Só abriria outra empresa de varejo, diz Luiza Helena Trajano

A presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza participa da série Pitch, do site de Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza  (Foto: Divulgação/Magazine Luiza)
Foi a 400 quilômetros de São Paulo, em Franca, que a Magazine Luiza começou a ser criada. Em 1957, a lojinha se chamava A Cristaleira e era comandada pelo casal Pelegrino José Donato e Luiza Trajano Donato. Depois de quase 60 anos, a rede tem 736 lojas em 16 estados.
O grande salto aconteceu em 1976, com a aquisição da rede Lojas Mercantil, permitindo o crescimento da empresa. Abertura em outros estados e inauguração de um novo centro de distribuição mais moderno aconteceram na sequência. Em 1991, uma reestruturação societária marcou a entrada de Luiza Helena Trajano, sobrinha dos sócios.
De lá para cá, Luiza se provou uma empreendedora competente e preparada, ampliando a atuação da rede e liderando momentos importantes, como o aporte dos fundos administrados pela Capital, gestora de private equity, em 2005, e a Oferta Pública Inicial de Ações (IPO), na Bolsa, em junho de 2011.Com fala simples e orgulho de estar sempre acessível aos funcionários, ela ocupa hoje o posto de presidente do Conselho de Administração da empresa. “Não me vejo atuando fora do Magazine Luiza, mas se precisasse iria criar outra empresa de varejo. Sou uma vendedora”, diz. Confira abaixo a entrevista da empresária para a série Pitch, do site dePequenas Empresas & Grandes Negócios. Nome: Luiza Helena Trajano Idade: 64 anos Onde nasceu: Franca (SP) Onde mora: Vivo entre São Paulo (SP) e Franca (SP) Que empresa fundou: Estou à frente do Magazine Luiza, fundada pelos meus tios. O que faz: Sou presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza. Quem o inspira no empreendedorismo: Várias pessoas, mas destaco meus tios, fundadores do Magazine Luiza, Luiza e Pelegrino. Qual negócio queria ter criado: Não me vejo atuando fora do Magazine Luiza, mas se precisasse iria criar outra empresa de varejo. Sou uma vendedora. Ser empreendedor é: Sonhar e fazer acontecer. Como ser um bom chefe: Fazendo as pessoas irem mais longe do que elas iriam sozinhas. Um sucesso: Não destaco um, aprendo muito com os sucessos e rapidamente partimos em busca de outros. Um fracasso: Aprendi mais ainda com os erros e procurei nunca repetir um. O que não pode faltar num negócio: Pessoas. Já faliu: Não. Em qual negócio jamais apostaria: Qualquer um que não fosse ético. Sua principal inovação: O Magazine Luiza fez diversas inovações que revolucionaram o varejo, mas a principal sempre está por vir. Um desafio: Colaborar com o Brasil e com as reformas necessárias. Um medo: Muitos, mas todos encarados com coragem.Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Como o MIT ensina seus alunos a empreender

Bill Aulet, diretor de empreendedorismo da universidade, falou sobre educação durante painel do Congresso Global de Empreendedorismo

