O IPO é a saída para a Netshoes?

Maior e-commerce esportivo do país contratou a consultoria KPMG para organizar suas contas e bancos para tocar as negociações com investidores

Há eventos que vêm se repetindo todo mês de janeiro, ano após ano. Os arrastões nas praias cariocas, as contratações milionárias de times de futebol chineses e a explosão de blocos de carnaval em São Paulo estão entre eles. No mundo das finanças, janeiro é tempo de especulações sobre a possível oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Netshoes, maior e-commerce esportivo do país. A companhia ensaia entrar na bolsa pelo menos desde 2013, apesar dos constantes prejuízos. O ano de 2017 continuou sendo de arrastões e gastança chinesa, mas tudo indica que, agora sim, o IPO da Netshoes sai do papel.EXAME Hoje apurou que a companhia está decidida a abrir capital, no Brasil ou nos Estados Unidos – se tudo ajudar, ainda no primeiro semestre. Para isso, contratou a consultoria KPMG para organizar suas contas e também bancos nacionais e internacionais para tocar as negociações com investidores. Procurada, a Netshoes disse que “a abertura de capital é apenas uma dentre diversas possibilidades que a empresa tem à sua disposição para seguir seu planejamento estratégico”.Os planos anteriores da companhia envolviam realizar uma abertura de capital na bolsa americana Nasdaq, que abriga gigantes da tecnologia como Amazon, Apple e Google. A Netshoes chegou a ilustrar uma capa de EXAME sobre o tema, em 2013. Lá, os investidores estariam mais acostumados com negócios na área da tecnologia – onde perder dinheiro é rotina, em prol de um crescimento acelerado. Mas a Netshoes não foi para Nasdaq, por uma série de motivos, e a cada dia que passa a distância foi ficando maior. “A empresa precisaria mostrar um crescimento mais sustentável, com uma tendência mais clara de que está no caminho certo”, afirma um especialista do setor.Os desafios da Netshoes são pra lá de conhecidos – manter um ritmo de crescimento minimamente agressivo e ao mesmo tempo entrar no azul. O problema é que o balanço da Netshoes é uma gangorra. Até 2014, o ritmo de crescimento vinha diminuindo – em 2014 o faturamento cresceu apenas 19% enquanto prejuízo chegou ao patamar recorde de 93 milhões de reais, uma alta de 30%. Em 2015, no último balanço disponível, a companhia conseguiu voltar a crescer com o lançamento do seu e-commerce de moda Zattini. O faturamento avançou 30%, para 1,5 bilhão de reais, e o prejuízo diminuiu, para os 63 milhões de reais.A dúvida agora é o que a companhia conseguiu fazer em 2016, ano em que, por conta da crise, nem as gigantes do comércio eletrônico foram poupadas. O varejo online cresceu apenas 11%, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ante uma média superior a 20% nos anos anteriores. A B2W, a maior do país, que opera o e-commerce das Lojas Americanas, Submarino.com e Shoptime, teve uma queda de 8,7% na receita nos primeiros nove meses de 2016, com o prejuízo subindo 49%, para 383,6 milhões de reais. “A principal dúvida é: a Netshoes conseguiu fazer o dever de casa e crescer mesmo em tempos de crise? Essa é a questão fundamental para um IPO”, diz Paulo Humberg, presidente da companhia de investimentos em internet A5. Os dados de 2016 devem ser divulgados pela Netshoes em março.Outros planosUma possibilidade que bate na porta da Netshoes é a venda para uma empresa maior. No último dia 5, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que a B2W estaria negociando uma aquisição. O que se sabe é que a Lojas Americanas, controladora da B2W, contratou o banco Credit Suisse para uma nova emissão de ações, no valor de 1,5 bilhão de reais, mas esse dinheiro não deve ser usado para comprar a Netshoes, de acordo com o que apurou EXAME Hoje com executivos próximos das duas empresas. “Essa conversa existiu, mas há 10 anos, quando as duas companhias eram bem próximas”, disse um deles. “Agora, isso não existe mais”.Nesse período, a Netshoes operou o braço de artigos esportivos da B2W, mas as conversas para uma fusão ou compra da Netshoes não avançaram.Por conta própria, a Netshoes tem avançado na seara da B2W. No início de 2016, a Netshoes anunciou a criação de seu marketplace – plataforma que permite que outros lojistas vendam seus produtos no site da companhia. Na época, a empresa estimou que o marketplace poderia representa até 20% de seu negócio no médio prazo, dobrando seu portfólio – na época de 80.000 produtos – ainda em 2016.“A Netshoes é uma das únicas companhias de e-commerce com um atendimento ao consumidor especializado e internalizado, e também tem parcerias exclusivas com grandes marcas como a Nike, que só utiliza o marketplace da Netshoes”, diz um executivo de uma concorrente. “Eles estão conseguindo montar uma operação parecida com a da B2W”. Por enquanto, a Netshoes se mantém focada em beleza, moda e esporte, mas, segundo EXAME Hoje apurou, há planos para avançar para novos nichos.Se vier a ofertar suas ações na Bovespa, a Netshoes também vai seguir os mesmos passos da B2W – única companhia do setor na bolsa brasileira. Os números da empresa não animam muito: a B2W já perdeu 54% de valor de mercado, que passou de 9,6 bilhões de reais na época do IPO, em 2007, para os 4,4 bilhões de reais atuais, segundo a consultoria Economatica. “A companhia é boa e na minha visão está barata, mas os investidores estão cansados de prejuízo atrás de prejuízo”, afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Guide. Em 10 anos de bolsa, a B2W nunca fechou um ano no azul. Saiba mais: Quais empresas mais cresceram na Bovespa em 2016? – Patrocinado Analistas consultados por EXAME Hoje afirmam que a Netshoes a não poderia exigir um valor muito alto pelos papeis – a exemplo do que aconteceu com as últimas tentativas ocorridas no mercado. A única empresa a entrar na bolsa em 2016 – a companhia de diagnósticos Alliar – já perdeu mais de 30% do valor de suas ações, a construtora Tenda desistiu de um IPO no fim do ano passado e a locadora de veículos Movida teve que reduzir o preço inicialmente pedido para conseguir estrear na bolsa esta semana.Calcular o valor de mercado da Netshoes é uma tarefa difícil. Em 2013, os acionistas da companhia esperavam que, no dia de seu IPO, a Netshoes valesse 2 bilhões de reais. Há um ano e meio, a varejista americana Walmart fez uma oferta de 900 milhões de reais pelo controle da companhia, mas a Netshoes recusou.Em todos esses casos de aberturas de capital recente, a explicação para as avaliações abaixo do esperado é de que as empresas têm colocado seus preços com base em expectativas de lucros maiores no futuro, mas o investidor – depois de sofrer com promessas não cumpridas nos últimos anos – não está tão disposto a pagar para ver. Não é o cenário dos sonhos para a Netshoes. Mas a empresa espera a janela ideal de oportunidade há quatro anos. Uma hora cansa.Fonte: Exame

