Muitas vezes, o sonho de empreender vem atrelado a ideias erradas. Se não corrigidas a tempo, elas podem até mesmo causar o fim de um negócio promissor.
Dúvida: empreender virou o sonho de milhões de brasileiros, mas ainda há muitos pensamentos errôneos (Thinkstock)
São Paulo – Muita gente sonha em empreender. O problema é que, muitas vezes, esse sonho vem atrelado a concepções erradas sobre como é o dia a dia do empreendedor.Se não corrigidas a tempo, essas ilusões podem gerar muito estresse e até mesmo o fim de um negócio promissor.Por isso, consultamos especialistas para levantar quais as ideias erradas mais comuns entre aqueles que desejam ter o seu próprio negócio. Será que você acredita em alguma delas?
1 – Síndrome de super-homem
Achar que você, empreendedor, precisa dar conta de todas as necessidades do negócio é um erro bem comum entre os principiantes, e que pode levar à estafa e à falta de eficiência.“O empreendedor não tem que fazer tudo. Ele deve pensar o negócio, mas tem que contar com parceiros, sócios, investidores, funcionários. É preciso distribuir a responsabilidade, caso contrário ele fica sobrecarregado, e o negócio centralizado, muito dependente de sua figura”, explica Marcus Cordeiro, sócio-diretor da consultoria Ba}Stockler.
2 – Empreender para ter sossego
Quem nunca ouviu alguém dizer que vai abrir o próprio negócio para “ser o próprio chefe”, ou “ter mais tempo livre”. Se você pensa assim, saiba que está redondamente enganado – e que há grandes chances de se frustrar com a vida real de um empreendedor.“Isso é totalmente falso. Primeiro porque ele vai continuar respondendo para alguém, seja um sócio, um investidor ou mesmo seus funcionários. Portanto, a vida sem chefe não é como se imagina. Depois, ele precisa saber que vai trabalhar muito mais do que quando era empregado, mesmo que tenha mais flexibilidade de horário”, explica Cordeiro.Na visão do especialista, essa falsa imagem de que o empreendedor trabalha menos vem da ideia de que “a empresa trabalha para o empresário e por isso ele tem mais tempo livre para outras atividades”. Segundo ele, essa ideia só se aplica a empresas maiores. “Numa empresa maior, se o negócio se desenvolver, passa a ser mais fácil ter mais tempo. Mas isso só acontece se ele souber delegar e envolver a equipe e os sócios.”
3 – Esperando a ideia genial
Achar que só é possível empreender se você tiver uma ideia genial. Ou ainda que, como você teve uma ideia genial, seu negócio está garantido. Esses dois equívocos levam muita gente para o buraco.“A ideia representa apenas de 5% a 10% do valor agregado do negócio. O que importante mesmo é como você executa essa ideia e a coloca no mercado. Você pode ter uma grande ideia, mas não saber traduzi-la para os clientes”, explica Cordeiro.O melhor caminho, segundo o especialista, é olhar em primeiro lugar para o cliente, e para quais necessidades dele o empreendedor deseja atender. “Só então ele deve olhar para a ideia. E não precisa ser uma ideia que vai mudar o mundo, pode ser algo que resolve pequenos problemas.”
4 – Rios de dinheiro
Quem nunca teve uma ideia de negócio, mas desistiu antes mesmo de começar porque não tinha dinheiro para investir? “É um equivoco clássico, achar que precisa de muito dinheiro para começar”, afirma Cordeiro.O especialista explica que o empreendedor deve, em primeiro lugar, testar a sua ideia em pequena escala (portanto, gastando pouco). “O empreendedor pode não ter recurso nenhum no começo. O que ele precisa é testar sua ideia. Uma vez que ele faz isso de forma estruturada, fica fácil conseguir dinheiro”, diz.Isso porque, com um teste da sua ideia em mãos, fica muito mais fácil convencer investidores a colocar dinheiro no negócio, conclui o consultor.
5 – Quero ser rico
Empreender para ficar rico é uma ideia bem errada que pode frustrar muita gente. “Muitos empreendedores de sucesso erram duas ou três vezes antes de acertar. Essa é a realidade e o futuro empreendedor tem que ter esse espírito. Ele precisa estar atento para corrigir rotas, e isso pode significar falir um negócio e começar outro”, afirma Cordeiro.Sendo assim, se você já começa um negócio esperando o dia em que ele vai te deixar rico, talvez seja melhor rever esses planos.
6 – Intuição sem preparo
Confiar na intuição pode ajudar a tomar decisões importantes na vida. Mas você não pode depender apenas dela para ter um negócio de sucesso.“A intuição é um ponto de partida, mas não resolve todas as questões que surgem no empreendedorismo”, afirma Gilberto Braga, professor de empreendedorismo do Ibmec-RJ.Na prática, isso quer dizer que não basta você achar que seu negócio vai dar certo. É preciso testar, conversar com possíveis clientes, estudar a região em que você deseja atuar. Ou seja, fazer a lição de casa e o plano de negócios.
7 – O detalhe das contas
Você entende de um setor de mercado e decide iniciar um negócio naquele ramo. Seu produto é bom, elogiado pelos clientes, e você vai bem nos primeiros meses. Até que descobre que terá de fechar as portas.“Acompanhei um caso de uma pessoa que resolveu montar uma butique. O negócio deu muito certo no início, mas quebrou logo. Isso porque ela não sabia fazer controle de estoque e tirava mais dinheiro do que o negócio suportava. Faltava conhecimento de gestão financeira e administrativa”, conta o professor.Portanto, não adianta achar que o seu conhecimento de um setor será suficiente para manter o negócio de pé. É preciso saber gerir as finanças da empresa. Caso contrário, não há negócio que resista.
8 – Barato que sai caro
Outro erro comum de empreendedores de primeira viagem é querer economizar do jeito errado, improvisando serviços que deveriam ser feitos por profissionais.“Isso é muito comum. O empreendedor não procura uma ajuda técnica e recorre a amigos e conhecidos, pois acha que eles farão de graça ou cobrarão um preço simbólico pelo serviço. Porém, às vezes alguns dos improvisos são responsáveis pelo fracasso ou pela redução da margem de ganhos”, alerta Braga.O professor cita outro caso que conheceu. Uma família que decidiu abrir um bar, mas resolveu não contratar um arquiteto para desenhar o espaço. “Eles mesmos fizeram o projeto do lugar. O resultado foi que a saída dos pratos ficou de frente para o banheiro, gerando transtornos e prejuízos”, conta.