Bill Aulet: a universidade precisa se adaptar ao empreendedorismo (Foto: Fabiana Pires)
O ensino de empreendedorismo é um tema que levanta diversas questões.Desde que a carreira de empreendedor ganhou notoriedade, principalmente pela divulgação de histórias de sucesso, como a dos fundadores do Google, da Apple e doFacebook, universidades ao redor do mundo tem estudado e analisado quais as melhores maneiras de ensinar um aluno a se tornar dono de um grande negócio.
A discussão é difícil. A razão? Muitos dos empreendedores mais bem sucedidos, cujas histórias inspiram milhões de pessoas, não precisaram aprender a empreender formalmente.  Os próprios fundadores de Google, Apple e Facebook largaram a faculdade para criar suas empresas.
O assunto foi tema de uma das palestras mais aguardadas do Congresso Global de Empreendedorismo, realizado em Medellin, na Colômbia. O americano Bill Aulet, diretor do departamento de empreendedorismo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massaschusetts) falou a uma platéia lotada como a universidade conseguiu decifrar os caminhos do ensino do empreendedorismo e o que descobriu ao longo do caminho.Existem tipos diferentes de empreendedores Quando o empreendedorismo começou a despontar como opção de carreira entre universitários, acreditava-se que a educação empreendedora se dava, basicamente, pela pratica. “As universidades convidavam donos de negócios para fazer uma palestra. Era um empreendedor ensinando alunos como serem empreendedores”, disse Aulet. “Não existia espaço na academia para discutir esse assunto.”Conforme a demanda dos alunos foi crescendo, o MIT percebeu que esse conceito era muito generalizado e pouco ajudava quem realmente tinha ambições de se tornar empreendedor. A universidade decidiu adotar uma abordagem empreendedora para tratar do assunto."Resolvemos mapear quem eram os nossos clientes, ou seja, quem eram os alunos que buscavam abrir um negócio.” O que se descobriu é que existem perfis diferentes de quem almeja essa carreira: o aluno que está apenas interessado em empreendedorismo, mas ainda não sabe se quer ou não abrir um negócio; aquele que tem um negócio na família e busca melhorá-lo; o estudante que deseja ter uma postura empreendedora, dentro de uma grande corporação, o intraempreendedor; e, finalmente, o aluno que quer abrir uma startup. “Isso nos ajudou a criar uma maneira de ensinar que conseguisse suprir as necessidades de todos os públicos.”Credenciais não significam nada A oferta de professores de empreendedorismo não acompanha a demanda de alunos interessados no assunto. “Temos vagas em aberto no MIT. Ensinar empreendedorismo não é como ensinar química. Quando se ensina química, existe um roteiro a ser seguido, basicamente apoiado em problemas e o aluno tem de buscar a solução.” Matérias como química e matemática são ensinadas por professores cujas credenciais acadêmicas justificam ele estar ali. “No meio empreendedor, um MBA não significa nada. O aluno quer conteúdo valioso, que ajude ele de maneira rápida. O professor tem de ser muito afiado para dar as respostas que os estudantes precisam.” Da mesma maneira, o background do aluno significa muito pouco. "A beleza do empreendedorismo é que qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor de sucesso. Ninguém pergunta quem seus pais são, ou de onde ele vem. As perguntas são quantos clientes ele conseguiu e quantos produtos vendeu."Velocidade é tudo A velocidade, diz Aulet, deve ser uma premissa do ensino do empreendedorismo. “Se um aluno pergunta a você sobre financiamento, você não pode dizer que essa é uma matéria que só será ensinada dali a seis meses, porque muitas vezes ele está criando uma empresa e não tem tempo de esperar.” Além disso, a educação empreendedora não é um tipo de educação regular. Faz parte do papel do professor passar aos estudantes habilidades que não são exatas, como aceitar o fracasso, ter resiliência e buscar inovações. “É sobre abraçar o espírito empreendedor, sobre abraçar o fracasso”, diz Alet.  Ao mesmo tempo, o docente deve transmitir a disciplina necessária para que todas essas “soft-skills” sejam bem usadas. “O empreendedor tem de ser muito disciplinado em sua carreira. Porque, se ele não for, simplesmente não terá dinheiro para pagar seus funcionários no final da semana.” A solução encontrada pelo MIT foi misturar aulas teóricas com aulas práticas – mais ou menos como no curso de medicina. Hoje, a instituição oferece, além das aulas in loco, cursos online sobre temas diversos – desde como ter a ideia de um produto até como buscar investidores - que podem ser acessadas pelos alunos a qualquer hora. Workshops, competições de startups e hackatons também fazem parte da educação formal oferecida pela universidade.Generalidades não criam vencedores Ensinar um aluno que está criando uma empresa de energia éolica é bastante diferente de orientar outro, que pretende desenvolver uma rede social. “São áreas muito diversas e o estudante precisa saber sobre as especificidades da área em que está entrando”, afirmou Aulet. Foi preciso, portanto, criar um ecossistema que permita que todos esses alunos convivam e troquem ideias – e também estimular a entrada de mentores e coaches na universidade. No MIT, alunos de diferentes cursos têm acesso ao centro de empreendedorismo. Os estudantes de engenharia e direito, por exemplo, podem ajudar o empreendedor que precisa de conhecimento nessas áreas. O espaço para o ensino de empreendedorismo na universidade deve ser  compartilhado por alunos com diferentes backgrounds.A métrica deve mudar Aulet acredita que uma universidade que forma empreendedores não deve medir seu sucesso pela quantidade de empresas criadas por alunos e ex-alunos. “Nós temos de dar a ferramentas a eles e isso fará diferença em suas vidas. A sociedade precisa do empreendedorismo porque ele gera desenvolvimento econômico, ele melhora o mundo”, diz. “Temos de incluir todos nesse ecossistema. Essa oportunidade precisa existir para as mais diferentes pessoas.”Fonte: Pequenas Empresa & Grandes Negócios

Associativismo ajuda mulheres de Joinville a transformar talento em negócio

Consulado da Mulher e Núcleo de Mulheres da Acij são exemplos de iniciativas18100926

