marcou o ano de 2016 trouxe dificuldades para muitas empresas – incluindo os pequenos e médios empreendimentos. Porém, alguns negócios conseguiram crescer justamente quando os mais tradicionais passavam por uma reflexão de estratégia: as startups.
Segundo quatro especialistas consultados por EXAME.com, é fato que o ecossistema de empreendimentos inovadores cresceu neste ano. Ainda que o tamanho dessa ampliação não seja um consenso – para alguns ela é tímida, enquanto para outros foi significativa -, há alguns movimentos que apontam uma melhora para o ambiente de startups.
A primeira grande tendência foi o interesse das grandes corporações nos pequenos negócios inovadores. “A entrada das gigantes no ecossistema de startups ajudou os negócios a captarem mais recursos e a se financiarem, seja por meio de acelerações e investimentos ou pela compra de projetos”, afirma Bruno Rondani, do Movimento 100 Open Startups. “Por outro lado, o governo ficou de fora desse movimento. Faltou investimento público em 2016.”Ana Fontes, idealizadora da Rede Mulher Empreendedora, também destacou a entrada de grandes empresas no ecossistema. “Isso ajuda o ambiente de startups a evoluir, mesmo em um ano instável como esse. Por exemplo, a Visa fechou uma parceria com o Startup Farm; a Telefônica está dando apoio por sua aceleradora, a Wayra; e o Bradesco fez sua segunda edição do programa Inovabra.”Outra tendência de 2016 é a descentralização: há mais empresas inovadoras surgindo fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. “Isso é muito importante para o desenvolvimento da economia do país como um todo. Vimos isso acontecer principalmente em cidades como Belo Horizonte, Florianópolis e Recife neste ano”, explica Caíque Pegurier, mentor Endeavor, coordenador de MBA na Inova Business School e CEO da Wide Desenvolvimento Humano.“Também vimos startups com reais inovações tecnológicas, e não apenas negócios com mudanças marginais em relação a empreendimentos já existentes. Estamos entrando para valer no desenvolvimento de tecnologia, com negócios disruptivos.”A última tendência destacada pelos especialistas é a popularização dos negócios inovadores – mesmo que a maioria ainda não os conheça como “startups.”“Vimos startups brasileiras se destacando e saindo do grupinho dos especialistas no tema. Hoje, vemos pessoas falando de negócios como o Nubank com naturalidade, sem nem saber que ele é uma startup. Para mim, é um sinal de maturidade do mercado”, explica Pedro Waengertner, da aceleradora ACE.Quais foram as startups que souberam aproveitar melhor os movimentos trazidos por 2016? Veja, a seguir, 15 negócios brasileiros inovadores, que fizeram a diferença:

1. Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei

Fabio Bacarin e Vitor Torres, da Contabilizei (Divulgação)

A Contabilizei é uma plataforma de contabilidade para micro e pequenas empresas, administrada de forma completamente online e com simplicidade, por meio da computação em nuvem.“A startup está dentro do movimento das fintechs e provavelmente já é a maior empresa de contabilidade do país, em número de clientes”, explica Pegurier. “Em apenas três anos de atividade, esse é um resultado surpreendente.”A startup, diz o mentor, representa um dos negócios inovadores de destaque que se desenvolveu fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo: ela é do Paraná. Além disso, ajudou seus clientes a economizarem 25 milhões de reais neste ano, apenas pela maior eficiência contábil.A Contabilizei já havia atraído grandes investidores no passado – como o fundo KaszeK Ventures. Este ano, recebeu um novo aporte, liderado pelo e.Bricks Ventures. Outros participantes do investimento foram novamente a KaszeK e o fundo internacional Endeavor Catalyst.

2. Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco

Reprodução de telas do aplicativo Dr. Cuco (Reprodução)

O Dr. Cuco é um aplicativo que funciona como uma “enfermeira digital”: por meio da ferramenta, é possível receber lembretes de medicamentos para doenças como colesterol alto, diabetes e hipertensão, por exemplo. Além de poder criar manualmente seus alarmes, o app permite receber automaticamente a prescrição feita por seu médico, já convertida em lembretes (peça ao seu médico para integrar-se ao Dr. CUCO).Em breve, os usuários poderão compartilhar seu tratamento com familiares e cuidadores, além de receber benefícios pelo tratamento realizado de maneira correta.“Essa solução tem o potencial de reduzir muito a taxa de desistência de tratamentos, o que reduz os custos do setor de saúde também”, explica Rondani. “É um negócio que tomará ainda mais força com o progressivo envelhecimento da população.”O criador do 100 Open Startups destaca que a empresa fechou este ano parcerias com grandes players do mercado de saúde, como o HCor (Hospital do Coração).O Dr. Cuco também foi escolhido como uma das dez startups mais sexy no evento de Rondani, a partir da opinião de 50 grandes empresas e dezenas de investidores. Por fim, a startup foi vencedora do Concurso de Planos de Negócios para Universitários do SEBRAE/SC, na categoria Negócios Digitais.O Dr. Cuco já recebeu um investimento-anjo e hoje está no Cubo, espaço para startups do banco Itaú Unibanco.

3. Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí

Tela do site Me Passa Aí (Reprodução)

A Me Passa Aí se autodescreve como uma espécie de “Netflix dos estudos universitários”: os estudantes assinam o serviço e acessam videoaulas produzidas por alunos que se destacam, com posterior certificação por professores. O negócio começou em 2014 e tem 25 mil usuários cadastrados.Rondani destaca que o negócio passou este ano por um processo de investimento que pode se popularizar nos próximos anos: o equity crowdfunding. Por meio dele, pessoas físicas podem dar dinheiro a uma startup em troca de participação do negócio. No caso da Me Passa Aí, 250 mil reais foram arrecadados em troca de 12,5% de participação societária, diluída em 54 investimentos.

4. Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales

Smartphone com informações sobre a Exact Sales (Reprodução)

A Exact Sales é uma startup que desenvolveu uma metodologia e um software para gerar eficiência especificamente em vendas complexas.Com um ano e meio de vida, o negócio já atende mais de 500 clientes e faturou 2,1 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.Neste ano, o negócio conquistou sua segunda rodada de investimentos. O aporte foi realizado pelo fundo CVentures, no valor de 4 milhões de reais. O valuation é seis vezes maior do que o do primeiro investimento, feito no ano passado.“O que me impressiona é eles chegarem tão rápido neste porte de negócio. Eles conseguem esse resultado atingindo um grande problema das empresas brasileiras: as vendas”, diz Waengertner, da ACE. “Em 2016, eles provaram que já saíram do estágio de startup iniciante, entrando em uma faixa de maior peso.”Vale lembrar que a Exact Sales também está fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, como a Contabilizei: ela foi fundada em Santa Catarina.

5. GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso

Thiago Alvarez e Benjamin Gleason, sócios fundadores do GuiaBolso (Divulgação)

O GuiaBolso é um aplicativo que promete melhorar a saúde financeira do brasileiro. A startup aposta na simplicidade da experiência do usuário como diferencial: além de ser gratuito, o app exporta e categoriza automaticamente todos as receitas e despesas da conta bancária do cliente.“O negócio já tem três milhões de usuários e diz que ajudaram seus usuários a economizarem mais de 200 milhões de reais este ano”, afirma Pegurier. “Eles resolveram uma dor enorme, por meio do desenvolvimento tecnológico de uma boa UX [experiência do usuário]. Isso gerou o boca a boca, que se transformou em sucesso para a startup.”A ideia chamou a atenção até mesmo do Banco Mundial em 2016. Em maio, a International Finance Corporation (IFC), ligada ao banco, e outros investidores dos fundos Kaszek Ventures, Ribbit Capital e QED Investors aportaram 60 milhões de reais no negócio.Pegurier analisa que o próximo passo do GuiaBolso será o oferecimento de serviços financeiros, o que poderá dar trabalho até para os grandes bancos – algo em que as fintechs já são especialistas.

6. In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media

André Ferraz, CEO da In Loco Media (Divulgação)

A startup pernambucana In Loco Media é um exemplo de inovação disruptiva, segundo Pegurier. O negócio, lançado dentro de uma universidade de Recife, desenvolveu uma tecnologia de geolocalização mais preciso que o GPS – útil principalmente em ambientes internos.O negócio está presente na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa e já rastreou mais de 15 milhões de estabelecimentos, diz o mentor. Seu foco é oferecer um serviço de publicidade digital hipersegmentada para empresas.“Uma montadora de veículos pode fazer publicidade específica para pessoas que já estão dentro de suas concessionárias, ou uma universidade consegue lançar publicidade para quem está perto da instituição, por exemplo.”O negócio tem hoje 50 milhões de usuários ativos e trabalha com grandes empresas, como Claro, Coca-Cola, Fiat, LG, Lojas Americanas, Natura e Nestlé.

7. Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays

Luciana Caletti, do Love Mondays (Fabiano Accorsi/VOCÊ S/A)

O Love Mondays, lançado em 2014, ajuda profissionais a conhecer 75.000 empresas e candidatar-se a vagas. Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, destaca que é uma startup liderada por uma mulher – Luciana Caletti – e que conseguiu obter êxito com pouco tempo de vida.O principal marco da empresa neste ano foi sua venda para o negócio que os inspirou: o portal Glassdoor. O valor da transação não foi divulgado. “O exit foi um marco importante principalmente no modelo que foi feito: a Luciana continua na operação e na liderança.”

8. Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz

Ofli Guimarães e Israel Salmen, fundadores do Méliuz (Divulgação)

A Méliuz é um programa de fidelidade que, em vez de dar pontos, devolve parte do seu dinheiro direto na conta.Criada em 2011, a startup vem crescendo exponencialmente: segundo a empresa, 23 milhões de reais já foram repassados às contas bancárias de seus usuários.“Eles estão de fato fazendo diferença no seu setor, que é um mercado bastante novo ainda”, explica Ana Fontes. “Os fundadores foram selecionados como mentores da Endeavor e a Méliuz está bem cotada, com vários prêmios.”O maior deles foi o de startup do ano, no prêmio Startup Awards 2016. No final de 2015, o negócio já havia conquistado um aporte do investidor francês Fabrice Grinda, um dos criadores da OLX. O valor do investimento não foi divulgado.

9. Movile

Fabricio Bloisi, presidente da Movile, dona do iFood

Fabricio Bloisi, presidente da Movile (Forbes Brasil/Divulgação)

A Movile é uma das maiores startups do Brasil. A empresa paulista de conteúdo para celulares responsável por aplicativos como iFood e PlayKids é o negócio mais cotado para se tornar o primeiro unicórnio brasileiro – negócios avaliados em um bilhão de dólares (ou mais).“O FabrIcio Bloisi, da Movile, é um empreendedor de primeira linha. A Movile entra em setores muito competitivos – o iFood disputa agora com negócios como o UberEats, por exemplo – e se destaca, mesmo fora do país”, explica Waengertner, da ACE. “Essa agressividade e essa urgência torna a Movile um grande exemplo brasileiro de empreendedorismo.”

10. Nubank

Aplicativo do Nubank no celular

Aplicativo do Nubank no celular (Nubank/Divulgação)

O Nubank é provavelmente a startup mais popular de 2016: seu nome não saiu da boca dos brasileiros, o que gerou uma fila de sete milhões de pessoais querendo o cartão de crédito da marca – administrado totalmente online e sem taxa de administração.A ameaça de fechamento por conta de uma medida do Banco Central, divulgada há poucos dias, só confirmou o interesse dos brasileiros pelo “roxinho”, apelido do cartão da fintech.“O Nubank se destaca por estar lutando contra gigante e por estar trazendo um nível de qualidade Vale do Silício ao Brasil: a gente sente isso quando visita o negócio, quando conversa com os clientes e com os funcionários e quando colocam o Brasil no alvo de muitos investidores que nunca investiriam em negócios do país antes”, explica Pedro Waengertner, da ACE.“É uma startup de um setor que anda muito popular – as fintechs – e são o exemplo de maior sucesso nesse mercado, cheio de grandes players e super regulamentado”, completa Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. “Não deixo de destacar que uma mulher compõe a liderança: a Cristina Junqueira.”Em 2016, o negócio conseguiu o maior investimento da sua história, de série D. Desta vez, o valor do investimento foi de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões, pela cotação atual). Até hoje, o Nubank já arrecadou mais de 600 milhões de reais nas cinco rodadas de investimentos acumuladas. Muitos colocam a startup no mesmo grupo da Movile: o de futuros unicórnios brasileiros.

11. Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais (Mar Santos/Divulgação)

A Resultados Digitais foi criada em 2011, explorando um mercado que ainda não existia no Brasil: o de automação de marketing digital.Para obter sucesso, trabalhou para convencer os brasileiros de que era preciso investir na atração de consumidores pela internet. Seu evento de marketing digital, o RD Summit, recebeu em 2016 mais de cinco mil visitantes.“Eles dominam um setor que eles mesmo criaram, estão exportando e seus criadores viraram mentores da Endeavor. É uma startup para ficar de olho”, diz Ana Fontes.Ela também destaca o aporte recebido pela RD neste ano: um investimento série C, no valor de 62 milhões de reais. A injeção de capital foi capitaneada pelo fundo TPG Growth, que já investiu em empresas como Airbnb, Uber e Spotify. Outros investidores foram Redpoint eventures, Endeavor Catalyst e DGF Investimentos.Já Pedro Waengertnet, da ACE, destaca a gestão do negócio. “A equipe tem um nível de execução próximo das empresas do Vale – especialmente na maneira como eles pensam o desenvolvimento do produto e a área comercial. Além de atraírem os principais investidores brasileiros, atraíram fundos americanos neste ano. São um exemplo de empresa de tecnologia no Brasil.”Ao todo, a Resultados Digitais já recebeu R$ 83 milhões em aportes e possui 380 funcionários na sua equipe.