9 – Sonho X Realidade
Muitas vezes, o empreendedor tem um sonho antigo em relação ao seu negócio e faz de tudo para transformar aquilo em realidade quando tem a chance. Porém, é necessário, antes de mais nada, verificar na ponta do lápis se aquele sonho condiz com a realidade do empreendimento que você vai montar.O professor do Ibmec traz mais um exemplo: “Conheci uma moça que montou uma loja de quinquilharias, daquelas que vendem tudo barato. E ela contratou um marceneiro para fazer todas as prateleiras da loja de madeira com pátina. Ficou lindo, mas o custo era muito alto para o retorno que aquele tipo de negócio dava. Resultado: ela demorou muito mais para reaver seu investimento”.Para saber se o seu sonho se encaixa com a realidade do negócio que você escolheu, o segredo é ter um plano de negócios bem feito, indica Braga.
10 – Fórmula mágica da franquia
É comum a pessoa ter o sonho de empreender e decidir comprar uma franquia. Porém, muitas vezes, o empreendedor acha que, ao optar por uma marca que já existe, seus problemas acabaram e o sucesso está garantido. Obviamente, não é bem assim. As franquias não são fórmulas mágicas de sucesso.“É sempre importante o franqueado rever o contrato apresentado pelo franqueador, tanto do ponto de vista jurídico quanto financeiro. Não dá para achar que a franquia é garantia de sucesso”, alerta o professor do Ibmec.Fonte: Exame
Químico virou empreendedor com negócio que cuida de resíduos perigosos para empresas. Ele já fatura 650 mil reais e tem margem de lucro de até 70%
Barris: negócio recebe resíduos perigosos e cuida deles até o envio para o destino final (Thinkstock)
Quando funcionário de uma companhia de grande porte especializada em resíduos perigosos, o químico e gestor ambiental Flávio Bragante era sempre consultado por pequenas empresas interessadas no serviço para o descarte correto de seus rejeitos, devido ao risco da fiscalização. Mas nada podia ser feito, porque o mercado só recebia esses materiais para destinação final em quantidades bem maiores.Até que um dia o químico se viu inspirado a imaginar uma solução capaz de virar negócio e começou a desenhar um caminho. Os anos se passaram e, já trabalhando em uma fábrica de cimento adquirindo resíduos para combustão nos fornos, voltou a ser questionado sobre o assunto. “Foi quando decidi arrendar o galpão de um cliente e me desligar da cimenteira, iniciando uma nova atividade para oferecer alternativa ao lixo tóxico de indústrias menores, diante do grande potencial do segmento”, conta Bragante.Formatada para micros, pequenas e médias empresas, a solução permite um fim mais nobre e ambientalmente correto para materiais poluentes que muitas vezes vinham sendo descartados sem critérios em terrenos baldios, porque não havia quem os recebesse. Em 2010, o negócio finalmente começou a operar, após investimento inicial de R$ 100 mil na compra de equipamentos e nas licenças ambientais, que demoraram três anos para serem expedidas.
Com galpão localizado em São Roque e escritório administrativo em São Bernardo do Campo, ambos na Região Metropolitana de São Paulo, a Faex tem como base um processo que abrange desde o recebimento de resíduos perigosos e sua segregação e armazenamento até o envio para o destino final, principalmente blendeiras que abastecem fornos de cimenteiras. O galpão recebe óleos contaminados, lodos industriais, pós, solventes,
lâmpadas fluorescentes e outros produtos tóxicos, com destaque para os líquidos – um diferencial da empresa. Atualmente, são recebidos por mês 40 tambores de 200 litros, vindos de 50 indústrias de menor porte.A capacidade de processamento, no entanto, é dez vezes maior. Apesar do menor ritmo no último ano em consequência da queda da atividade econômica do País, o segmento apresenta expressivo potencial, devido ao impulso da lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a obrigação do registro no Cadastro Técnico Federal (CTF), em que o lixo das empresas e sua destinação são especificados. “A tendência é de crescimento do emprego de soluções à medida que a adesão ao cadastro aumenta”, analisa Bragante. Para ele, a maior responsabilidade ambiental e social das corporações, que disseminam regras em suas cadeias produtivas, ajuda a mobilizar pequenos fornecedores e prestadores de serviço para o tema.Além disso, a chegada de uma pequena empresa especializada na gestão de resíduos perigosos é bem-vinda para os gigantes do setor, que “precisam da gente para receber e encaminhar os resíduos, disseminando o tratamento final adequado, que é o principal serviço prestado por eles, na ponta do processo”.O negócio é atraente, com margem de lucro de 50%, podendo chegar a 70%, segundo o empreendedor, animado com a resposta do mercado à estratégia centrada nas empresas de menor porte. Entre 2010 e 2016, a Faex registrou crescimento anual médio de 20% a 30%, com faturamento de R$ 650 mil em 2015.Para melhorar a logística e ampliar a escala, o plano é instalar mais bases no ABC e outras regiões no interior paulista, além da compra de frota própria de caminhões, com investimento de R$ 2 milhões. O modelo de franquia poderá ser o caminho para atingir o restante do País, em polos econômicos de alta demanda, também pressionados pela fiscalização. Mas qualquer expansão, de acordo com Bragante, deverá priorizar a qualificação profissional, porque “a credibilidade é o principal segredo do negócio com resíduos perigosos”.FICHA: FAEX SOLUÇÕES AMBIENTAISMicroempresaSetor: ResíduosFaturamento em 2015: R$ 626 milFuncionários: 3Fundação: 2011Principais clientes: Fábrica de Artefatos de Latex Blowtex, Aquapolo Ambiental, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Wika do Brasil, Anchieta Serviços Educacionais, Ata Indústria e Comércio de Tensoativos.O que faz: Coleta e destinação correta de resíduos sólidos perigosos industriais, voltadas para o atendimento de pequenos volumes. O material é recebido no centro de estocagem e posteriormente enviado para o descarte final.Inovação para a sustentabilidade: Viabiliza a gestão desses resíduos para micros, pequenas e médias empresas industriais e prestadoras de serviço que têm dificuldades em destinar corretamente tais materiais, que geralmente são coletados somente a partir de uma quantidade mínima de 5 toneladas. A empresa atende também grandes corporações que geram um determinado resíduo em pequenas quantidades.Potencial: A empresa atua em nicho com alta demanda e uma escassez de empresas preparadas para o seu atendimento. Para ganhar escala, o negócio prevê a contratação de pessoal qualificado e novas sedes na Região Metropolitana de São Paulo e no interior paulista, além de maior esforço de divulgação junto aos diferentes setores produtivos.Destaques da gestão: Possui sistema de gestão de desempenho baseado em indicadores relacionados a objetivos e metas corporativas, incluindo temas socioambientais em seu planejamento estratégico. O centro de estocagem da empresa segue todas as normas legais. O consumo de energia elétrica é menor com o uso de telhas translúcidas que permitem realizar o trabalho em até 90% do período diurno apenas com luz natural. Possui, também, um sistema de captação de água pluvial.Texto publicado originalmente no Página22, no Guia de Inovação para a Sustentabilidade em MPE 2016.Fonte: EXAME