Cláudia Merkle: encomendas pelas redes sociaisFoto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS
Depois de 22 anos trabalhando no mundo corporativo de Joinville, na área de comércio exterior, Cláudia Merkle perdeu o emprego e se lembrou que fazer bolo era sua única habilidade fora do ramo de atuação.
A recordação não a agradava. Duas décadas atrás, abriu uma confeitaria aos 23 anos de idade e o negócio faliu cinco anos depois. Cláudia prometeu a si mesma nunca mais se envolver com bolos. Mas a vida dá voltas.Em 2011, logo após ficar desempregada, uma amiga que trabalhava na Whirlpool experimentou o strudel de Cláudia e gostou tanto do doce que a convidou para conhecer a Oficina do Sabor, uma das iniciativas dentro do projeto de empreendedorismo feminino do Consulado da Mulher, promovido pela multinacional.Ela aceitou o convite e acabou abraçando de vez a atividade de confeiteira. Três fatores foram determinantes para a decisão: as condições tributárias atualmente mais favoráveis para o microempreendedor, o seu próprio amadurecimento pessoal e profissional e o apoio do associativismo. Cláudia participou do projeto do Consulado por dois anos.Uma das primeiras barreiras que venceu foi o próprio preconceito. Atender às pessoas de touca e avental não foi tão simples no começo. Depois, passou a ser motivo de orgulho.— Quebrei valores e construí novos. Antes era mais individualista e descobri que trabalhar em rede é muito rico — afirma.Durante o projeto, Cláudia conseguiu bolsa de estudo para realizar o curso técnico de confeitaria. Em seguida, partiu para a especialização na mesma área. O associativismo também lhe deu a oportunidade de receber assessoria sobre gestão e negócio e de aprender com a experiência de outras empreendedoras.As colegas a ajudaram, por exemplo, a aprimorar a confecção de pães, que inicialmente ficavam muito duros, reconhece a empreendedora. Outro aspecto importante foi o contato direto com o cliente na lanchonete Oficina do Sabor.— Aprendi a ter mais foco, produzir número menor de itens para ser mais fácil de controlar estoque, custos e ganhos — recorda-se.Quando abriu a confeitaria pela primeira vez, Cláudia não conseguiu enfrentar a concorrência dos cafés que começaram a se estabelecer dentro de shopping. Agora, trabalha em casa e recebe encomendas, principalmente, pelas redes sociais.— É uma mudança de estilo de vida, não tenho salário fixo no final do mês e aprendi a lidar com isso. A qualidade de vida melhorou muito, minha filha almoça em casa. Mesmo envolvida com a confecção de doces, estou perto da família. Em dias muito quentes, trabalho de madrugada — afirma.Agora que os produtos são mais conhecidos e a rede de relacionamentos cresceu, outras portas estão se abrindo para Cláudia. A empreendedora já foi convidada para ministrar aulas e oficinas de confeitaria.Desafios que só elas têmEmpreender não é tarefa fácil e as mulheres ainda se deparam com questões bem particulares. A presidente do Conselho Estadual da Mulher Empresária (Ceme), Janelise Royer dos Santos, cita dois exemplos. O primeiro diz respeito às empresas familiares, muitas vezes um negócio aberto junto com o cônjuge. Não são todas as mulheres no comando que se sentem, de fato, donas do negócio.— Algumas aceitam ficar um pouco atrás para manter a paz — afirma Janelise.ExcelênciaO segundo refere-se a uma característica bem comum no universo feminino, a de só assumir um novo desafio quando a mulher está 100% certa de que tem capacidade para realizá-lo. Janelise explica que muitas querem se assegurar de que vão fazer um excelente trabalho. Um equívoco, alerta.— A mulher precisa aprender a não recusar oportunidades, aceitá-las e se permitir ir aprendendo durante o processo — complementa, acrescentando que os núcleos empresariais do Estado trabalham forte na conscientização.Valor do trabalhoOutro desafio a ser vencido, especialmente entre mulheres de baixa renda, é não saber quanto vale o trabalho realizado, pois estão acostumadas a achar que não tem valor, explica Paulo Dalfovo, coordenador do Consulado da Mulher, ação social de empreendedorismo popular da Whirlpool para o ramo de alimentação.Quando conseguem gerar renda com o próprio trabalho, a autoestima aumenta muito, diz o coordenador.— Muitas empreendedoras não acreditam nelas próprias e quando passam a acreditar, conseguem romper várias barreiras — afirma.O Consulado é voltado para mulheres de baixa renda que já sabem fazer algo, mas não possuem o conhecimento de como transformá-lo em negócio e geri-lo. O perfil predominante é o de mulheres de aproximadamente 40 anos e com dificuldade de se inserir ou retornar ao mercado de trabalho.Muitas acumulam tarefas que as impedem de cumprir o horário convencional das empresas. Durante a consultoria do Consulado, conseguem ter flexibilidade. A metodologia foi desenvolvida especialmente para elas. Nada é marcado de manhã porque as mulheres costumam ter vários afazeres nesse período.Apoio da famíliaNo Serviço de Incentivo das Organizações Produtivas (Siop), em Joinville, a coordenadora Lisielen Miranda Goulart observa uma dificuldade de organização entre as mulheres que desempenham o papel de mãe, dona de casa e empreendedora. Outro desafio é a família entender que quando ela tem um negócio, tem que dedicar tempo para a atividade.OrientaçãoO associativismo é crescente entre as mulheres, segundo a presidente do Ceme, Janelise dos Santos. Juntas, conseguem mais resultados. Às vezes, a simples troca de informações entre uma empresária e outra ajuda no crescimento, observa.Em Joinville, a empresária Tina Marcato preside o Núcleo de Mulheres da Associação Empresarial de Joinville (Acij). A adesão às atividades oscila. Em média, 24 associadas da Acij têm participação efetiva no núcleo.Os principais benefícios, pontua Tina, são a construção de redes de relacionamento, o aperfeiçoamento de competências de gestão e o autodesenvolvimento.Segundo Tina, quem busca o associativismo está à frente de seu negócio e quer prosperar. A entidade, que completou 20 anos de atuação, tem palestras, cursos e serviços que ajudam a guiá-la nessa direção.Fonte: ANotícia