Heineken compra dona da Schin por US$1,09 bilhão

Após a conclusão do negócio, a companhia holandesa passará a ter uma participação de mercado de quase 19 por cento

A Heineken anunciou nesta segunda-feira que assinou acordo com a japonesa Kirin para compra da Brasil Kirin, em uma transação que a tornará a segunda maior fabricante de cervejas do país.Incluindo dívidas, a Heineken informou que pagará 1,09 bilhão de dólares pela Brasil Kirin, a fim de aumentar sua presença no mercado brasileiro, fortalecer seu portfólio de marcas e ganhar escala.Após a conclusão do negócio, a companhia holandesa passará a ter uma participação de mercado de quase 19 por cento. No caso da Kirin, o acordo marca a sua saída do Brasil. O grupo japonês pagou cerca de 3,9 bilhões de dólares em 2011 por 12 cervejarias, mas o negócio depois perdeu fatia de mercado e teve os custos elevados pela fraqueza da moeda local.
A Kirin disse que os riscos brasileiros e o competitivo e estagnado segmento de cervejas e refrigerantes no país eram "limitações" para tornar a Brasil Kirin rentável. De acordo com a empresa, a unidade brasileira teve prejuízo operacional de 284 milhões de reais em 2016.A economia brasileira parece propensa a entrar no terceiro ano de recessão em 2017, mas a Heineken considera o mercado de cervejas atrativo no longo prazo, com o segmento premium crescendo mais rápido.A empresa holandesa já tem cinco cervejarias no Brasil, depois de comprar em 2010 os negócios de cerveja da mexicana FEMSA.Fonte: Administradores

Após 55 anos no setor, dono da Cyrela vai partir para outra

Depois de dedicar mais de meio século ao setor de construção, Elie Horn quer partir para novos negócios — e vai começar pelo segmento de saúde

Horn comprometeu 60% da sua, estimada em 1,3 bilhão de dólares. Também tem estudado mais filosofia e lidera um projeto para combater o abuso e a prostituição de meninas menores de idade no Brasil. Tudo muito bom, tudo muito bem — mas, depois desses três anos pensando em outras coisas, o empresário decidiu voltar a investir.Horn reuniu recursos da família em um fundo que busca negócios em diversos setores — exceto o imobiliário. A primeira aquisição, já se sabe, será uma empresa do segmento de saúde. “O Brasil é um país grande e, à medida que ficar mais rico, o negócio de saúde vai crescer muito”, disse Horn a EXAME. O empresário também vê sinergias entre a área de saúde e a de construção. “Vários negócios em saúde precisam de imóveis. Poderemos aproveitar essa coligação dos dois lados, só por isso já vale.”O projeto lembra, embora em escala ainda embrionária, a Península, fundo criado pelo empresário Abilio Diniz para administrar sua fortuna e investir em empresas influenciando na gestão delas. Hoje, Diniz é sócio da varejista Carrefour, da gigante de alimentos BRF e da rede de ensino Anima.Para ficar à frente do fundo (que ainda não tem nome), Horn convidou Rogério Melzi, que deixou o comando da empresa de educação Estácio há sete meses, depois de ter sido adquirida pela concorrente Kroton. Os dois ficaram próximos dois anos atrás, quando Melzi passou a ocupar uma cadeira no conselho da Cyrela. Horn escolheu Melzi depois de acompanhar suas intervenções “bem pensadas” nas reuniões de conselho da Cyrela. “Como somos transparentes, quanto mais cutucar, melhor. Não decidi de um dia para o outro. Até porque, na minha idade, ter paixonites é perigoso”, afirma Horn.O convite já havia sido feito enquanto Melzi estava na Estácio. E Horn disse que poderia esperar pela vinda de Melzi no momento mais adequado. O executivo deixou a Estácio durante a batalha pelo controle da empresa. Melzi se diz agora satisfeito porque nesse projeto está alinhado ao controlador.O primeiro investimento do novo fundo está prestes a ser fechado e, segundo EXAME apurou, deverá ser na área hospitalar. Mas os dois já estão de olho em outras possibilidades, como clínicas populares. Além de escolher os alvos de aquisição, Melzi vai tocar as empresas compradas. “Nessa primeira aquisição, devo ocupar a presidência da empresa. E, a partir do momento que vierem outras, estarei no conselho ou indicarei a gestão”, afirma Melzi.O tamanho do fundo não é revelado, mas já larga com centenas de milhões de reais e pode receber mais recursos à medida que novas oportunidades apareçam. Os investimentos poderão ser fechados em conjunto com outros fundos de private equity ou com dinheiro de outras famílias. Segundo EXAME apurou, já na primeira aquisição Horn deverá ter um sócio financeiro. “Gosto de ter sócios. Sem preconceitos”, diz Horn. Apesar das parcerias, a intenção deles é sempre manter a gestão das empresas investidas. Conservando o chapéu de filantropo, 60% dos ganhos que Horn obtiver também com esses negócios serão destinados à caridade — ou “justiça”, como ele gosta de dizer.O empresário voltou a investir porque vê o país entrar numa nova fase. “Eu nasci otimista. Não sei se é defeito ou qualidade, só sei que não posso ficar parado”, diz. O sonho de repetir o sucesso que teve na construção em outros setores é antigo, mas esbarrava na falta de capacidade de gestão. Investimentos em outros ramos, como frutas, couro e ouro, não deram certo. “Agora tem de dar certo. Decidi que só faria esse fundo quando tivesse um bom gestor”, afirma.A gestão da Cyrela continuará a cargo de seus filhos, Efraim e Raphael. Horn é presidente do conselho de administração. “Vivemos um período muito negativo em todos os ramos da construção”, diz. A Cyrela vale, hoje, 5 bilhões de reais, metade do que valia em seu auge, há seis anos. A empresa e o setor sofrem com a retração econômica e com o elevado número de clientes que não conseguiram pagar pelos imóveis que adquiriram. No ano passado, a queda nas vendas da Cyrela foi de 18%. Mas o ciclo de queda dos juros iniciado pelo Banco Central anima Elie Horn. “Acho que estamos na hora da virada.”Fonte: Exame