Sem disciplina, as retiradas podem comprometer as finanças da empresa
Misturar contas pessoais com as da empresa é um dos erros mais comuns e graves que os empreendedores cometem. Usar o dinheiro de uma venda para pagar as compras do mês pode consumir as finanças da empresa e deixar o negócio no vermelho. “Brinco que 99,9% dos empreendedores misturam contas pessoas com profissionais. Isso prejudica a empresa que acaba entrando no cheque especial e cartão de crédito sem limites”, diz João Carlos Natal, consultor do Sebrae/SP.Entender que o faturamento é igual o holerite pode levar a empresa à falência. “Acontece muito de colocar um percentual da receita como salário e isso é errado”, afirma Natal.Para Paulo Guilherme Lopes Wyss, professor da BSP – Business School São Paulo, a falta de disciplina na hora de administrar o negócio atrapalha as finanças pessoais também. “Tirar dinheiro da empresa quando precisar é a forma mais comum de pró-labore. Infelizmente, os empreendedores não tem disciplina”, diz Wyss.Para Natal e Wyss, a maneira mais correta de realizar retiradas na empresa é ter um valor de “salário”. A primeira pergunta que o empreendedor deve responder é quanto ele pagaria a um funcionário que executasse as mesmas tarefas dele. “Se ele é diretor comercial, por exemplo, tem que consultar pesquisas de salários e ver quanto ganharia um profissional na mesma área em empresas de porte semelhante. O mais correto é atribuir a si próprio o mesmo valor”, diz Wyss. E se o valor não for suficiente? “Algo que ele precise a mais deve ser pago por dividendo”, afirma o professor.A distribuição dos lucros depende, primeiro, da empresa estar no caminho certo, gerando resultados positivos. Depois, é preciso ter regras bem definidas para que os lucros sejam divididos, como periodicidade, valor de cada sócio e reserva de caixa. Se um sócio não exerce uma atividade operacional na empresa, ele deve receber apenas neste momento.Outra forma comum de calcular o pró-labore é com base na necessidade. “É montar um orçamento doméstico e ver qual a necessidade dele. Normalmente, a empresa pode pagar isso. É o que os empreendedores já retiram”, diz Natal.E se ele quiser um aumento? Existem algumas regras básicas, segundo o consultor. Hoje, as despesas fixas não podem ultrapassar um percentual na formação do preço: 20% para a indústria, 25% para o comércio e 33,3% para serviços.Logo, se o empreendedor quiser aumentar seus rendimentos, precisa fazer entrar mais dinheiro. “Por exemplo, no comércio, para cada R$ 1 de despesa, ele precisa trazer R$ 4 de receita. Por isso, se tem pró-labore de R$ 2000 e gostaria de aumentar para R$ 3000, ele precisa trazer mais R$ 4000 de receita”, afirma Natal.Não tem fórmula mágica: é preciso aumentar as vendas para conseguir aumentar também o valor da retirada sem quebrar a estrutura financeira da empresa.Fonte: PEGN
Antônio Viegas era bem sucedido como dentista, mas infeliz. Após querer emoldurar um quadro, teve uma ideia de negócio que mudaria sua vida.
Antônio Viegas, da Moldura Minuto: ele percebeu uma oportunidade de negócio quando foi emoldurar um quadro (Divulgação)
São Paulo – Quando se fala em inovação, muitos pensam em ideias de negócio mirabolantes, que mudam o funcionamento da sociedade. Mas, na verdade, é possível inovar em um negócio por meio de pequenas mudanças: assumindo um atendimento mais personalizado ou otimizando alguma etapa da produção, por exemplo.A Moldura Minuto, por exemplo, atua em um setor bem tradicional – o de quadros. Porém, sua inovação em processos fez com que o negócio caísse no gosto do público. Isso rendeu não só uma rede de franquias com 60 lojas operando, mas também um faturamento de 37 milhões de reais em 2016, pleno ano de crise econômica.Para inovar, não é nem mesmo preciso ser um grande especialista no seu ramo de atuação: Antônio Viegas, fundador da rede e ex-dentista, conseguiu perceber as falhas no processo tradicional justamente porque era apenas um consumidor de molduras.
Primeiros passos
O futuro empreendedor Antônio Viegas já estava infeliz com a carreira de dentista desde a faculdade – mas, como já estava no terceiro ano do curso, decidiu completá-lo.Recém-formado, soube que havia muitas oportunidades de emprego em odontologia em Portugal. Ele e a esposa se mudaram para o país, com a ideia de voltar após cinco anos de acumulação provisória de patrimônio. Porém, uma oportunidade de negócio mudaria esse plano.“Eu queria emoldurar alguns quadros para meu escritório e o processo demorou 15 dias. Fiquei pensando em como era possível demorar tanto, e minha necessidade se transformou em oportunidade de negócio”, conta Viegas.O empreendedor sempre teve o plano de voltar ao Brasil após levantar algum dinheiro e, com essa ideia de negócio, resolveu antecipá-lo. De volta ao país após três anos em Portugal, montou um negócio focado em moldura rápida, com um investimento inicial de 250 mil reais.“Eu nem imaginava como funcionava um negócio do ramo: só vi uma oportunidade de mercado por ter sido um cliente insatisfeito mesmo”, conta Viegas. “Aí fui estudar e criei o processo de moldura rápida”.
Diferenciais e expansão por franquias
A Moldura Minuto surgiu em 1999 como uma pequena molduraria, de 35 m². Seu diferencial estava na rapidez da linha de produção – todos os equipamentos estão ao alcance da mão, por exemplo. Enquanto Viegas cuidava das molduras, sua esposa fazia a venda no balcão.Segundo o empreendedor, até nos dias de hoje, as empresas de moldura não são pensadas e estruturadas como um negócio – são algo mais familiar, que passa de geração para geração, sem muita preocupação com aspectos técnicos de gestão. “Como dentista, aprendi que o estoque de produtos é essencial e que todas as ferramentas precisam estar à mão”, afirma Viegas.A marca promete emoldurar um quadro em até uma hora, mas geralmente o processo demora alguns minutos, diz o empreendedor. Além disso, as lojas possuem entre 250 e 600 referências de molduras (das lojas tradicionais às lojas-conceito).“Temos um software logístico que identifica quando um material está acabando e já realiza o pedido correspondente. Assim, também não perdemos tempo com a gestão do estoque, focando apenas no trabalho de moldura.”