Presidente do conselho de administração da Tigre revela como se preparou para assumir o cargo

Felipe Hansen conta detalhes das experiências vividas com a família e em quem se inspira para desempenhar suas atividades profissionais 17997897

Felipe é neto de João Hansen Júnior, fundador do Grupo HansenFoto: André Kopsch / Divulgação
Claudio LoetzFelipe Hansen é natural de Joinville, filho de Carlos Roberto e Rosane Maria Fausto Hansen, neto de João Hansen Júnior, fundador do Grupo Hansen. É casado com Danielle Hoorn Hansen, com quem tem dois filhos: Matheus e Isadora. Começou como estagiário na Tigre, em 1998, paralelamente ao período acadêmico.
Formado em 2003 pela Universidade da Região de Joinville (Univille) em administração de empresas – além de cursos complementares de gestão, governança corporativa e empresas familiares –, no mesmo ano assumiu o cargo de diretor da CRH Indústria e Empreendimentos (holding da Tigre).Atualmente, além de ser presidente do conselho de administração da companhia, acumula os cargos de presidente do Instituto Carlos Roberto Hansen e de diretor da CRH Indústria e Empreendimentos Ltda. e da Blue Ocean Administração de Bens e Participações.Em entrevista exclusiva à coluna, o empresário relembra a infância, fala de suas vivências e aprendizados e da maneira como se inspira para o exercício de suas atividades profissionais. Ele explica também como se preparou para o cargo que ocupa e da importância da família na construção de sua trajetória pessoal.A Notícia – O senhor carrega um sobrenome de peso, muito importante em Joinville, em Santa Catarina e no Brasil. Qual é a sensação a respeito? Isso o incomoda? Felipe Hansen – Tenho muito orgulho do meu sobrenome, por toda história de inovação, trabalho, respeito às pessoas e dedicação que a família Hansen vem desenvolvendo nos países onde a Tigre atua.AN – Quando criança, seus familiares o levavam à fábrica da Tigre nos fins de semana. Qual sua lembrança deste período? Tinha quantos anos? Fazia o que nas instalações? Hansen – Foi uma época muito especial de minha vida, especialmente por ter meu pai, minha mãe e minhas irmãs nesses programas de domingo. Eu tinha aproximadamente oito anos quando isso começou. Passeávamos geralmente de buggy pelas instalações da Tigre. Aprendíamos sobre o processo de produção e brincávamos com os big bags de matérias-primas que existiam na fábrica.AN – Esta fase durou quanto tempo? O senhor sente saudades dessa fase da sua vida? Hansen – Foi praticamente minha infância inteira. Sinto muitas saudades dessa época. Nossa família é muito unida, mesmo que hoje estejamos morando distantes uns dos outros.AN – O tipo de lazer muda de acordo com a idade. Hoje, como busca relaxar para se contrapor às exigências do cargo que ocupa? Hansen – Meus pais sempre estimularam programas a céu aberto. Fui criado muito perto do mar. Hoje, o meu lazer preferido é o barco. Gosto de navegar nas águas tranquilas da nossa baía da Babitonga.AN – Quais os legados vindos de de seus pais e avós? Hansen – Amor à família, respeito ao próximo, honestidade, transparência, apetite para tomar riscos e dedicação ao que faz.AN – Quando o senhor decidiu ir para a vida executiva dentro do grupo empresarial de sua família? Hansen – Isso aconteceu de uma forma muito natural, vindo de uma família essencialmente empresária. Comecei a trabalhar no grupo em 1998, como estagiário, assumindo o cargo de diretor da CRH Indústria e Empreendimentos (holding da Tigre) em 2003.AN – Houve um processo de coaching, naturalmente. Como se deu esse processo? Hansen – À medida que os anos foram passando, eu fui amadurecendo para a vida executiva, e as responsabilidades foram crescendo dentro do negócio. Para cada etapa desta evolução, contei com o apoio dos profissionais que estão e que estiveram na Tigre. Essa troca de experiência se deu em todos os níveis da companhia, desde o conselho de administração até o chão de fábrica. Acredito muito na observação como aprendizado contínuo.AN – Quais são suas influências intelectuais? Hansen – As influências são a minha família e as pessoas que contribuíram, e contribuem até hoje, no nosso conselho e na parte executiva do grupo.AN – Quem são suas referências empresariais para além da Tigre? Hansen – John Mackey e Steve Jobs são pessoas que me inspiram bastante. O primeiro traz a visão de futuro e do capitalismo consciente; e o segundo, pela resiliência e história de inovação.AN – Quais são as características que definem o executivo Felipe Hansen? Hansen – Sou uma pessoa tranquila, determinada nos meus objetivos. Me considero dedicado às metas e busco resultados que nos levem para acima da média.AN – Qual foi sua primeira decisão à frente do conselho de administração da Tigre? Hansen – Não houve mudanças significativas. Estamos focados no nosso plano 2020.AN – O senhor se imagina, ser diretor-presidente executivo da Tigre em algum momento? Hansen – Acredito muito no modelo que adotamos já há muitos anos: uma gestão compartilhada entre conselho e equipe executiva de gestão. Hoje, cabe a mim representar os interesses da família na empresa, e acredito que a maior contribuição que posso dar à empresa é atuando no conselho de administração.AN – Como atravessa as dificuldades do cotidiano de empresário? Hansen – Sou otimista por natureza. Apesar de estarmos atravessando um período muito desafiador, tenho meu foco no longo prazo e acredito na disciplina para superar os obstáculos do dia a dia.AN – O que angustia Felipe Hansen? Hansen – O que me angustia é a perda da capacidade de se indignar das pessoas.AN – Qual é frase que o inspira como empresário e como pessoa? Hansen – Não deixe que o medo atrapalhe o caminho dos seus sonhos.AN – O que o tira do sério? Hansen – Corrupção e descaso com a população brasileira.Fonte: ANotícia