12. Sympla

Equipe da startup Sympla, escolhida como a melhor de 2015

Equipe da startup Sympla (Divulgação)

Fundada em 2012, a Sympla é uma plataforma inteligente para venda e gestão de ingressos e inscrições. O negócio é voltado para produtores de eventos de pequeno e médio porte e já totalizou mais de 75 mil eventos feitos pela plataforma.A Sympla foi considerada melhor startup do ano de 2015 pelo Spark Awards. Neste ano, o negócio recebeu um aporte de 13 milhões de reais, liderado pela Movile.“É uma startup bem mineira. Sem fazer muito alarde, mas trabalhando muito e de forma focada, está crescendo muito. Em 2017, pretende faturar 250 milhões”, ressalta Fontes.“A Sympla teve uma trajetória muita agressiva, cercada de mentores bons e parceiros bons, como a Movile. Eles crescem de forma sólida e logo sairão do patamar de pequena e média empresa”, analisa Waengertner.  “O negócio também acabou de comprar uma startup acelerada por nós e que era concorrente deles, a Eventick.”

13. VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal

Brian Requarth, criador do VivaReal (Germano Lüders/Revista EXAME)

O VivaReal é uma startup criada em 2009 para bater de frente com outros portais de imóveis do país: o marketplace conecta compradores com vendedores e alugadores de residências.Hoje, são mais de 4,5 milhões de casas ou apartamentos dentro do site. O negócio também já acumulou 245 milhões de reais em investimento.Junto com as startups GuiaBolso e Nubank, o VivaReal foi considerado uma das empresas brasileiras mais inovadoras ao transformar a relação das pessoas com o dinheiro, segundo a consultoria KPMG e a investidora em fintechs H2 Ventures.“É um negócio feito por um empreendedor americano que veio ao Brasil sem conhecer ninguém e criou uma empresa que desafia portais de imóveis já estabelecidos há anos”, explica Waengertner, da ACE. “Ele encara esses concorrentes de forma eficiente e atraiu grandes investidores ao Brasil. É muito parecido com o Nubank, nesse sentido.”Fonte: PEGN

Empreendedor vai da falência aos milhões vendendo comida mineira

Dhionatan Paulino se uniu aos donos de um restaurante de comida mineira e criou uma rede de franquias que faturou R$ 7 milhões em 2016.

São Paulo – Ver seu próprio negócio falir não é nada fácil. O empreendedor Dhionatan Paulino conhece bem essa situação: após ter largado um bom emprego para perseguir uma ideia de negócio que acabou dando errado, não sabia mais o que fazer.Nessa hora, é preciso ter resiliência e saber recomeçar. Paulino voltou à sua vida de funcionário, até que uma nova oportunidade de negócio bateu à sua porta. Dessa vez, finalmente obteve sucesso. E o melhor: relembrando sua infância em Minas Gerais.Esse empreendimento é a rede de franquias Mineiro Delivery: uma marca que oferece comida mineira na caixinha, no estilo China in Box. No acumulado de 2016, a rede faturou 7 milhões de reais – e tem metas ambiciosas para o próximo ano.

De empacotador a consultor de franquias

Paulino nasceu em Frutal, uma cidade de Minas Gerais, e foi criado em um sítio até os 12 anos de idade. Sua família se mudou para São José do Rio Preto (São Paulo) em busca de melhores oportunidades de trabalho.Ele começou a trabalhar como empacotador em um açougue da cidade quando ainda era menor de idade, mas queria mesmo era trabalhar em um escritório. Por isso, fez alguns cursos de profissionalização técnica para menores de idade, como computação e relacionamento com o público. Com isso, conseguiu entrar em uma empresa de consórcio e locação de automóveis.“Eles exigiam que os funcionários fizessem faculdade para progredirem na hierarquia. Por isso, acabei cursando a faculdade de administração”, conta Paulino.Ele descobriu sua vocação empreendedora dentro desse curso superior: nas matérias da faculdade, havia um módulo sobre empreendedorismo. Paulino se interessou tanto pelo tema que seu trabalho de conclusão do curso foi uma ideia de negócio: uma empresa de pintura para construção civil que utilizaria máquinas, e não pintores, nas obras.O empreendedor gostou tanto da ideia que quis colocá-la em prática. Fez um acerto com sua empresa atual e investiu o dinheiro da rescisão de contrato no desenvolvimento do site e dos materiais de divulgação, além de ter uma reserva financeira de quatro meses de operação.“Eu tinha um plano de negócios, feito na faculdade, e equipamentos. Mas não conhecia muito bem o mercado de construção civil e quais concorrentes enfrentaria, por nunca ter trabalhado com isso”, conta o empreendedor.A empresa de Paulino obteve sucesso por dois anos, mas depois começou a perder espaço – e funcionários. A situação só piorou quando um roubo o fez perder todos os seus equipamentos. “No fim, acabei eu mesmo fazendo as pinturas e fali. Era o fundo do poço, e fiquei pensando que não tinha estudado tanto para minha carreira acabar assim.”Procurando um novo emprego, Paulino viu uma vaga para ser consultor de expansão em uma empresa de construção civil: ou seja, vender novas unidades do negócio.“Eu não tinha experiência em vendas, mas agora eu conhecia bem o mercado de construção. Por isso, sugeri que o dono da empresa me testasse durante três meses. Eu fui o funcionário que mais vendeu nesse período, e acabei me apaixonando pela comercialização de franquias, por passar a motivação do empreendedor ao investidor.”Assim começou a carreira de consultor de expansão de Paulino: ele fez vários cursos da área e acabou sendo convidado por um amigo, Paulo Yossimi, para participar de uma oportunidade de negócio.