'ESTAMOS NO INFERNO ASTRAL, MAS ESTÁ ACABANDO', DIZ PRESIDENTE DAS LOJAS MARISA

Novo presidente da Lojas Marisa começa a implementar plano para fazer a empresa voltar a crescer

Crise afeta qualquer empresa, diz Marcelo Araujo  (Foto: Felipe Rau / Estadão)
Primeiro presidente profissional da Lojas Marisa, quarta varejista de moda do País, Marcelo Araujo começa em fevereiro a pôr em prática um plano para um ciclo de crescimento da empresa. Na primeira entrevista desde que assumiu o cargo, em julho de 2016, ele admitiu que a rede perdeu mercado e que, apesar da queda de 8,9% na receita líquida em 2016 até setembro ante 2015 e da alta de 52,6% do prejuízo, a empresa está saudável financeiramente.“Infelizmente, estamos vivendo nosso inferno astral, que está acabando.” Ele condiciona a volta ao lucro à retomada da economia. A seguir, os principais trechos da entrevista.O que mudou na empresa com a sua chegada? Uma das principais iniciativas foi a contratação da consultoria McKinsey para fazer um profundo diagnóstico da empresa. Identificamos três ativos importantes: a marca forte, a rede de lojas em todos os Estados e o nosso atendimento. A partir desse trabalho, foi elaborado um plano de três anos, com mais de 300 iniciativas, para preparar a companhia para um futuro ciclo de crescimento. O objetivo não é só crescer. Queremos aumentar o retorno sobre o capital investido e que o nosso posicionamento seja cada vez mais claro: a mulher da classe C e uma parte da classe B.Houve um momento em que a rede ficou mais elitizada? Com o boom de consumo da classe C, as nossas clientes ficaram mais sofisticadas e acompanhamos esse processo. Até 2013 foi muito bom, mas depois houve uma frustração de vendas e tivemos de voltar ao básico. Desde o ano passado, estamos ajustando o foco: a consumidora quer um produto acessível, mas não tão básico.A rede perdeu mercado? Como houve esses desajustes, perdemos market share (participação). Mas nas últimas coleções tivemos uma assertividade bem maior e recuperamos margens. Tem uma parte do problema que é estrutural e que afetou mais empresas como a nossa, que vendem para a classe C. Quem vende para a classe B sentiu menos a queda.No terceiro trimestre de 2016, o prejuízo aumentou. Quando a empresa voltará a ter lucro? O quarto trimestre normalmente é melhor. Mas o problema não é dar lucro num ou noutro trimestre. Isso estruturalmente estamos preparados para evoluir. Não posso brigar com a realidade. A realidade é de um momento econômico contraído, com alto nível de desemprego. O desemprego afeta diretamente a minha consumidora. É a variável que tem a maior correlação com a minha venda. Ainda não sabemos as perspectivas para o primeiro trimestre. Se começarmos a recuperar o emprego no fim do ano, provavelmente as vendas vão se recuperar também, com isso a rentabilidade será recuperada. Infelizmente, estamos vivendo nosso inferno astral. Que já está acabando. Quanto tempo ele vai se prolongar depende muito mais da recuperação da economia do que propriamente de nós.Como será 2017? Estamos projetando um equilíbrio ou um ligeiro crescimento para a empresa. Essa é a nossa expectativa. Mas dependerá muito do segundo semestre, se o cenário de recuperação de fato acontecer.Pretende fechar loja este ano? É difícil dizer quantas vamos fechar. Temos mais ou menos 5% da rede em avaliação. Temos também duas lojas em avaliação para abertura.Qual é o desafio de ser o primeiro presidente profissional de uma empresa de origem familiar de quase 70 anos? Vejo como um processo natural de desenvolvimento desta organização que ocorreu não porque a empresa está em crise ou não. A companhia começou a se profissionalizar lá pelo ano 2000. Depois teve um grande impulso no IPO (2007). Agora é essa etapa de colocar na presidência um executivo que não é da família.Como engenheiro de formação e executivo que passou por Shell, Grupo Libra, CSN, que contribuição o sr. traz para o varejo? A contribuição que trago é na experiência de gestão, não é um conhecimento específico de varejo de moda. Mas tenho conhecimento profundo do universo feminino, depois de muitos anos na Natura e na Alpargatas, com a Santista, e na própria Shell, uma grande empresa de consumo.Fonte: PEGN

8 passos para um negócio com sócios que realmente dá certo

Alguns comportamentos certamente ajudam a manter uma sociedade de sucesso. Veja quais são eles:

Como nutrir uma sociedade de valor?
Uma relação que tem como ingredientes dinheiro, super convivência, amor, família, amizades e questões culturais – como sobreviver a ela? Essa é uma equação (difícil), e é justamente a de uma sociedade.Sou empreendedora há quase nove anos e o que mais vi em todos este tempo trabalhando com empreendedores são problemas de sociedade – tanto a dificuldade em construir como em manter. Eu mesma já passei por esses dilemas, porque já tive uma sociedade que não funcionou.Mas, considerando essa mistura quase explosiva, é possível ter uma sociedade de sucesso? Sim, é possível: existem vários casos famosos de sociedade que funcionaram muito bem e a maioria dos negócios de sucesso são compostos por sociedades.Importante entender que, em sociedade e principalmente na nossa cultura, estamos falando de relações humanas. Elas são difíceis, não importa em que grau: de amizade, familiar, passional ou profissional.Existe algum segredo para sociedades de sucesso? Não acredito em fórmulas mágicas, nem em segredos, mas acredito em alguns comportamentos que certamente ajudam a manter uma sociedade de sucesso. Veja quais são eles:1. Não faça sociedade somente por amizade. Faça por competência, e dê preferência às competências complementares: ter sócios com o mesmo perfil é um atalho para os problemas.2. É importante alinhar valores de vida com seus sócios. Pessoas com mesmos valores têm mais chance de dar certo juntas – por exemplo, saiba o que buscam e qual será sua dedicação ao negócio.3. Alinhe valores éticos (o que é inegociável para você) e certifique-se de que seus sócios têm os mesmos valores. Ética deveria ser uma regra para todos, mas infelizmente já vi muitas sociedades acabarem por diferenças éticas.4. Estabeleça as regras do jogo desde o início da sociedade de forma clara e transparente no contrato da empresa – ou seja, regras de administração com papéis e responsabilidades bem definidos para cada sócio. Isso não evita 100% dos problemas, mas contribui bastante para diminuição dos conflitos.5. É difícil, mas essencial, não misturar questões pessoais ou familiares com a empresa. Evite envolver os cônjuges nas questões do negócio. Muitas vezes, as opiniões do cônjuge que não estão na operação é que causam transtornos à empresa.6. Estabeleça uma governança mínima, com reuniões para discutir o andamento da empresa, e respeitem as opiniões divergentes.7. Tenha um conselheiro/mentor que tenha a neutralidade necessária para ajudá-los em possíveis divergências e, se possível e a empresa tiver condições, elejam um conselho consultivo para o negócios – pessoas de confiança não envolvidas na família e que podem contribuir com as decisões.8. Parece redundante, mas foquem no objetivo comum, que é o sucesso da empresa. Deixem de lado picuinhas, vaidades e questões emocionais que podem destruir um negócio promissor.É impossível separar as empresas das pessoas e, com isso, torna-se extremamente importante as relações de respeito e uma boa dose de empatia. A resiliência é uma das mais importantes características de um empreendedor e é um item fundamental para manutenção de uma sociedade de sucesso.Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora.Fonte: Exame

Ex-bancário transforma rescisão em um negócio de R$ 18 milhões

Raniery Queiroz foi demitido do banco em que trabalhava. Então, uniu seu conhecimento no ramo com suas reservas para abrir um negócio próprio.

São Paulo – Um investimento polpudo não garante um negócio de sucesso. Da mesma forma que grandes investimentos podem evaporar diante de uma má gestão, empreendimentos com pouco capital inicial podem acabar dando muito certo.Esse segundo caso resume bem a trajetória do empreendedor Raniery Queiroz: ele começou seu negócio com 13 mil reais – o dinheiro de sua rescisão, logo após ter sido demitido do seu cargo de gerente de banco. Com um bom conhecimento da concorrência e de quais diferenciais poderia trazer, seu pequeno escritório deslanchou. Saiba mais: Foi demitido? Conheça seus direitos e faça o dinheiro durar Assim nasceu a MTCred: uma rede de pequenos escritórios de crédito consignado (empréstimo descontado diretamente da folha de pagamentos da pessoa física).Só no ano passado, o negócio faturou 18 milhões de reais – e, para o ano que vem, quer dobrar o faturamento e chegar a 100 unidades.

Demissão, mudança de vida e diferenciais

Queiroz trabalhou durante dez anos no setor bancário, em agências de Cuiabá (Mato Grosso). Porém, em 2008, a filial onde trabalhava fechou – e ele perdeu o emprego de gerente. “Tinha de buscar algo para fazer, e não queria mais voltar para as grandes redes de bancos. Acabei virando empreendedor por essa pressão mesmo”, conta.O ex-bancário pensou nas habilidades que havia adquirido na carreira, e optou abrir um empreendimento na área de crédito consignado – com a qual havia trabalhado por um ano. O investimento inicial de 13 mil reais, vindo da rescisão do seu último emprego.“Usei o dinheiro para montar a estrutura do meu escritório, em julho de 2008. Em seis meses, éramos o principal agente pequeno de crédito consignado do estado”, diz Queiroz.Segundo o empreendedor, sua experiência em grandes bancos foi fundamental para fazer o empreendimento, chamado de MTCred, destacar-se no meio da concorrência. Saiba mais: O Mito do Empreendedor– Patrocinado “No lado das pequenas empresas, havia um mercado amador, formado por gente não profissionalizada e sem estrutura para expandir, por exemplo. Viemos com a proposta de realmente ter uma empresa organizada, com fluxo de caixa, processos e setores bem definidos”, defende Queiroz.Ao mesmo tempo, o negócio tem um custo menor do que os grandes bancos e, assim, pode oferecer taxas mais atrativas – e um melhor atendimento, segundo o empreendedor“A gente consegue oferecer os mesmos serviços dos bancos, só que com mais personalização. Eu atendo o cliente em casa, de forma remota e fora do expediente, por exemplo. No começo tínhamos uma jornada de 14 a 15 horas por dia, para realmente fazer acontecer.”A taxa cobrada pela MTCred para o crédito consignado começa em 1,70% ao mês. Segundo a empresa, a média praticada pelo mercado é de 2,34%.

Reestruturação e expansão

Com isso, a MTCred chegou a ter 35 unidades próprias em 15 estados, por meio de parcerias concentradas em alguns sócios regionais. Porém, os planos não foram como esperado e algumas lojas não tinham uma boa operação.“Percebemos que o nosso negócio depende muito do cuidado do dono: é preciso prospectar ativamente os clientes e mostrar segurança, já que lidamos com crédito e dinheiro. Com os sócios, a gestão se perde um pouco: eles têm várias unidades e não podem estar todos os dias em todas”, explica Queiroz.Por isso, em 2011 a empresa adotou um outro modelo de expansão, focado em ter donos mais presentes: o franqueamento. Hoje, a MTCred possui 6 lojas próprias e 24 unidades franqueadas. “A intenção, em longo prazo, é ficar só com a loja-matriz e transformar o resto em franquias.” Saiba mais: Franquias Brasileiras - Estratégia, Empreendedorismo, Inovação e Internacionalização– Patrocinado A reestruturação do negócio, aliada à busca de brasileiros pelo crédito em anos de crise econômica, trouxe frutos ao negócio. No ano passado, a MTCred faturou 18 milhões de reais, e vendeu 156 milhões em crédito.
Unidade da MTCred