8 lições do filme "Joy" para empreendedores

Para ser bem-sucedido, é preciso começar por áreas conhecidas e ter perseverança.

O filme "Joy" traz muitas lições de empreendedorismo (Foto: Reprodução/Endeavor)
"Joy" é um daqueles filmes que fazem com que você sinta coragem de batalhar pelos seus sonhos, custe o que custar. Separamos aqui algumas das lições que o filme nos ensinou sobre empreendedorismo.Confira:
1. Comece por onde você conhece
Joy era uma dona de casa que via, diariamente, a dificuldade em limpar alguns cômodos com os produtos disponíveis no mercado. Ela podia ter se conformado com isso, mas não foi bem assim que aconteceu.  Com essa informação, ela idealizou e criou, ali mesmo, dentro do quarto de sua filha, um esgrefão, com um conceito totalmente novo, que ajudou e continua ajudando milhares de pessoas. E o que isso nos diz?Que devemos começar pelo que já conhecemos. As chances do seu produto ou ideia darem certo, dentro de um ambiente que já lhe é familiar, são maiores das de quando você decide se aventurar por novas áreas.  A trajetória de uma das empreendedoras Endeavor, a Zica, do Beleza Natural, demonstra exatamente isso.Cansada da falta de produtos para seus cabelos cacheados, a carioca, que trabalhou desde os 9 anos para ajudar a sustentar a família, decidiu criar sua própria fórmula. Usando seu irmão como cobaia, sua amiga como sócia e seu marido como investidor, ela começou, literalmente, no fundo do seu quintal, um salão de beleza. Com o tempo, a rede aumentou e agora tem mais de 20 endereços e emprega mais de 3 mil pessoas.2. Não use atalhosSabe aquela história do anjinho e do diabo que vivem discutindo na sua cabeça? Ela é mais real do que você pensa, o certo e o errado se cruzam de tempo em tempo na vida de muitos empreendedores.Assim como Joy, sabemos que muitos empreendedores já passaram, ou irão passar, por situações em que têm que fazer aquela escolha crucial: ser honesto com alguém que não fez o mesmo com você ou aproveitar a situação para tirar vantagem? Recolher todos os encargos sociais ou pagar horas extras por fora e fazer ajustes duvidosos na contabilidade para ter um pouquinho mais de lucro?A resposta para essa pergunta influenciará, e muito, a sua jornada como empreendedor. Todos sabemos que nossas ações tem consequências e que, uma hora ou outra, elas chegarão até o seu negócio. Os famosos atalhos nada mais são do que desvios de ética e, convenhamos, se nem nos desenhos damos ouvidos ao diabinho, não é agora que devemos.3. Planeje: isso faz toda a diferençaPlanejar pode não ser a parte mais legal do negócio, mas, com certeza, é uma das mais importantes. Quantas notícias você já não leu sobre empresas que faliram por não terem feito um bom planejamento? Joy, por exemplo, fez, impulsivamente, uma segunda hipoteca em sua própria casa, arriscando literalmente tudo que tinha em prol da sua ideia.Arriscar é muito importante, mas desde que a ação seja pensada antes. Discutir suas ideias com pessoas mais experientes, como mentores, que já passaram por situações similares, é uma ótima saída, às vezes o seu insight é realmente incrível, mas o momento do seu negócio não é o melhor para realizar essa estratégia. E como você sabe qual é a hora certa? Pois é, o planejamento serve pra isso!4. PersevereQue a vida não é um mar de rosas nós já sabemos, mas isso não quer dizer que você deva surtar ou se fechar toda vez que algo der errado em seu negócio. Errar é, em muitos casos, necessário e vai fazer com que você e seu time se desenvolvam e estejam mais preparados para os próximos desafios.Por exemplo: Mario Chady e Eduardo Ouvírio, do Grupo Trigo, passaram por situações extremamente