Mineiro Delivery

Essa oportunidade era um restaurante de São José do Rio Preto, comandado pelos irmãos Gabriel e Marlon Ventura. Eles haviam juntado suas economias para criar um restaurante que servia comida mineira no box – no estilo da franquia China in Box, mas com os pratos preferidos dos brasileiros. O restaurante operava há três anos.“A comida mineira feita na hora faz parte da minha cultura, então me identifiquei com a marca”, conta Paulino. “Também gostava da ideia de servir em caixinhas: era fácil de comer em uma mesa de escritório, no carro ou até mesma na rua. Acabou se tornando um sucesso em Rio Preto.”Com a entrada de Paulino e de Yossimi, o restaurante Mineiro Delivery virou uma rede de franquias, em agosto de 2015. “Nós quatro nos juntamos com nossas expertises: eu na expansão e formatação; o Yossimi no marketing; e os dois criadores focando na operação dos restaurantes”, explica Paulino.
Comida no box da rede de franquias Mineiro Delivery

Comida no box da rede de franquias Mineiro Delivery (Divulgação)

Planos

Hoje, o Mineiro Delivery possui 81 franquias comercializadas, sendo que 32 estão operando. No acumulado de 2016, a rede faturou 7 milhões de reais.Em 2017, o plano é dobrar o número de contratos, para 162, e chegar a 120 restaurantes funcionando. Com isso, estima Paulino, o faturamento ficará entre 48 e 56 milhões de reais.Para isso, o negócio está formatando um novo modelo de franquia, com menor investimento inicial e voltado para shoppings. Já há uma loja própria no novo formato e a ideia é comercializá-lo no começo de 2017.“Nossas comidas são feitas na hora, e a ideia é quebrar a industrialização que a maioria das redes de shopping oferecem – aquela comida que é congelada e requentada, e fica sem sabor”, diz Paulino.Assim, o Mineiro Delivery quer atingir dois tipos de franqueados: com o modelo de shoppings, busca o empreendedor com mais investimento, que pensa em diversificar seu portfólio; com o modelo tradicional, busca quem acabou de sair do emprego e quer investir sua poupança em um negócio.Mineiro Fast (shoppings) Investimento inicial: 350 mil reais Prazo de retorno: 24 a 36 mesesDelivery (loja de rua, tradicional) Investimento inicial: 120 mil reais Prazo de retorno: 18 a 24 mesesFonte: Exame

Os maiores mitos e verdades sobre empreendedorismo

Ser empreendedor está na moda nos dias atuais. Por essa razão, muitas pessoas acreditam que empreender só tem pontos positivos. Entretanto, isso pode gerar algumas ideias erradas sobre o mundo dos executivos.

A fama do empreendedorismo pode criar muitas ilusões sobre como realmente os negócios funcionam. Além do glamour e da fama, há muitas dificuldades para empreender.Empreendedorismo não é sobre escritórios chiques e bebidas de graça<br><br>Quando alguém pergunta sobre o que é o empreendedorismo, muitas vezes as pessoas respondem coisas como “mesas de ping-pong! Toda sexta-feira tem cerveja grátis! O ambiente de trabalho é muito agradável!”. Muitas pessoas pensam que os escritórios de startups são um parque de diversão. Estes espaços de escritório vêm da necessidade de soluções criativas que o empreendedorismo exige, além de longos períodos para conseguir alguma coisa relevante na sua área. Empreendedorismo não é sobre escritórios chiques e bebidas de graçaQuando alguém pergunta sobre o que é o empreendedorismo, muitas vezes as pessoas respondem coisas como “mesas de ping-pong! Toda sexta-feira tem cerveja grátis! O ambiente de trabalho é muito agradável!”. Muitas pessoas pensam que os escritórios de startups são um parque de diversão. Estes espaços de escritório vêm da necessidade de soluções criativas que o empreendedorismo exige, além de longos períodos para conseguir alguma coisa relevante na sua área.Empreendedorismo não é sobre dinheiroMuitas vezes ouvimos falar sobre startups que ganharam milhões em pouco tempo. Mas essa não é a realidade de muitas companhias, principalmente quando estão no estágio inicial. Se você está procurando apenas retorno financeiro, a melhor aposta é o caminho é o profissional tradicional, em que os termos são mais simples e o risco é menor.