Loja da Moldura Minuto, modelo tradicional
Com esse diferencial de rapidez no processo, a Moldura Minuto cresceu – e, no segundo ano de negócio, já abriu sua primeira unidade franqueada, a partir do pedido de um interessado na loja própria de Viegas.Depois dessa experiência, o empreendedor desenhou um plano de franqueamento. Hoje, a Moldura Minuto é uma rede de 60 lojas.
Novos posicionamentos
Segundo Viegas, a Moldura Minuto conseguiu se destacar nos primeiros dez anos de negócio apenas por sua eficiência em emoldurar, por um preço adequado. Mas, por volta do ano 2009, resolveu focar também no segmento de decoração.“Uma hora, eu sabia que essa rapidez de moldura ou viraria um commodity, algo já tomado como obrigação, ou surgiriam concorrentes. Eu sempre faço um planejamento para os próximos cinco anos, e por isso resolvi alterar o posicionamento já naquela época.”Hoje, o negócio faz composições e montagens de quadros, além da molduraria em si. “É como se um arquiteto fizesse não só projetos de casas padrão, mas também construções ícones do mundo da arquitetura”, explica o empreendedor. “O cliente agora pensa na Moldura Minuto não só pelas molduras, mas também pelos quadros.”
Quadros montados pela Moldura Minuto
A receita parece ter funcionado: no acumulado de 2016, a rede Moldura Minuto faturou 37 milhões de reais. Em 2017, o negócio quer crescer esse faturamento em 35%.O plano do próximo ano envolve a superação da recessão econômica, por meio do lançamento de um modelo mais enxuto, chamado “Express”. A primeira loja desse formato será inaugurada em fevereiro de 2017.“É uma loja menor, colocada em shoppings e supermercados, focada na oficina de molduras. Já o modelo tradicional oferece o serviço adicional de composição de quadros”, explica o empreendedor. Em 2017, a Moldura Minuto quer abrir 30 unidades, contando com os dois modelos.ExpressInvestimento inicial: 110 mil reais
Prazo de retorno: 18 mesesTradicionalInvestimento inicial: 250 mil reais
Prazo de retorno: 24 mesesFonte: Exame
A família Burmaian fatura mais de 2 bilhões de reais por ano com outro banco na Flórida, oito redes com mais de 400 lojas e cinco shoppings no país
Loja da World Tennis, em São Paulo: uma das oito redes que a família Burmaian controla (Germano Luders/Revista EXAME)
São Paulo — No fim de outubro, a empresária Hilda Burmaian desembolsou, em duas semanas, 60 milhões de reais para comprar ações do Banco Sofisa. Hilda é a controladora do banco desde a morte do marido, em 2006, e seus quatro filhos também são acionistas. O propósito era fechar o capital da empresa num momento de forte desvalorização das ações — os papéis foram comprados a 4,5 reais e haviam sido vendidos, na oferta pública inicial nove anos antes, a 12 reais.Os controladores também precisavam obedecer a uma ordem da Comissão de Valores Mobiliários, que identificou, em 2014, que os Burmaian haviam comprado mais ações do que poderiam no mercado e que seriam obrigados a fazer uma oferta de compra aos minoritários — ou teriam de vender algumas de suas ações. Em dezembro, o Sofisa voltou a ser um banco de capital fechado.De origem armênia, a família Burmaian operou sob absoluta discrição durante décadas. E o Sofisa é apenas um de seus vários negócios, que, somados, faturam mais de 2 bilhões de reais por ano. Os Burmaian têm um banco nos Estados Unidos, cinco shoppings no interior de São Paulo, três redes de alimentação, três redes de lojas de calçados e duas redes de vestuário, num total de quase 450 lojas no país, entre próprias e franqueadas.O atual presidente do Sofisa é Alexandre, um dos quatro filhos de Hilda com Varujan Burmaian — este, o fundador do grupo. Antes de assumir o Sofisa, Alexandre morou sete anos nos Estados Unidos, onde comandava o outro banco da família — o Sunstate Bank, na Flórida. Criado em 1999, o Sunstate é um dos menores bancos do estado, com três agências de atendimento e 200 milhões de dólares em ativos.No fim de 2014, o conselho de administração do Sunstate foi notificado pelos reguladores americanos de que deveria ter participação mais ativa no dia a dia do banco e melhorar suas práticas de controle de risco — consideradas fracas pelos reguladores em quesitos como identificação de lavagem de dinheiro. Em 2016, o Sunstate concluiu as mudanças de controle e ficou livre de multas administrativas. No Brasil, a trajetória do Sofisa no mercado acionário não foi das mais brilhantes.Criado na década de 60 como uma financeira especializada em varejo, foi comprado por Varujan em 1981 e transformado num banco dedicado a atender pequenas e médias empresas. Como as companhias menores foram as primeiras a sentir o impacto da atual crise econômica, o resultado do banco foi afetado. O Sofisa chegou a suspender novos empréstimos em 2014, abrindo mão de crescer para reduzir o risco de inadimplência.O banco, que chegou à bolsa com patrimônio de 854 milhões de reais, despediu-se com patrimônio de 740 milhões de reais e uma carteira de crédito 30% menor. A principal inovação do banco foi a criação de um modelo de investimento online. O Sofisa Direto, plataforma de investimentos do banco, foi lançado em 2011, e o banco foi o primeiro a não cobrar taxa de abertura de conta e a comparar os papéis de renda fixa privados com títulos públicos.Mas vieram concorrentes, como XP Investimentos, Órama, Rico e Easyinvest, e o Sofisa, que só oferece os próprios papéis, ficou para trás. A história do Sofisa não é muito diferente de outros bancos médios listados em bolsa que também foram pressionados pela crise: o Indusval busca uma nova capitalização, o banco BIC foi vendido a um grupo chinês, o Cruzeiro do Sul quebrou e o Daycoval encolheu.