Unidade da MTCred, escritório de atendimento (MTCred)

Planos para 2017

Falando em crise, o negócio também resolveu aproveitar não só a procura dos consumidores finais, mas também a de potenciais franquados. Por isso, lançará neste ano o modelo de franquias Smart, que operam em “home office” (trabalho de casa). Saiba mais: 10 segredos para um home office incrivelmente produtivo “É um modelo feito para esse momento de crise, visando profissionais que não conseguem recolocação no mercado e não podem investir em um ponto comercial. Não é preciso ter experiência em crédito, pois fonecemos os materiais de treinamento e o suporte ao longo da operação; mas uma qualidade desejável é ser comercial, saber como vender”, diz Queiroz.Com isso, a MTCred espera chegar a 100 franquias até o fim de 2017. Isso geraria um faturamento anual de 36 milhões de reais e cerca de 300 milhões de vendas em crédito.LojaInvestimento inicial: 60 mil reais Prazo de retorno: 8 a 10 mesesSmartInvestimento: 15 mil reais Prazo de retorno: 6 mesesFonte: Exame

Dono da Havan anuncia megaloja com cinema

O investimento deve ficar entre R$ 30 e R$ 40 milhões.Serão oito mil metros quadrados de área aproximadamente, com previsão para salas de cinema e praça de alimentação, além da loja de departamentos.É para 2017.Hang também anunciou que planeja abrir mais 22 lojas em todo o estado, uma delas em Blumenau.Neste ano a rede deve chegar a 100 lojas em todo país e, segundo o empresário, a meta até 2022 é ter 200 lojas e 25 mil funcionários.As informações foram repassadas pela equipe de jornalismo da Radio Nereu Ramos, de Blumenau, que entrevistou o empresário na manhã desta terça-feira, 10/01/16, durante o programa Preto no Branco.A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Paulo César da Silva e Cristiano Silva.Fonte: Noticenter

10 ideias erradas sobre empreender que só levam ao fracasso

Muitas vezes, o sonho de empreender vem atrelado a ideias erradas. Se não corrigidas a tempo, elas podem até mesmo causar o fim de um negócio promissor.

São Paulo – Muita gente sonha em empreender. O problema é que, muitas vezes, esse sonho vem atrelado a concepções erradas sobre como é o dia a dia do empreendedor.Se não corrigidas a tempo, essas ilusões podem gerar muito estresse e até mesmo o fim de um negócio promissor.Por isso, consultamos especialistas para levantar quais as ideias erradas mais comuns entre aqueles que desejam ter o seu próprio negócio. Será que você acredita em alguma delas?

1 – Síndrome de super-homem

Achar que você, empreendedor, precisa dar conta de todas as necessidades do negócio é um erro bem comum entre os principiantes, e que pode levar à estafa e à falta de eficiência.“O empreendedor não tem que fazer tudo. Ele deve pensar o negócio, mas tem que contar com parceiros, sócios, investidores, funcionários. É preciso distribuir a responsabilidade, caso contrário ele fica sobrecarregado, e o negócio centralizado, muito dependente de sua figura”, explica Marcus Cordeiro, sócio-diretor da consultoria Ba}Stockler.

2 – Empreender para ter sossego

Quem nunca ouviu alguém dizer que vai abrir o próprio negócio para “ser o próprio chefe”, ou “ter mais tempo livre”. Se você pensa assim, saiba que está redondamente enganado – e que há grandes chances de se frustrar com a vida real de um empreendedor.“Isso é totalmente falso. Primeiro porque ele vai continuar respondendo para alguém, seja um sócio, um investidor ou mesmo seus funcionários. Portanto, a vida sem chefe não é como se imagina. Depois, ele precisa saber que vai trabalhar muito mais do que quando era empregado, mesmo que tenha mais flexibilidade de horário”, explica Cordeiro.Na visão do especialista, essa falsa imagem de que o empreendedor trabalha menos vem da ideia de que “a empresa trabalha para o empresário e por isso ele tem mais tempo livre para outras atividades”. Segundo ele, essa ideia só se aplica a empresas maiores. “Numa empresa maior, se o negócio se desenvolver, passa a ser mais fácil ter mais tempo. Mas isso só acontece se ele souber delegar e envolver a equipe e os sócios.”

3 – Esperando a ideia genial

Achar que só é possível empreender se você tiver uma ideia genial. Ou ainda que, como você teve uma ideia genial, seu negócio está garantido. Esses dois equívocos levam muita gente para o buraco.“A ideia representa apenas de 5% a 10% do valor agregado do negócio. O que importante mesmo é como você executa essa ideia e a coloca no mercado. Você pode ter uma grande ideia, mas não saber traduzi-la para os clientes”, explica Cordeiro.O melhor caminho, segundo o especialista, é olhar em primeiro lugar para o cliente, e para quais necessidades dele o empreendedor deseja atender. “Só então ele deve olhar para a ideia. E não precisa ser uma ideia que vai mudar o mundo, pode ser algo que resolve pequenos problemas.”

4 – Rios de dinheiro

Quem nunca teve uma ideia de negócio, mas desistiu antes mesmo de começar porque não tinha dinheiro para investir? “É um equivoco clássico, achar que precisa de muito dinheiro para começar”, afirma Cordeiro.O especialista explica que o empreendedor deve, em primeiro lugar, testar a sua ideia em pequena escala (portanto, gastando pouco). “O empreendedor pode não ter recurso nenhum no começo. O que ele precisa é testar sua ideia. Uma vez que ele faz isso de forma estruturada, fica fácil conseguir dinheiro”, diz.Isso porque, com um teste da sua ideia em mãos, fica muito mais fácil convencer investidores a colocar dinheiro no negócio, conclui o consultor.

5 – Quero ser rico

Empreender para ficar rico é uma ideia bem errada que pode frustrar muita gente. “Muitos empreendedores de sucesso erram duas ou três vezes antes de acertar. Essa é a realidade e o futuro empreendedor tem que ter esse espírito. Ele precisa estar atento para corrigir rotas, e isso pode significar falir um negócio e começar outro”, afirma Cordeiro.Sendo assim, se você já começa um negócio esperando o dia em que ele vai te deixar rico, talvez seja melhor rever esses planos.