Empreendedor transforma lojas em escolas e supera dívida de R$ 10 milhões

Rogério Gabriel, fundador do Grupo Prepara, viu oportunidade para se livrar de suas dívidas dentro da própria empresa que havia lhe causado prejuízo

Empreendedor pretende investir R$ 38 milhões na reformulação dos cursos do Grupo Prepara em 2017
Divulgação
Empreendedor pretende investir R$ 38 milhões na reformulação dos cursos do Grupo Prepara em 2017

O desejo de se tornar empreendedor despertou de maneira hereditária em Rogério Gabriel. "Meu pai tinha uma empresa de comércio de café. Comprava do produtor e vendia. Eu andava com ele nas férias, então desde os oito anos estava ali pendurado. Achava um barato aquilo de começar a negociar, esquentar, não chegar no preço final, mudar de assunto e depois voltar a negociar", conta o fundador do Grupo Prepara, rede responsável por quatro marcas e dona um faturamento de R$ 305 milhões em 2016.

Apesar do sucesso que vive agora, Gabriel nem sempre esteve em situação confortável com suas empresas. O empreendedor precisou superar um prejuízo de R$ 10 milhões que herdou de seu primeiro negócio, um varejo de hardwares e softwares de informática.

"Encontrei uma oportunidade na microinformática. O PC estava chegando no Brasil e nós tivemos um crescimento muito bom. Isso foi em 1990. Estivemos entre as 100 melhores e maiores empresas do segmento no País. Depois o produto virou commodity e foi para as grandes cadeias de loja, como Casas Bahia, Ponto Frio e e-commerces. Com poder de compra maior e mix de produtos diferenciados, que permitia que eles entrassem nesse mercado, fomos perdendo margem e volume de venda", explica. "Meu erro foi insistir muito no negócio. Não tive regra de governança clara para ter um limite de perda. Fui a todos os limites pessoais e fiz dívidas", admite Gabriel sobre os motivos que levaram ao rombo nos cofres da Precisão Informática.

Rogério Gabriel em imagem da época em que comandava a Precisão Informática, empresa que gerou prejuízo milionário
Divulgação
Rogério Gabriel em imagem da época em que comandava a Precisão Informática, empresa que gerou prejuízo milionário

Como sair do buraco? 

Depois que os erros já tinham sido cometidos, o que restava para o empresário era buscar formas de se reerguer. A solução veio a partir de um olhar mais profundo para dentro de seu próprio negócio. Percebendo o sucesso da área de capacitação de suas lojas, onde eram oferecidos treinamentos corporativos, Gabriel viu a possibilidade de começar a trabalhar com cursos para pessoas que desejavam entrar no mercado.

"Com essa crise a gente começou a olhar para isso com mais carinho. Vi que o que nos diferenciava do restante era a individualidade. Apesar de um sistema de ensino bem rudimentar na época, conseguimos entregar individualidade para o aluno. Comecei a transformar lojas em escolas e criamos uma marca nova", diz o empresário, referindo-se à Prepara Cursos, inaugurada em 2004.

A resposta do público foi positiva e imediata. Com o sucesso, novas escolas começaram a ocupar as lojas da Precisão Informática, que foi desaparecendo aos poucos. Depois de dois anos, seis unidades da rede já haviam passado pela transformação, concretizando a entrada da Prepara Cursos no mercado.

Uma dívida de R$ 10 milhões, no entanto, não se paga de um dia para o outro. Mesmo com o êxito do novo negócio, a conta continuou no vermelho por alguns anos. De acordo com Gabriel, foi necessário negociar com fornecedores e bancos para quitar os débitos. Em alguns casos, a situação precisou ser resolvida na justiça: "Demoramos de três anos e meio a quatro anos para conseguir entrar em um programa de negociação. Depois, demoramos mais uns dois anos para quitar". De acordo com o empresário, a essa altura, a rede já tinha mais de 30 unidades.