Varujan e o varejo
Marcio Kumruiam, fundador da loja eletrônica de artigos esportivos Netshoes, gosta de dizer que os descendentes de armênios não têm antepassados, mas “antessapatos”. Sua família milita no varejo calçadista desde os anos 80, e ele adaptou a tradição aos tempos da internet. Não foi diferente com os Burmaian. Os pais de Varujan vieram para o Brasil fugidos do genocídio armênio no Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial.A família abriu um armarinho nos anos 60, mas Varujan decidiu seguir o caminho da comunidade armênia e montou uma loja popular de sapatos, a Dic Calçados, na rua São Bento, no centro de São Paulo. Nos anos 90, inaugurou a rede de calçados esportivos World Tennis. O filho Ricardo, que era o encarregado das compras da Dic, assumiu o novo negócio. Ainda hoje a World Tennis é a única rede nacional especializada em tênis, com 255 lojas.Em 1999, Ricardo fez uma parceria com o site de leilões Arremate para vender calçados pela internet, antes da existência de concorrentes como Dafiti e da entrada de outras redes tradicionais no varejo online, como a mineira Centauro. Nos últimos seis anos, a World Tennis fez duas aquisições para reduzir a concorrência, as redes especializadas Tennis One e Oxto. A Oxto acabou virando a marca própria de calçados do grupo e -suas lojas foram convertidas nas outras bandeiras. O grupo criou ainda uma nova rede, a World Tennis Classic, que voltou a incluir sapatos nas prateleiras, ao lado dos tênis.Foi por meio de aquisições também que a família entrou no ramo de alimentação em 2014. Hoje tem três redes de franquias de comida, incluindo alimentação saudável, cafeteria e batatas recheadas. As redes mantêm um controle rígido da expansão e da vida financeira dos franqueados — que não podem tomar empréstimos bancários, por exemplo. Também há um sistema de multas aos franqueados se houver reclamações de clientes.Com a experiência em comércio, o grupo da família Burmaian passou a investir também em shoppings — hoje é dono ou tem participação em cinco centros de compras no interior de São Paulo. Completam o império dos Burmaian outras duas redes de roupas, com seis lojas. Muitos de seus franqueados têm lojas de mais de uma das redes dos Burmaian. “Ter diversas marcas para oferecer aos franqueados virou uma forte tendência no Brasil”, afirma Alberto Serrentino, diretor da consultoria de varejo Varese.Assim, os Burmaian emplacam todas as suas oito marcas nos shoppings de que são sócios, e o mesmo franqueado pode ter duas lojas de tênis de redes diferentes e um restaurante. Procurada, a família não deu entrevista. Com a morte do patriarca, há dez anos, os dois filhos homens dividiram o comando dos negócios. Ricardo fica com o varejo; e Alexandre, com os bancos.As duas filhas de Hilda e Varujan, Valéria e Cláudia, não interferem nos negócios e ficam longe das colunas sociais — só foram citadas na época de seus casamentos, na devida tradição armênia, com alianças trocadas logo no início da cerimônia e os noivos coroados pelo padre; o convite foi enviado até ao presidente da Armênia (que acabou não aparecendo). Hilda só participa de eventos oficiais, que tenham o intuito de promover a cultura armênia ou arrecadar fundos para causas no país.Ela é hoje a cônsul da Armênia em São Paulo — a sede do consulado, aliás, fica no prédio do Banco Sofisa, na capital paulista. Ricardo é considerado centralizador e bem-sucedido nos negócios de franquias, mas poucas pessoas nesse setor o conhecem pessoalmente. Não investe em campanhas de televisão nem bombardeia possíveis clientes com anúncios na internet. Alexandre, o rosto mais conhecido, foi sócio da boate Club Disco, em São Paulo, vai continuar à frente do Sofisa com a saída da bolsa e faz parte do conselho do banco Sunstate.O período que se seguiu à abertura do capital do Sofisa foi o auge da notoriedade dos Burmaian. Nos tempos em que a ação subia, a família apareceu na lista de bilionários da revista Forbes. Como os resultados do banco pioraram e as ações caíram, deixou a lista. Agora que o Sofisa saiu da bolsa, vai ficar bem mais difícil calcular o patrimônio dos Burmaian, e seu nome tende a rarear ainda mais no noticiário — as coisas, portanto, vão voltar a ser do jeito que eles gostam.Fonte: Exame
Em um ano de incerteza econômica, deve-se minimizar ao máximo os riscos do negócio
Estima-se que o Brasil tenha mais de 9 milhões de micro e pequenos negócios, representando 27% do PIB brasileiro, de acordo com levantamento feito pelo SEBRAE. O País já formalizou mais de 6 milhões de microempreendedores individuais desde 2008 e, até setembro deste ano, já são mais de 6,4 milhões.
No entanto, a taxa de mortalidade das empresas é ainda alta, segundo o levantamento “Demografia das Empresas 2014”, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De cada dez empresas, seis encerram as atividades após cinco anos.Alguns motivos justificam o desarranjo, como abrir o próprio negócio sem se planejar, estudar o mercado, prever cenários e ter uma reserva de capital.Ricardo Assaf, presidente da ABSCM – Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédito, dá dicas de como o empreendedor deve se organizar desde já para iniciar bem o próximo ano, a começar pela parte mais importante que é o planejamento.
Como o empreendedor pode se planejar financeiramente para começar com o pé direito nos negócios em 2017?
O planejamento é fundamental para qualquer fase do negócio. Não há exatamente uma fronteira de tempo, prazo e escopo para fazer, pois é aberto e inteiramente dependente do empreendedor. Por este exato motivo as pessoas acabam não focando no plano e apenas nas questões operacionais do dia a dia e execução. Normalmente, as empresas se planejam durante um ano e, é claro que ajustes são necessários ao longo da operação, pois isso o planejamento é dinâmico e não estático. Em resumo: um bom plano começa com grandes perguntas e, a partir delas, cria-se uma teia de ações, além de indicar diversos cenários.
O que empreendedor deve levar em consideração na hora de fazer um bom planejamento?
Todo e qualquer planejamento deve focar nas principais perguntas que afetam o negócio. Elas, normalmente, são difíceis de responder já que são amplas e dependem de muitas variáveis. “Como aumentar meu faturamento”? e “Como abaixar meu custo?” devem nortear o plano. Para ajudar a definir estas questões existe um modelo muito usual chamado de 3Cs, que foi desenhado pelo famoso teórico organizacional japonês Kenichi Ohmae, professor dos programas de MBA em Stanford e UCLA.O método foca em três grandes grupos: clientes, ajuda a definir as principais necessidades de públicos-alvo, competidores: explora as vantagens competitivas da proposta de valor e corporation: (empresa), detecta habilidades efetivas da corporação para criar valor, se diferenciar da concorrência e atender de forma efetiva a clientela.