desafiadoras no começo de suas carreiras empreendedoras. Seu primeiro restaurante ogo foi um sucesso, mas tinha uma gestão tão desorganizada que chegou a falir. Se você já comeu no Spoleto, na Domino’s ou no Koni, sabe que essa história teve um final feliz. Por quê? Perseverança.Joy também teve que enfrentar, além da sua dificuldade financeira, uma confusão burocrática, um fracasso total no momento em que seu produto foi posto à venda e o desafio constante de acreditar na sua ideia, mesmo quando sua família toda dizia que o seu negócio estava destinado ao fim.5. Ninguém vende seu negócio tão bem quanto vocêQuando você pensa em um esfregão, aposto que a primeira imagem que vem a sua cabeça é a de uma pessoa que trabalha em casa ou em algum departamento de limpeza. Qual seria a sua reação ao ver um comercial em que um homem, de terno e gravata, estivesse tentando vender esse produto? Essa foi justamente a razão pela qual, em um primeiro momento, os produtos de Joy foram rejeitados pelos consumidores.Bastou que a dona de casa subisse ao palco, com sua cara e coragem, e explicasse o conceito de seu novo produto de uma forma simples e direta que as vendas voaram, e você sabe o porquê desse resultado? Empatia pela marca é tudo e ninguém representa melhor a sua empresa ou negócio do que você!6. Você não precisa entrar nessa experiência sozinhoSer empreendedor é mais do que só ter uma ideia fantástica, é conseguir compartilhar as suas angústias e dificuldades com uma rede de apoio que vai te ajudar a passar por fases ruins da melhor forma, oferecendo ótimos conselhos e puxões de orelha.Essa rede de apoio pode ser formada por amigos que sempre acreditaram no seu potencial, pela sua família, por aquela pessoa que te incentivou a seguir em frente quando nada parecia dar certo, ou até mesmo por mentores e consultores que podem orientar você a fazer a escolha certa ou te ajudar quando você estiver em apuros.De qualquer maneira, o importante é saber que não é por que você embarcou nessa viagem sozinho que você deve remar sem a ajuda de ninguém.7. Ultrapasse suas barreirasTirar a ideia do papel é uma tarefa difícil, mas não impossível. Sabe aquele famoso mimimi que tantos reproduzem? Então, se ele está fazendo parte do seu vocabulário, já pode ir jogando fora.Sabemos que o ambiente de negócios brasileiro não é um o sonho da maioria dos empreendedores, mas se tantos já conseguiram prosperar mesmo com essas condições, por que não tentar, não é mesmo? O não você já tem, que tal sair da sua zona de conforto, pegar o que você acredita, misturar com força de vontade e ir atrás do que realmente faz seus olhos brilharem?Deixe o “e se” de lado e troque pelo “vai que dá!” que já vimos dar certo tantas vezes. Joy quebrou muitas barreiras durante a sua história, além de primeiro retomar aquele sonho de infância que estava a anos adormecido, ela lutou por seus direitos até o final, principalmente em um dos momentos mais difíceis da sua trajetória, a briga pela patente do seu próprio produto.8. Give BackA nossa amada personagem Joy, quando enfim se torna uma bem-sucedida mulher de negócios, olha para trás, para todas as dificuldades que enfrentou, os amigos que ganhou e perdeu, os atalhos que deixou de lado e pensa: agora é hora de ajudar pessoas que, como eu, tiveram uma ideia e acreditam que ela pode revolucionar o modo que olhamos para algo.Saber que existem pessoas que irão te ajudar ao longo do caminho não só as torna mais confiantes, como também faz com que elas tenham mais vontade de ir além e conseguir fazer o mesmo que você faz por elas: devolver o que você recebeu durante todo seu percurso.Fonte: *Publicado por Endeavor