Sala de aula da Prepara Cursos, que trabalha com a oferta de cursos profissionalizantes
Divulgação
Sala de aula da Prepara Cursos, que trabalha com a oferta de cursos profissionalizantes

Expansão

A partir deste ponto, Gabriel pôde começar a focar na criação de novas marcas. Pela percepção de que os alunos chegavam à Prepara Cursos com certa defasagem nos conhecimentos relativos à interpretação de texto e ao raciocínio, o empresário viu a necessidade de prepará-los com antecedência para os cursos profissionalizantes, utilizando-se das disciplinas de português, inglês e matemática. Assim surgiu a Ensina Mais, rede que utiliza recursos tecnológicos e uma metodologia baseada na interação para ensinar estas matérias às crianças e adolescentes. "A ideia é pegar esse aluno mais atrás, para que ele não chegue aqui com esse problema", esclarece.

Posteriormente, foram incluídas também as redes Pingu's English, que ensina inglês para crianças de três a oito anos, e English Talk, voltada ao público jovem e adulto, assim compondo o Grupo Prepara, que já conta com mais de 800 unidades franqueadas por todo o País.Gabriel compara a missão de empreender às situações capazes de elevar os batimentos cardíacos. "Tem um pouco dessa ousadia, essa adrenalina que roda. É um gosto, uma aptidão, como andar de moto. Mas tem uma dose de risco. Tem que ser calculado, usar capacete e roupa de proteção". Com um investimento de R$ 38 milhões planejado para a restauração dos cursos em 2017, o empreendedor nos dá a entender que, pelo menos por enquanto, deixar de andar de moto não faz parte de seus planos.Fonte: IG
 

EMPREENDEDORISMO PARA TODOS

Não é preciso correr altos riscos ou ter muito dinheiro para abrir o seu negócio: confira aqui oito maneiras diferentes de empreender