Qual a importância de se ter uma reserva financeira, capital, além do já previsto para a abertura da empresa?
O plano financeiro é fundamental e, normalmente, é esboçado em um orçamento anual, com metas bem realistas de gastos, principalmente naqueles que são chaves ao seu negócio. O processo de abertura de empresa é algo que, implicitamente, tem um grande risco e pode afetar o fluxo de caixa inicial, impactando o desenvolvimento futuro. Um dos fatores de fracasso das empresas nos primeiros cinco anos, segundo apurado pelo Sebrae, é a falta de capital e lucro, bem como a ausência de um planejamento. Não é à toa que a taxa de mortalidade inicial é muito alta. Em 2013, a porcentagem de empresas que fecharam as portas, com até seis meses de abertura, foi de 82%.
Quais são os pontos de risco na abertura da empresa?
Os mais comuns são clientes que ainda não estão acostumados com a marca, produto ou serviço, o tempo de acerto do modelo do negócio, questões que envolvem a organização da matéria-prima, ponto de venda e os custos inicias que podem ter sido estimados de forma errada ou otimistas demais. O empreendedor sempre terá contratempos e pontos críticos não previstos durante o início do empreendimento. E acreditem, o fluxo inicial de qualquer negócio é muito pesado.
Como reduzir os riscos?
É muito importante prever uma “gordura”, ou seja, capital para garantir o fluxo de caixa mês a mês. Especialistas apontam que é necessário ter uma garantia de 6 a 12 meses, ou seja, um saldo suficiente na conta bancária para segurar esse período que, no início, é sempre mais delicado e arriscado.
Quais as opções hoje no mercado que o microempreendedor tem para dar uma guinada nos negócios?
O empreendedor precisa estar antenado para as novas tendências de mercado e às mudanças nas plataformas tradicionais. Ele deve aproveitar as lições de mercado de forma rápida e adaptá-las ao seu negócio. Um caso muito prático: durante a crise há muita substituição de produtos e serviços por mais algo mais em conta. Pegamos como exemplo o seguro de carro: os tradicionais podem custar muito caro em relação ao valor do bem segurado. Por outro lado, as assistências, apesar de não serem seguros, se tornam muito procuradas na crise, pois o custo é menor que um seguro tradicional e proporcionam itens como guincho gratuito, convênio com oficinas, aluguel de carro em caso de problema ou pane e outros serviços. Em muitos casos há uma substituição efetiva dos seguros tradicionais, mais caros, pela assistência, mais barata.
O ano de 2017 será bom para empreender?
A crise normalmente cria oportunidades magníficas aos empreendedores, pois novos modelos de negócio são criados, produtos alternativos são levados ao mercado e plataformas tradicionais são desafiadas. O ditado popular diz que: “enquanto existem pessoas que choram, há outras vendendo o lenço para enxugar as lágrimas”. Todo e qualquer empreendedor precisa, incialmente, ter esta filosofia e aplicar o planejamento + ação para transformar em realidade o seu desejo.
Por que o crédito produtivo é uma opção segura para quem está começando a empreender?
O crédito é um aliado ao negócio desde que bem usado. Por exemplo: há grandes descontos na compra de produtos ou serviços à vista, porém, muitas vezes, nos deparamos com a impossibilidade de usar o dinheiro da empresa para esse fim. O crédito pode reduzir imediatamente o custo da empresa e, ao mesmo tempo, beneficiar o fluxo de caixa já que pode ser parcelado em diversos meses. Muito comum também é a necessidade de usar o fluxo por conta de um imprevisto. Dependendo do custo, o crédito também pode ajudar a empresa. Uma instituição financeira qualificada pode antecipar este fluxo e impactar de forma positiva a produção. As SCMEEPPs – Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte são uma opção interessante, pois estão reguladas pelo Banco Central do Brasil, como uma forma de fomentar o empreendedorismo no Brasil.Fonte: Empreendedor
Frequentemente eleita uma das melhores empresas para trabalhar no mundo, a gigante de tecnologia também tem, sim, seus críticos; veja relatos
Site reúne reclamações de funcionários sobre o Google (Reuters/VEJA)
Presente em dez a cada dez pesquisas de melhores empresas para trabalhar, o Google construiu uma imagem do ‘paraíso na terra corporativa’ com seus escritórios coloridos e joviais, horários flexíveis e bons salários. Na pesquisa mais recente sobre o tema realizada nos Estados Unidos, a empresa figurou em quarto lugar. A crença, contudo, pode não ser tão realista assim, e mostra que toda utopia tem lá seus problemas.Funcionários e ex-funcionários da empresa nos EUA reuniram-se (virtualmente, é claro, e às vezes de forma anônima) para apontar os problemas da gigante de tecnologia, sonho de consumo de trabalhadores do mundo todo. A despeito dos prêmios recebidos como empregador, o Google não deixa de ser alvo também de ácidas críticas de alguns de seus ex-colaboradores, como relata o site Business Insider.Confira alguns depoimentos recolhidos do site Quora, que reúne os pensamentos:O Google é tão grande que pode te contratar graças a um erro – “Eu fui contactado pelo Google para um cargo de gerência. No mesmo momento em que fui contratado, outra pessoa, com o mesmo nome que o meu, também foi. Em algum ponto ao longo do processo, o RH errou feio, e quando eu comecei, eu estava em uma posição muito diferente da prometida, que teria sido oferecida para a outra pessoa.” (Anônimo)A gerência é perigosamente política – “A parte mais política da empresa é a gerência e recrutamento. Para conseguir um aumento, você precisa começar as relações com um ano de antecedência.” (Anônimo)Projetos podem ser interrompidos de maneira arbitrária o tempo todo – “A pior parte, para mim, é ver tantos projetos sendo cancelados arbitrariamente. Além disso, as pessoas que estavam envolvidas nesses projetos têm pedidos de promoção negados por terem falhado justamente nesses projetos.” (Anônimo)Tudo tem de ser grande – “A coisa mais frustrante é que tudo tem que ser dimensionado no lançamento. Você não tem a oportunidade de experimentar e, depois, crescer. O Facebook, por exemplo, começou em Harvard e lentamente cresceu para o público. Já o Orkut [surgido no Google] não teve a mesma oportunidade e sofreu com problemas de escala desde o primeiro dia.” (Piaw Na, empregado do Google)Legal para os amigos, difícil para o trabalhador – “Eu trabalhei no Google, e aquele era o lugar mais legal que eu poderia mostrar para meus amigos. O chefe parecia