5 conselhos do criador do Habib’s para empreendedores

Alberto Saraiva, criador do Habib's e do Ragazzo, acredita que amar os clientes é a base para o sucesso de uma empresa

Alberto Saraiva produz esfihas durante palestra na Feira do Empreendedor SP (Foto: Divulgação/SebraeSP)
Para Alberto Saraiva, criador e presidente do Habib's, empresa com mais de 25 anos de história no Brasil, a crise não é um problema. Segundo o empreendedor, só em 2015, a empresa seguiu com um crescimento na lucratividade de 10%, construindo entre 30 e 40 lojas novas por mês. Seu segredo? Amar os clientes. “Precisa de amor para atingir o sucesso profissional.”
“Que tipo de relacionamento você tem com o seu cliente? É de amor ou interesse econômico?”. Para Saraiva, as respostas dessas perguntas escodem soluções para os empreendedores vencerem dificuldades.
O criador da maior rede de fast food árabe do mundo também acredita que o empreendedor que deseja obter sucesso não pode ter medo de colocar a mão na massa. Durante sua palestra na Feira do Empreendedor SP, Saraiva inclusive preparou esfihas para o público. “Não há nada melhor do que vencer pelas próprias mãos”, diz.Durante sua palestra, listou outras recomendações para quem está pensando em abrir um negócio. Confira:1. Pense nas pessoasNa visão do criador do Habib’s, o empreendedor deve construir um negócio que pense nas pessoas. Por isso, a empresa precisa oferecer vantagens que atendam aos seus interesses. “Quando eles precisarem de algo a mais, vai responder com sim? Pois deveria.”2. DeterminaçãoSaraiva, que enfrentou a morte do seu pai ainda jovem, acredita que determinação é essencial para o empreendedor. “Encarar os problemas da vida com coragem faz a gente seguir em frente. Assim conseguimos trabalhar sem descanso, com força e garra.”3. Tenha um diferencialO presidente da rede de fast food considera os seus baixos preços um diferencial. E é nesse fato que apoia todas as suas campanhas de marketing, por exemplo. “O zero à esquerda [em referência ao valor das esfihas] nunca foi tão querido no Brasil.”
Alberto Saraiva, presidente do Habib's, durante palestra na Feira do Empreendedor SP (Foto: Divulgação/SebraeSP)
4. Fracasso“Fracasso, persistência e determinação fazem parte da vida. Andam juntos.” Com as falhas, Saraiva diz ter aprendido muito. Por isso, ele deixa uma dica para os empreendedores: “O sucesso costuma vir somente depois de muitos fracassos.”5. Elimine atravessadoresPara eliminar os atravessadores, Saraiva é dono das fazendas que produzem o queijo das suas esfihas, da agência de publicidade que faz as propagandas da marca e da empresa que realiza o serviço de atendimento ao cliente do Habib’s e do Ragazzo. “É economia de escala. Dessa forma, a gente reduz os preços da matéria-prima.”Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Taxa de empreendedorismo é a maior em 14 anos