trabalho; sucesso; inspiração; startup; produtividade (Foto: ThinkStock)
Quando as pessoas me conhecem e descobrem que sou professor e pesquisador de empreendedorismo, aqueles que não empreendem inevitavelmente iniciam uma conversa sobre por que não querem ter um negócio próprio. Parece que a atividade empreendedora hoje está tão na moda que as pessoas se sentem na obrigação de explicar por que não estão aproveitando a onda. Isso tem sido muito comum.Os motivos são os de sempre: não querem assumir riscos, a carreira já está estável, não têm dinheiro, não têm uma boa ideia e assim por diante. Na minha visão, nenhuma dessas justificativas de fato justificam. Ao contrário do que muitos pensam, não existe uma fórmula do empreendedor ideal, que está disposto a correr altos riscos, que tem dinheiro para investir, que sempre tem boas ideias, com faro para negócios, líder nato, que constrói boas redes de contato etc. Isso é um mito. Empreendedores são pessoas muito comuns, como eu e você. Portanto, resolvi descrever aqui alguns modelos de empreendedorismo que podem servir para cada tipo específico de pessoa, com a esperança de demonstrar que empreendedorismo é, sim, para todos.1. Se você não gosta de correr riscos, pode se tornar sócio de uma empresa já existente. Os maiores riscos estão na fase inicial do negócio. Uma vez estabelecido e passada a curva de mortalidade nascente (normalmente os primeiros 42 meses de vida), espera-se que a empresa já tenha seu modelo de operação definido, consiga fazer projeções de vendas mais concretas e tenha atingido o ponto de equilíbrio. O negócio continua crescendo e sempre há espaço para novos sócios, principalmente aqueles com habilidade para realizar um plano de expansão. Pode ser o seu caminho, se você tiver as competências necessárias.2. Se você não é criativo, não tem boas ideias e não sabe identificar oportunidades, você pode se juntar a alguém que tenha boas ideias. O empreendedor não necessariamente é a pessoa que concebeu a proposta do negócio, e sim aquele que a executa. Muitas vezes, a capacidade de execução é até mais importante do que uma ideia brilhante. Se você é do tipo ‘hands on’, mãos à obra, gosta de ver as coisas acontecerem, não gosta de ficar muito tempo parado, é dinâmico, ativo e cheio de energia, tem tudo para empreender as ideias dos outros.3. Se você é do tipo dinâmico e aventureiro, o negócio próprio pode chegar a uma fase rotineira e chata. Com o crescimento, vem a estabilização; com uma administração profissional, chegam os processos e controles. A improvisação dá lugar à eficácia e aquele clima de bagunça divertida que caracteriza muitas empresas nascentes se perde. Com isso, você fica sem vontade de tocar a empresa. A melhor alternativa aqui é se tornar um empreendedor serial. Aquele que vende uma parte da empresa, pega o dinheiro e monta outra, enquanto um administrador toca a empresa anterior. Esse processo pode se repetir muitas vezes, enquanto o empreendedor tiver energia para isso.4. Se você sente que tem pouca experiência e pouco conhecimento de negócios, e não quer passar 2 anos fazendo um MBA (até porque o MBA não vai te ajudar a empreender), você pode começar com uma franquia. Uma franquia é um modelo de negócio que deu certo e está sendo replicado, garantindo uma rápida expansão à rede e proporcionando uma oportunidade de negócio ao franqueado. NO modelo de franquia, você terá acesso a metodologias, processos, controles, planejamento, recursos, fornecedores - quase tudo vem pronto. Você só tem que aprender a prática para então vender a franquia e começar o seu próprio negócio com mais segurança.5. Se você não gosta da ideia de ter um sócio e não quer depender dos outros, pode começar como um profissional autônomo. Ser autônomo não é apenas para médicos, advogados, arquitetos e dentistas. Dá pra começar sozinho em praticamente todas as áreas. Consultoria, aquele formato em que você vende seu conhecimento e experiência, é a alternativa mais comum. Mas existem várias atividades freelancer, como redator, web designer, técnico de manutenção, blogger, coach, palestrante, cuidador, músico... Comece sozinho. Conforme o negócio cresce, você vai chamando outras pessoas para te ajudar. Não são sócios ainda - são parceiros, que você pode desligar quando quiser. Aos poucos, você vai precisar de uma secretária e um auxiliar, e logo você estará com seu negócio. E, de repente, será o momento de ter sócios.6. Se você não tem dinheiro, acredite, dinheiro não é o mais importante. Em primeiro lugar, porque você pode começar com muito menos do que imagina. É o que se costuma chamar no meio de bootstraping – que nada mais é do que o ato de começar pequeno, com recursos próprios, fazendo parcerias, pedindo ajuda para amigos, com custos mínimos iniciais. A maioria dos negócios no Brasil começa assim. Se você tiver paciência de crescer devagar, vai ver que tudo é possível. Dá para alugar em vez de comprar, dá para negociar preços melhores se o cliente pagar antecipado. E se depois de tudo isso você precisar de um grande investimento, já terá realizado coisas importantes, que vão te dar credibilidade para captar recursos, seja de um investidor ou de um banco.7. Você quer empreender, mas sua carreira já está estável e não está disposto a abrir mão de tudo para começar do zero. A saída aqui é encontrar oportunidades intraempreendedoras. Uma das mais comuns, que eu procuro incentivar, é abrir representações internacionais no Brasil. Você é contratado por uma multinacional, estável, segura, que vai te garantir o seu atual estilo de vida. Mas, ao mesmo tempo, você é o primeiro no Brasil, você está expandindo fronteiras para um negócio já existente, com autonomia, liberdade, uma boa dose de independência e recursos à sua disposição, como um empreendedor.8. Até mesmo desta fase você já passou. Você já está prestes a se aposentar, mas se sente com energia para continuar. Acumulou um bom patrimônio, está testemunhando a revolução do empreendedorismo, mas sente que perdeu o bonde, pois não tem disposição para começar algo do zero. Você pode se tornar um investidor-anjo: encontrar alguém com uma ideia em que você acredite, que tenha perfil jovem e empreendedor. Nesse caso, você poderá ajudar com ideias, contatos na área e mentoria. Você continuará ativo, sem a loucura do dia-a-dia de quem monta um negócio, mas com possibilidade de contribuir, interagir, discutir estratégias e fazer o que gosta junto com o empreendedor.Existem várias outras possibilidades e configurações, mas em geral a fórmula é mais ou menos a mesma: juntar-se a alguém que esteja disposto a fazer o que você não quer ou não sabe, ou a alguém que tenha o que você não tem. Mais cedo ou mais tarde, você vai descobrir que ter sócios é muito mais saudável e divertido do que não ter. Mesmo que você comece sozinho, em algum momento vai sentir esta solidão e a necessidade de dividir a carga com alguém. E vai descobrir um dos prazeres do empreendedorismo: dividir responsabilidades e conquistas com um sócio.As informações deste artigo refletem apenas as opiniões do autor, e não da Pequenas Empresas & Grandes Negócios.Fonte: PEGN

3 Passos Para Entrar no Mercado de Mapeamento Aéreo com Drones

U$5.6 bilhõesA empresa de pesquisa MarketsandMarkets estima que o Mercado global de drones irá avançar a uma taxa composta anual de crescimento (CAGR) de 32% entre 2015 e 2020, numa indústria de cerca de U$5,6 bilhões.A empresa estima que dentre as aplicações possíveis, a agricultura de precisão com drones será a área com maior demanda com uma CAGR de cerca de 42% durante o período. Outras aplicações incluem o uso pelos órgãos de segurança pública, produção de mídia, inspeção, serviços de mapeamento e ensino.https://youtu.be/XId-CU6yj0oFonte: DronEng

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