6 – Intuição sem preparo

Confiar na intuição pode ajudar a tomar decisões importantes na vida. Mas você não pode depender apenas dela para ter um negócio de sucesso.“A intuição é um ponto de partida, mas não resolve todas as questões que surgem no empreendedorismo”, afirma Gilberto Braga, professor de empreendedorismo do Ibmec-RJ.Na prática, isso quer dizer que não basta você achar que seu negócio vai dar certo. É preciso testar, conversar com possíveis clientes, estudar a região em que você deseja atuar. Ou seja, fazer a lição de casa e o plano de negócios.

7 – O detalhe das contas

Você entende de um setor de mercado e decide iniciar um negócio naquele ramo. Seu produto é bom, elogiado pelos clientes, e você vai bem nos primeiros meses. Até que descobre que terá de fechar as portas.“Acompanhei um caso de uma pessoa que resolveu montar uma butique. O negócio deu muito certo no início, mas quebrou logo. Isso porque ela não sabia fazer controle de estoque e tirava mais dinheiro do que o negócio suportava. Faltava conhecimento de gestão financeira e administrativa”, conta o professor.Portanto, não adianta achar que o seu conhecimento de um setor será suficiente para manter o negócio de pé. É preciso saber gerir as finanças da empresa. Caso contrário, não há negócio que resista.

8 – Barato que sai caro

Outro erro comum de empreendedores de primeira viagem é querer economizar do jeito errado, improvisando serviços que deveriam ser feitos por profissionais.“Isso é muito comum. O empreendedor não procura uma ajuda técnica e recorre a amigos e conhecidos, pois acha que eles farão de graça ou cobrarão um preço simbólico pelo serviço. Porém, às vezes alguns dos improvisos são responsáveis pelo fracasso ou pela redução da margem de ganhos”, alerta Braga.O professor cita outro caso que conheceu. Uma família que decidiu abrir um bar, mas resolveu não contratar um arquiteto para desenhar o espaço. “Eles mesmos fizeram o projeto do lugar. O resultado foi que a saída dos pratos ficou de frente para o banheiro, gerando transtornos e prejuízos”, conta.

9 – Sonho X Realidade

Muitas vezes, o empreendedor tem um sonho antigo em relação ao seu negócio e faz de tudo para transformar aquilo em realidade quando tem a chance. Porém, é necessário, antes de mais nada, verificar na ponta do lápis se aquele sonho condiz com a realidade do empreendimento que você vai montar.O professor do Ibmec traz mais um exemplo: “Conheci uma moça que montou uma loja de quinquilharias, daquelas que vendem tudo barato. E ela contratou um marceneiro para fazer todas as prateleiras da loja de madeira com pátina. Ficou lindo, mas o custo era muito alto para o retorno que aquele tipo de negócio dava. Resultado: ela demorou muito mais para reaver seu investimento”.Para saber se o seu sonho se encaixa com a realidade do negócio que você escolheu, o segredo é ter um plano de negócios bem feito, indica Braga.

10 – Fórmula mágica da franquia

É comum a pessoa ter o sonho de empreender e decidir comprar uma franquia. Porém, muitas vezes, o empreendedor acha que, ao optar por uma marca que já existe, seus problemas acabaram e o sucesso está garantido. Obviamente, não é bem assim. As franquias não são fórmulas mágicas de sucesso.“É sempre importante o franqueado rever o contrato apresentado pelo franqueador, tanto do ponto de vista jurídico quanto financeiro. Não dá para achar que a franquia é garantia de sucesso”, alerta o professor do Ibmec.Fonte: Exame

O que separa um empreendedor inteligente de todos os outros

Autor de “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos” dá dicas para pessoas que querem empreender - mas não sabem nada de finanças.