De cada dez brasileiros adultos, quatro já possuem ou estão envolvidos com a criação de uma empresa. É o que revela a nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, patrocinada pelo Sebrae no Brasil. No ano passado, a taxa de empreendedorismo no país foi de 39,3%, o maior índice dos últimos 14 anos e quase o dobro do registrado em 2002, quando a taxa era de 20,9%.O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, destaca que o empreendedorismo é uma alternativa dos brasileiros para contornar as dificuldades que a economia vem passando. Para ele, é necessário promover ações que reduzam a burocracia, simplifiquem a legislação, facilitem o crédito e incentivem a educação empreendedora.“Precisamos facilitar a vida de quem empreende ou quer empreender. Quanto mais crédito e menos tempo o empresário perde com entraves burocráticos, mais ele pode se dedicar ao seu negócio, o que gera mais emprego e renda para os brasileiros”, diz Afif. Quando comparada internacionalmente, a taxa de empreendedorismo brasileira é superior a dos Estados Unidos, México, Alemanha e dos países que compõem o Brics.A pesquisa também revela que 56% dos empreendedores que estão criando ou já abriram uma empresa identificaram uma oportunidade. Esse número sofreu uma queda em relação aos últimos anos e voltou ao mesmo patamar de 2007, quando a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa entrou em vigor. “Com a melhoria do ambiente legal no Brasil, presenciamos um boom no empreendedorismo. O aumento de incentivos influenciou o forte crescimento do empreendedorismo por oportunidade, que pode ter voltado a um patamar mais equilibrado quando comparado com o empreendedorismo por necessidade”, destaca o presidente do Sebrae.A GEMA pesquisa GEM é parte do projeto Global Entrepreneurship Monitor, iniciado em 1999 com uma parceria entre a London Business School e o Babson College, abrangendo dez países no primeiro ano. Desde então, quase cem países se associaram ao projeto, que constitui o maior estudo em andamento sobre o empreendedorismo no mundo. No Brasil, a pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e novembro de 2015 e entrevistou duas mil pessoas entre 18 e 64 anos de todas as regiões do país, e 74 especialistas em empreendedorismo.Fonte: Empreendedor

Empreendedor traz para o Brasil sorvete fabricado a base de nitrogênio

Azato Nitro Gelato tem planos ousados e deve abrir cerca de 30 unidades em 2016.

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André Luchesi tem uma trajetória cheia de desafios e superações. Formado em economia pela UNESP e especializado em finanças pela FIA/USP, o paulista do município de Araraquara sempre foi um apaixonado por viagens e gastronomia.  De origem humilde, no entanto, Luchesi investiu em uma carreira corporativa, a fim de viabilizar os seus sonhos pessoais: conhecer lugares e sabores do mundo.
Atuou por dez anos em diversas instituições bancárias, logo conquistando uma posição gerencial. Em 2013 ingressou em uma tradicional indústria de alimentos, onde a sua identificação com o setor só cresceu. Apesar da estabilidade e do sucesso profissional, a vontade de empreender sempre foi algo latente. Sua inspiração, certamente, é a sua mãe, D. Stela, que durante muitos anos complementou a renda da família administrando uma pequena bomboniere na sua cidade natal.Já de posse de uma reserva financeira, Luchesi decidiu pesquisar o nicho dos gelatos, cujo hábito de consumir se intensificou devido às recorrentes viagens realizadas à Itália. Nesse cenário, como desejava algo realmente inovador, o produto elaborado com nitrogênio líquido surgiu como uma opção perfeita. Assim foi fundada a AZATO, que já contempla em sua marca o Azoto, que significa nitrogênio em italiano, e o tradicional gelato.O método de fabricação da AZATO utiliza nitrogênio líquido e produtos frescos, totalmente sem conservantes e livres de glúten. Congelado instantaneamente, devido à baixa temperatura do nitrogênio, -196º C, o resultado final é um gelato cremoso e saboroso, sem a formação de cristais de gelo. Segundo o empresário, o gelatoAZATO, além de inovador, é um produto delicioso, que faz bem à saúde. “Oferecemos opções variadas de sabores, como frutas frescas, todas cortadas 100% no dia do uso. Também não trabalhamos com produtos desenvolvidos quimicamente”, explica. “Como o consumidor escolhe os ingredientes, que podem contemplar até bebidas alcoolicas, hoje possibilitamos mais de 100 mil combinações de sabores!”, destaca.Outro importante diferencial é que como o gelato é feito na hora, a base é livre de conservantes e gorduras hidrogenadas. “A única gordura da composição vem do creme de leite”, ressalta Luchesi. Há também a opção de base funcional, sem lactose, que conta com açúcar demerara e óleo de coco como fontes de gordura. “E para os consumidores que têm restrição ao açúcar, a AZATO tem no cardápio o sorbet, ideal para os diabéticos”, complementa o empreendedor.Hoje, a AZATO conta com uma loja própria, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, mas os planos de expansão são bastante ousados. A unidade piloto, liderada por Luchesi, atingiu faturamento mensal de R$ 85 mil. “Por conta deste sucesso, acabamos de aderir ao sistema de licenciamento por meio de franquias. O investidor poderá optar pelos modelos de loja tradicional ou quiosque. A meta é a abertura de 30 unidades somente este ano”, finaliza.

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