informal e relaxado, mas só parecia. Se você não prestasse a atenção necessária em suas dicas e suas ‘sugestões descoladas’, ia entrar em apuros.” (Anônimo)Narcisismo e autossuficiência – “É muito difícil discutir qualquer assunto com alguém a não ser que você esteja falando com um amigo (…) Discussões objetivas são raras, já que todo mundo quer defender seu território e não está interessado em opiniões de outras pessoas – a não ser que essas pessoas sejam ‘Deuses Importantes'” (Vlad Patryshev, ex-engenheiro de software)Ninguém acredita quando você diz que a empresa não é assim tão legal – “Quando as pessoas te perguntam se você ainda trabalha no Google, elas não querem ouvir nada que não seja total entusiasmo, relatos de quão sortudo você é por estar na empresa e do quanto você quer continuar nela. Se você decide sair ou não tiver outra coisa que não seja arco-íris e pôneis para falar sobre a companhia, praticamente todo mundo – da minha mãe ao motorista de táxi – exige uma explicação sobre isso.” (Katy Levison, ex-engenheira de software)Eles te dão tudo o que você quer, menos o que de fato importa – “Basicamente, você passa a maior parte do tempo comendo comida Google, com colegas Google, usando tecnologias Google, enviando e-mails Google a partir de telefones Google (…) Tudo reforça a ideia de que você seria maluco de querer estar em qualquer outro lugar (…), mas isso te custa as únicas coisas que, no fim das contas, de fato importam.” (Joe Canella, ex-funcionário)Fonte: Veja
Há 70 anos no mercado, o portfólio da Bic empresa vai muito além da caneta e a ideia de inovação tem acompanhado as aventuras por novos produtos há 4 décadas. A centenária IBM há tempos tem feito do seu negócio um processo contínuo de reinvenção. E ainda: falar em cópia de documentos sempre foi falar de Xerox.https://youtu.be/rkT1sb3XbxkFonte: Mundo SA
Patrick Schilte fundou o Grupo Nutri Import em 2006, e a jornada foi longa até o sucesso da rede de suplementos.
Patrick Shilte, CEO do Grupo Nutri Import: empreendedor dá dicas de sucesso para quem também quer abrir um negócio (Thiago Teixeira/Grupo Nutri Import/Divulgação)
São Paulo – Um negócio com crescimento sustentável não surge de um dia para outro: é preciso enxergar oportunidades, fazer um estudo de viabilidade, aportar recursos e estar preparado para ganhar ou perder com sua ideia de negócio.Para aqueles que persistem e sabem se adaptar aos novos tempos, o sucesso é mais visível no horizonte. Ao menos foi assim que o empreendedor Patrick Schilte levou sua empresa, o Grupo Nutri Import, a um faturamento de 38 milhões de reais no ano passado. Para este ano, a ideia é manter essa marca.Schilte consumia suplementos, mas não entendia nada do ramo – ele trabalhava na empresa de seu pai, na parte de comércio exterior. Até que conheceu o dono de uma loja de suplementos, chamado Cloves Monteiro, interessado em importar produtos.Os sócios criaram o Grupo Nutri Import em 2006, com um investimento de 30 mil dólares cada um (hoje, Monteiro não faz mais parte da empresa). A moeda estrangeira foi usada para importar os primeiros itens de suplementação alimentar.Aproveitando a moda das academias e do cuidado com o corpo, o Grupo Nutri cresceu e enfrenta um mercado com muito mais concorrência. Hoje, importa 28 marcas americanas para atacadistas e para suas sete lojas voltadas ao consumidor, chamadas de “Fast Nutri”.Você também quer que o seu negócio chegue a um faturamento milionário? Veja então as dicas de Schilte para alcançar o sucesso, mesmo nos tempos mais adversos da economia. Os conselhos são baseados em sua experiência como empreendedor. Confira:
1. Para cortar custos, busque eliminar intermediários
No primeiro ano do Grupo Nutri, o negócio comercializava as marcas de suplementos que outras empresas traziam para o Brasil – as chamadas “importadoras”. Era uma solução mais simples, mas incorria em maiores gastos para o empreendimento. Por isso, chegou um momento em que Schilke decidiu fazer uma ponte direta com as marcas.“É uma evolução natural o processo de querer cortar intermediários e fazer um contato direto. No começo, claro, a gente teve muita dificuldade. Mas ganhamos benefícios no nosso nome, e não no nome da importadora: por exemplo, incentivos fiscais ao receber a importação em certos estados, como no Espírito Santo”, conta o empreendedor.Em 2007, o Grupo Nutri Import negociou a importação com algumas marcas americanas do ramo de suplementos, como a MHP. O empreendimento passou de distribuidor para importador: isso não só gerou benefícios financeiros, mas também ajudou a estabelecer o nome da empresa no mercado.
2. Procure conhecimento técnico antes mesmo de abrir o negócio
Vale lembrar que assumir a responsabilidade da importação para si foi possível principalmente porque Schilke já havia trabalhado com exportações. Mesmo assim, ainda foi um processo burocrático e penoso, segundo o empreendedor.Eliminar seus intermediários requer um conhecimento prévio sobre o processo que eles executam. Por isso, avalie o investimento que centralizar as ações poderá incorrer antes de cortar acordos com seus parceiros de negócio.Isso poderia ser resumido em uma regra mais geral: pesquise muito bem sobre todas as burocracias que envolvem seu empreendimento antes mesmo de criá-lo. No caso do Grupo Nutri, por exemplo, todos os produtos importados tiveram de ser registrados na Anvisa – um processo que pode levar anos para um só item.
3. Construa uma relação de confiança com fornecedores e clientes
Outro ponto importante para o sucesso de um negócio é a construção de credibilidade: desde seus fornecedores, como são as marcas americanas para a Nutri, até para os consumidores no atacado e no varejo.Isso é especialmente verdade em um mercado que mexe com alimentação, como é o de suplementos. “O suplemento é um alimento, e o consumidor quer saber exatamente o que está consumindo. No Brasil, o grande influenciador é o educador físico e depois os profissionais da saúde”, explica Schilke. “Por isso, só importo marcas em que eu realmente acredito. Visito as fábricas e faço uma nova análise técnica dos produtos no Brasil.”Tendo um produto de qualidade, é hora de trabalhar exaustivamente em colocá-lo nas prateleiras. Com novas repercussões a cada venda, uma hora o reconhecimento aparece. “Foi difícil entrar no mercado, porque as marcas não eram conhecidas aqui, estavam sendo importadas pela primeira vez. A gente realmente pedia favor para o lojista, negociando para colocar o produto na prateleira da loja.”