São Paulo – Qual é a parte mais complicada dentro de um negócio, para a maioria dos empreendedores brasileiros? Não é preciso pensar muito para descobrir que são as finanças: afinal, uma das grandes causas de mortalidade das empresas brasileiras jovens é não acompanhar rigorosamente as despesas e receitas do negócio.Diferente da área de finanças pessoais, não há muitos materiais simples para entender como elaborar um bom orçamento empresarial. Por isso, o consultor financeiro Gustavo Cerbasi resolveu lançar uma nova obra, voltada a quem administra seu próprio negócio: “Empreendedores inteligentes enriquecem mais” (Editora Sextante).Cerbasi é mais conhecido por ser o autor do best-seller de orçamento familiar “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, que inspirou o filme “Até que a Sorte nos Separe” (ambos de 2012). Em entrevista a EXAME.com, ele falou mais sobre o que é ser um “empreendedor inteligente” – e quais são os erros mais comuns de quem abre um negócio sem saber de números.“As finanças costumam ser uma parte complicada para os empreendedores. Você pode ter um negócio de sucesso do ponto de vista não-financeiro e, mesmo assim, acabar fechando as portas”, alerta o consultor.“Isso vale até para a empresa mais básica: mesmo um camelô precisa saber se aquilo que vende trará resultado.”Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista:EXAME.com – O que significa ser um “empreendedor inteligente”, pensando no título do seu livro?Gustavo Cerbasi – O bom empreendedor une dois tipos de conhecimento: ele entende tanto do negócio (ter experiência no mercado, saber quais produtos ou serviços são bons e ruins) quanto de negócios (aprimorar técnicas de finanças, de marketing e de negociação).Imagine que eu tenha desenvolvido um produto – uma torta, por exemplo. Eu posso ter a melhor torta do mundo, mas, se eu não souber comercializar, formar um preço adequado e posicionar-me quanto à marca, essa melhor torta do mundo só será consumida na minha família e eu não vou obter nenhum resultado financeiro com isso.
É a combinação entre entender do negócio e de negócios que cria o empreendedor inteligente.Gustavo Cerbasi
Por isso, é fundamental entender minhas fraquezas: se eu venho do setor de alimentação e não sei administrar um negócio, precisarei me associar a alguém especializado em gestão ou então estudar muito sobre o tema.Por outro lado, se eu sou uma pessoa da administração e quero montar um restaurante, ou me associo a quem entende muito de alimentação ou me envolvo muito com esse mercado, para aprender aquilo que pessoas com experiência na área já dominam. É a combinação entre entender do negócio e de negócios que cria o empreendedor inteligente.EXAME.com – Por que você decidiu focar mais no aspecto financeiro dos pequenos e médios negócios no seu livro?Gustavo Cerbasi – As finanças costumam ser uma parte complicada para os empreendedores. Você pode ter um negócio de sucesso do ponto de vista não-financeiro e, mesmo assim, acabar fechando as portas.Isso porque sua empresa pode agradar consumidores e desagradar concorrentes, pode estar vendendo, pode ter reconhecimento público e, ao mesmo tempo, pode não ver o lucro aparecer por conta de cálculos financeiros inadequados.A proposta do livro é justamente fazer o novo empreendedor ou o microempresário com mais experiência entender por que o lucro não aparece no seu negócio, mostrando caminhos de organização para obter os resultados que o empreendedor espera e, assim, expandir-se.
Ter inteligência financeira empresarial é justamente isso: saber investir no que é essencial ao seu negócio.Gustavo Cerbasi
O objetivo que eu tenho com o livro não é transformar o leitor em um auditor, em um contador ou em um profissional de finanças; e sim que ele continue a tocar seu negócio sem gastar mais de quatro ou cinco horas por mês no controle dos números.O empreendedor deve direcionar seu tempo para controlar a qualidade do seu produto ou serviço; para conversar com seu cliente; e para negociar com seu fornecedor. Ter inteligência financeira empresarial é justamente isso: saber investir no que é essencial ao seu negócio.EXAME.com – Quais são os erros financeiros mais cometidos por quem tem um negócio, e que acabam fazendo com que ele tenha de fechar as portas?Gustavo Cerbasi – Tipicamente, os erros financeiros já nascem com a empresa, e não no meio do caminho. Essas falhas costumam aparecer logo no planejamento do negócio, por conta de uma falta de clareza sobre os meses que virão – e, claro, a falta de um orçamento correspondente. Isso vale até para a empresa mais básica: mesmo um camelô precisa saber se aquilo que vende trará resultado.Outra falha tem a ver com o superdimensionamento. Por exemplo, imagine que eu tenha uma empresa e queira comprar um carro mais econômico, um ar condicionado eficiente e um smartphone melhor. Muitas vezes, estou pagando por uma estrutura que pode até fazer sentido em termos de benefícios marginais, mas que irá pesar quando faltar capital de giro na empresa. Eu terei de pegar um empréstimo e isso irá corroer qualquer vantagem que eu tive ao comprar um produto mais eficiente.Em resumo, o superdimensionamento é você pagar mais caro visando um lucro que nunca irá aparecer, porque você irá cair em problemas financeiros. Principalmente no começo da empresa, é preciso dar fôlego financeiro e começar com equipamentos mais simples para ter bens de capital super eficientes só em um segundo momento.O terceiro problema é a dificuldade que o empreendedor brasileiro tem em diferenciar empréstimo e financiamento. Como dissemos, quando ele tem dinheiro, compra equipamentos para sua empresa e faz reformas. Aí, no fim do mês, recorre a um empréstimo para pagar contas de energia, funcionários e impostos, por exemplo. Esse empréstimo que ele toma tem taxas muito maiores do que teria um financiamento dos equipamentos e das reformas, claro.
(…) o consumidor brasileiro costuma estar sempre afogado em cheque especial e faturas de cartões de crédito. Esse comportamento se espalha para a empresa.Gustavo Cerbasi
Lembre-se: a hora de negociar com o banco é a hora em que você menos precisa do dinheiro. Quando sua empresa tiver bons números, chegue ao banco e diga ao gerente “agora eu não preciso do seu crédito, a não ser que você ofereça condições melhores”. Assim, é possível obter uma linha de crédito a juros mais baixos para financiar seus bens empresariais. Você é o lado forte da negociação; já quando o dinheiro falta, a solução acaba sendo muitas vezes pegar a primeira oferta de crédito que tiver pela frente.Saber negociar a condição de crédito ainda está muito longe da realidade brasileira. É algo que vem da pessoa física: o consumidor brasileiro costuma estar sempre afogado em cheque especial e faturas de cartões de crédito. Esse comportamento se espalha para a empresa.Esses três erros, mesmo que não mostrem sua gravidade no início da empresa, ficam mais aparentes com o crescimento do negócio e o esgotamento do caixa. Podem, inclusive, inviabilizar o negócio e fazer a empresa fechar as portas precocemente.EXAME.com – Qual é a grande lição que futuros empreendedores e pessoas que já empreendem devem aprender para realmente enriquecer, então?Gustavo Cerbasi – Na verdade, a pessoa que já pensa em riqueza ao criar uma empresa tem que diminuir um pouco sua pressa: quem tem menos ansiedade irá alcançar resultados de forma mais rápida, mesmo que não pareça.
Não importa se o negócio é pouco ou muito rentável: se você depender muito dos lucros dele no começo, você o matará aos poucos.Gustavo Cerbasi
Se você monta um negócio e ele dá resultados, a última atitude que você deve tomar é embolsar o lucro para aumentar seu padrão de vida. Isso porque sua empresa será logo percebida por um concorrente como algo rentável, e este irá abrir algo igual ou próximo. Quando esse concorrente reinvestir os lucros em posicionamento de marca, tecnologia, treinamento de funcionários, logo atrairá mais consumidores, crescerá e irá fazer seu empreendimento deixar de existir – já que você não pensou em expansão.Não importa se o negócio é pouco ou muito rentável: se você depender muito dos lucros dele no começo, você o matará aos poucos. É fundamental trabalhar para desenvolver seu empreendimento. Quando a concorrência chegar, verá quão distante ela está de você e irá desistir da disputa.Por isso que se diz que qualquer negócio novo não deve suscitar expectativas de ganho no curto prazo: é preciso reinvestir os lucros para que o empreendimento ganhe musculatura e distância de competidores. Conseguir sustentar o sacrifício por alguns meses é necessário para alcançar o sucesso do seu negócio.Fonte: Exame

7 DICAS PARA QUEM QUER MONTAR UM E-COMMERCE

Setor terá espaço-modelo na Feira do Empreendedor; Sebrae-SP espera receber 15 mil visitantes somente nessa área

E-commerce brasileiro cresceu 8% em 2016 (Foto: Pexels)
O último ano foi bom para o comércio eletrônico brasileiro. Enquanto o varejo em geral amargou retrações, as vendas nas lojas online tiveram crescimento de 8% em 2016, segundo dados da Ebit. Para Diego Smorigo, consultor do Sebrae-SP, 2017 deve ser ainda melhor. “O e-commerce é um mercado sem fronteiras. Cada vez mais, as empresas estão adotando o serviço como uma alternativa de canal de vendas”, afirma. De olho nesta tendência, o Sebrae-SP estreia na Feira do Empreendedor deste ano, que acontece entre os dias 18 e 21 de fevereiro, no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo, um espaço-modelo para o e-commerce. A área será voltada para todos os visitantes que estão pensando em investir neste tipo de negócio.O ambiente funcionará como um “grande notebook aberto”, onde empreendedores que atuam com e-commerce contarão suas histórias por meio de videoconferências, enquanto interagem com os consultores do Sebrae-SP. A proposta é detalhar toda a trajetória empreendedora, desde a concepção da ideia até as principais dificuldades enfrentadas pelo negócio. As apresentações devem durar de 20 a 30 minutos e o espaço tem capacidade para receber 150 visitantes por sessão. São esperadas 15 mil pessoas ao todo, durante os quatro dias de evento.A estimativa é quase quatro vezes maior do que a dos outros espaços-modelo, que esperam receber até 4 mil visitantes ao longo do evento. Para o consultor do Sebrae-SP, a novidade deve atrair mais pessoas porque o e-commerce é o único capaz de alavancar diretamente todos os setores representados na feira. “O comércio eletrônico serve para qualquer tipo de negócio, desde as oficinas mecânicas, que podem agendar serviços, até os salões de beleza, que vendem produtos por meio do seu site”, diz Smorigo.O consultor listou uma série de dicas e recomendações para quem está pensando em investir e se destacar no segmento.1. É preciso convencer o cliente Quem está pensando em investir em um e-commerce precisa entender que o modelo de venda, se comparado ao da loja física, é muito diferente. No ponto tradicional, o processo todo é auxiliado pelo vendedor, que é responsável por influenciar os consumidores no momento de decisão. Já no mundo virtual, o empreendedor não pode contar com essa “força” na hora da venda. Por isso, Smorigo indica: a plataforma deve ser montada para agradar o público-alvo, com layout e linguagem que tenham a ver com essas pessoas. Dessa forma, fica mais fácil conquistar quem compra online – mesmo quem usa as lojas físicas para testar os produtos. “Há quem teste o produto na loja e realize a compra na hora, pelo celular. Se a sua plataforma oferecer uma boa experiência, as chances de você conquistar aquela compra aumentam.”2. Entrega rápida faz diferença Outro fator que pesa contra os comércios eletrônicos é o imediatismo. Para alguns clientes, a conveniência de levar o produto para casa na hora conta mais que os descontos do e-commerce. Por isso, o consultor do Sebrae-SP indica que o site ofereça modelos de entrega rápida. Assim, será mais competitivo em relação às lojas físicas.3. Força na capacitação Escolher o produto, definir o cliente e desenvolver um modelo de negócio. Quem quer abrir um e-commerce precisa ter esses fatores delimitados. Além disso, não basta ter expertise somente na área de marketing, por exemplo. “O empreendedor deve identificar com antecedência as áreas em que mais falha”, diz o consultor. Por isso, ele indica que o empreendedor procure o Sebrae-SP na Feira do Empreendedor. Além do espaço-modelo, os visitantes poderão se reunir com consultores e obter capacitação em outras áreas. “A ideia é dar todo o suporte possível para quem está pensando em abrir um e-commerce”, afirma.4. Não é tão simples quanto parece Existem no mercado plataformas prontas de comércio eletrônico. No entanto, fazer esse tipo de negócio dar certo está longe de ser uma missão simples. “Quem começa um e-commerce sem o planejamento necessário fatalmente vai fechar em pouco tempo”, diz o consultor do Sebrae-SP. Segundo o especialista, empresários que já têm lojas físicas costumam cometer esse erro. “Ele precisa saber que o mundo virtual possui suas próprias nuances. É uma operação completamente diferente, que exige muito estudo e planejamento”, diz.5. Cuidado na transição Se o empreendedor possui um negócio tradicional, ele já deve ter desenvolvido uma operação logística. Talvez tenha também um software de gestão e um bom conhecimento de mercado. Essa estrutura será útil na transição da empresa para o comércio eletrônico. Segundo Smorigo, nessa hora, o empreendedor terá de investir no site, incluindo conteúdo e boas fotos dos produtos. O consultor também faz um alerta: cuidado com a gestão de estoque. Como há duas operações para o empresário gerenciar – a física e a online –, o acompanhamento do inventário fica mais complexo. Se o item acaba no estoque, não pode continuar disponível no e-commerce.6. Procure se destacar Os grandes players são pouco especializados. Muitos têm se transformado em grandes marketplaces, contando com a operação de diversas lojas dentro de um grande agregador. Por isso, a empresa menor ou iniciante pode focar em nichos. Quando o negócio se identifica com um público específico e o fideliza, ganha destaque no mercado. “Há quem possa achar a segmentação um limitador, mas essa estratégia se mostra mais assertiva”, diz Smorigo. Outra dica é investir em marketing digital, como AdWords do Google e Facebook. Essas ações geram engajamento entre os clientes e a sua loja. “É um esforço de mídia que, no meio online, traz muito retorno.”7. É um setor em alta Com o aumento da confiança das pessoas em realizar transações online, o e-commerce vem ganhando cada vez mais força. Para Diego Smorigo, é um mercado sem fronteiras, com muito a crescer no país ainda. “Antes a pessoa tinha receio de colocar os dados do seu cartão de crédito em um e-commerce, por exemplo. Isso está mudando porque as empresas têm passado segurança.” Outro fator que ajuda o comércio eletrônico é o desenvolvimento de plataformas para os smartphones. “Dessa forma, todo mundo pode andar com seu produto no bolso. Teremos um crescimento exponencial nos próximos anos”, afirma o consultor.Fonte: PEGN

CANAIS DE VENDA ONLINE