4. Invista em marketing e saiba adaptar sua estratégia
O crescimento do Grupo Nutri só veio mesmo quando essa venda dos novos produtos foi associada a um trabalho de marketing intenso, diz Schilke. Em 2010 e 2011, o empreendimento começou a fechar contratos de divulgação com celebridades no mundo fitness – por exemplo, a modelo Juju Salimeni.O primeiro trabalho de marketing envolveu anúncios em mídia impressa e adesivos nas lojas. Foi uma iniciativa pioneira para as empresas do ramo de suplementos, segundo o empreendedor. “Foi uma visibilidade muito boa para a marca. Somos reconhecidos no mundo dos negócios mais pelo nosso marketing do que pela nossa atuação comercial, inclusive. Todo ano fazemos uma campanha nova.”Com o tempo, o negócio adaptou sua estratégia e migrou algumas ações para o digital – muitos consumidores do Grupo Nutri estão nas redes. “Cuidamos bem das nossas páginas e procuramos influenciadores digitais, como o casal Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana e o cantor sertanejo Lucas Lucco. Também investimos em ferramentas como o Google Adwords”, conta Schilke. “O mundo digital é muito importante, dependendo do segmento do seu negócio.”Na mesma linha, a empresa inaugurou um e-commerce em março deste ano, mais focado no consumidor final. Mesmo assim, a maior parte do faturamento do negócio ainda vem dos atacadistas.
Gabriela Pugliesi e Erasmo Viana participam de lançamento de uma das lojas Fast Nutri (Thiago Teixeira/Grupo Nutri Import/Divulgação)
5. Procure inovações que façam sentido para o seu público-alvo
Um negócio deve sempre procurar inovar – mas de nada adianta trazer novidades que não representem um valor agregado para seus consumidores. Por isso, antes de investir em algo inovador, avalie o impacto de tal decisão.No final de 2011, o Grupo Nutri lançou no Brasil uma proteína feita à base de carne. Até então, essas proteínas eram derivadas do ovo e do leite. Além de não ter lactose ou glúten, a novidade trazia mais sabor para o suplemento, diz Schilke.“Ficamos exclusivos com esse produto durante dois anos e meio, fazendo uma campanha de marketing associada. Ressaltamos nosso pioneirismo, nossa credibilidade e o profissionalismo.”A proteína feita à base de carne continua um dos produtos mais vendidos do Grupo Nutri. O negócio também fez parcerias para elaborar produtos específicos para o gosto dos brasileiros: por exemplo, suplementos pré-treino com aminoácidos, chás diuréticos naturais e snacks, como as barrinhas de cereais.“É importante estudar o mercado: mesmo que o americano dite tendências, o brasileiro tem suas peculiaridades. Temos que criar parcerias com marcas que importamos para criar produtos específicos para o nosso mercado. Todos os anos tento ir ao menos em duas feiras internacionais, para conhecer fornecedores e seus produtos e, assim, construir relacionamentos”, conta o empreendedor.Fonte: Exame
Check-up Mercadológico, disponibilizado gratuitamente pelo Sebrae, ajuda o empresário, por meio de um jogo, a identificar correções necessárias para tornar seu negócio mais competitivo
Se você tem uma pequena empresa, já parou para pensar o que está impedindo que suas vendas aumentem? Tem conhecimento de como ela está no mercado? Buscou conhecer e analisar seus concorrentes? Como está a relação com os seus fornecedores? O preço do seu produto ou serviço está adequado para o mercado? Para a empresa sobreviver e crescer, é fundamental saber a resposta dessas questões para corrigir o que for necessário. Agora, os empreendedores contam com um produto inédito e gratuito, criado para dispositivos móveis (smartphones e tablets) com o objetivo de ajudá-los a superar a concorrência: o Check-up Mercadológico, um livro eletrônico interativo disponibilizado pelo Sebrae Nacional.
“O produto foi desenvolvido para o empresário saber como pode conquistar mais clientes, melhorar seu relacionamento com fornecedores, pesquisar e analisar seus concorrentes, verificar a sua estratégia de promoção. Esse e-book estimula o empreendedor a avaliar se o produto está adequado para o público consumidor que pretende atingir e se o preço praticado está de acordo com o mercado pretendido”, analisa o presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos.O Check-up Mercadológico possui 60 perguntas, divididas por temas, e cada resposta vale uma pontuação. Dependendo dos pontos obtidos, o empreendedor receberá uma avaliação, dicas e orientações a respeito de sua gestão mercadológica, que envolve: gestão de produtos e marcas, preços, relacionamento com fornecedores, concorrentes e clientes, canais e composto promocional. O e-book explica conceitos, sugere vídeos e direciona para os cursos e consultorias do Sebrae mais indicados para fortalecer a empresa no que ela mais precisar. A iniciativa faz parte do Sebrae Mais, que reúne produtos de capacitação e consultoria para empresas de pequeno porte – as que faturam anualmente entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões.“Os questionários são próximos às realidades das pequenas empresas brasileiras”, afirma Carlos Alberto Veríssimo, dono de uma pequena empresa de consultoria e treinamento do Rio de Janeiro. “Ao fazer o diagnóstico da minha empresa, percebi nitidamente que poderei aumentar o índice de competitividade do meu negócio. Ele é de extrema valia para milhões de pequenos empresários brasileiros que atravessam momentos conturbados e carentes de dicas de gestão”, acrescenta. Um dos pontos fortes da ferramenta, segundo o empresário, é a flexibilidade no uso. “É possível interromper o processo e prosseguir quando quiser, já que tudo fica registrado e permite ao usuário voltar de onde parou”, afirma.Como baixar o aplicativo:– Acessar com o celular ou tablet a página do produto no portal do Sebrae ou no portal de Educação a Distância do Sebrae.Quem tem aparelhos com sistema operacional iOS deve clicar na opção de baixar o Check-up Mercadológico e, em seguida, acessar o arquivo pelo iBooks. No caso do sistema Android, é necessário primeiro baixar o app Adobe Digital Editions. Em seguida, deve fazer o download do Check-up Mercadológico no link mencionado anteriormente. O conteúdo do e-book poderá ser acessado, então, pelo aplicativo Digital Editions.Fonte: Empreendedor