Michel Temer e Moreira Franco são presos em operação da Lava Jato

A Polícia Federal cumpre um total de oito mandados de prisão preventiva e um de custódia temporária

Michel Temer

A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira (21) o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. A decisão foi do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

A Polícia Federal cumpre um total de oito mandados de prisão preventiva e um de custódia temporária. O coronel reformado da Polícia Militar João Batista Lima Filho também é alvo de mandado de prisão.

Temer foi preso em São Paulo e levado diretamente ao aeroporto de Congonhas, onde vai embarcar em um voo para o Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal. De acordo com o portal G1, o ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito no IML em um local reservado e não será levado à sede da PF de São Paulo.

Em nota, o MDB diz lamentar "a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco".

"O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa", diz o texto. O advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós afirmou que a prisão de Michel Temer, seu cliente, "é uma barbaridade".

Segundo o G1, a PF estava desde quarta-feira (20) tentando encontrar a localização de Temer, mas não conseguiu, o que atrasou a operação de apreensão de hoje, que costuma acontecer nas primeiras horas da manhã.

A operação foi feita com base na delação do operador do PMDB Lúcio Funaro e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro de 2017. No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República informações complementares com documentos que mostram o de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.

Outra delação usada para a operação foi a do empresário José Antunes Sobrinho, dono da Engevix, que fala em "pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear".

Os valores, segundo o delator, teriam sido depositados em conta corrente em nome da empresa PDA Projeto, que tem o coronel Lima, amigo de Temer, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, por meio de um contrato simulado com a Alumi Publicidade.

Assista agora!

https://youtu.be/Zm39E5AU7cA

“Se continuar assim, mais seis meses e acabou”, diz Olavo de Carvalho sobre gestão Bolsonaro

Filósofo elogiou presidente, mas xingou militares que compõem os primeiros escalões do governo federal

BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO
Evento reuniu Olavo, Eduardo Bolsonaro (primeiro e segundo à esquerda, respectivamente) e Steve Bannon (à direita)BEATRIZ BULLA / ESTADÃO CONTEÚDO

Apontado como um dos principais gurus da gestão de Jair Bolsonaro à frente da presidência, o filósofo Olavo de Carvalho fez duras críticas a militares que compõem os primeiros escalões e afirmou que, se o presidente não promover mudanças, seu governo poderá durar apenas mais um semestre.

— Se tudo continuar como está, já está mal. Não precisa mudar nada para ficar mal. É só continuar assim. Mais seis meses, acabou — disse Olavo, no sábado (16) à noite, após a apresentação de um documentário sobre suas ideias no Trump International Hotel, em Washington (EUA).

A declaração foi dada poucas horas antes da chegada de Bolsonaro aos Estados Unidos, com quem deve se encontrar em um jantar na noite deste domingo (17). Em seu linguajar típico, recheado de palavrões, o filósofo se referiu aos militares do governo como um "bando de cagão" e repetiu críticas à imprensa segundo a Agência Estado:

— Ele (Bolsonaro) não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão que tem medo da mídia. Por que eles têm medo da mídia? Porque quando terminou a ditadura militar, eles viram que estavam todos queimados com a mídia, foram para casa e decidiram agora fazer o papel de bonzinho. O que o Bolsonaro tem a ver com isso? Nada.

Olavo disse acreditar que o atual presidente é um grande homem, mas cercado por "traidores" em quem não pode confiar. O guru da família Bolsonaro demonstrou mais uma vez sua inconformidade com o vice, general Hamilton Mourão, com quem tem um histórico de atritos. Olavo se referiu a Mourão como "idiota".

— O presidente viaja e qual a primeira coisa que ele faz? Viaja a São Paulo para um encontro político com Doria. Esse cara não tem ideia do que é vice-presidência. Durante a viagem, ele tem que ficar em Brasília — complementou.

O filósofo atribuiu ainda a Mourão uma "mentalidade golpista" por supostamente tentar ampliar seu grau de influência no governo. As declarações foram dadas depois da sessão do filme O Jardim das Afliçõesorganizada pelo polêmico estrategista americano Steve Bannon. O evento reuniu cerca de 60 pessoas entre brasileiros e americanos, incluindo diplomatas da embaixada do Brasil. Durante a visita aos EUA, Bolsonaro se reunirá com o presidente americano Donald Trump.

A aproximação do clã Bolsonaro com Bannon provoca desconforto em parte da Casa Branca. O ex-estrategista de Trump foi afastado em 2017 e chamado de "traidor" pelo próprio presidente americano. Bannon também foi convidado para o jantar com Bolsonaro e Olavo de Carvalho.


Trade turístico pede a permanência de Vinícius Lummertz no Ministério do Turismo

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Todo o trading turístico do Brasil, reunido em Florianópolis no início dessa semana, numa reunião do Conselho Nacional do Turismo (CNT)  decidiu  encaminhar uma carta ao presidente eleito Jair Bolsonaro com o pedido para a permanência do catarinense Vinicius Lummertz  no Ministério do Turismo. A carta será entregue ainda essa semana ou no início da próxima para o próprio presidente eleito e aos novos ministros já indicados.Vinicius Lummertz que desde julho de 2016  era presidente da Embratur, assumiu o Ministério do Turismo em abril deste ano. Neste curto período, sob sua gestão, o turismo brasileiro deu passos largos, principalmente na direção da internacionalização e transformação do turismo  em uma indústria, capaz de triplicar a geração de empregos e renda em todo país. “O turismo não pode ser visto como um setor isolado e até mesmo como mais uma indústria. O turismo é um verdadeiro universo de oportunidades de novos negócios, de criação de novos empregos e aumento da renda em praticamente todas regiões brasileiras, pela vocação e capacidade turística”, sentencia .No entanto, o atual ministro revela que o turismo brasileiro ainda representa apenas 3,7% do PIB, que é uma das menores participação entre todos países do mundo com potencial turístico. “O turismo é o nosso mote, nossa paixão. É por ele que lutamos, acreditamos e que será neste momento a grande mola propulsora da nossa economia”, garanteO trade turístico brasileiro aposta na continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo atual ministro do Turismo, pois como consta da carta, “está no caminho certo do seu desenvolvimento”. Além do trabalho já desenvolvido, o nome de Vinicius Lummertz  deverá ter o apoio do presidente eleito Jair Bolsonaro,  pois sabe que a origem do ministro é Santa Catarina, o estado com forte vocação turística e que deu a ele uma representação superior a 65% dos votos nos dois turnos da última eleição.

Lei dispensa reconhecimento de firma e autenticação de documento

Sancionada lei que dispensa reconhecimento de firma e autenticação de documento

Fim da obrigação de reconhecimento de firma, dispensa de autenticação de cópias e não-exigência de determinados documentos pessoais para o cidadão que lidar com órgãos do governo. É o que prevê a Lei 13.726, de 2018, sancionada e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (9). O texto também prevê a criação do selo de desburocratização na administração pública e premiação para órgãos que simplificarem o funcionamento e melhorarem o atendimento a usuários.A nova lei tem origem no substitutivo da Câmara (SCD 8/2018) ao PLS 214/2014, do senador Armando Monteiro (PTB-PE), aprovado no Senado no início de setembro.Pela nova lei, órgãos públicos de todas as esferas não poderão mais exigir do cidadão o reconhecimento de firma, autenticação de cópia de documento, além de apresentação de certidão de nascimento, título de eleitor (exceto para votar ou registrar candidatura) e autorização com firma reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque.Para a dispensa de reconhecimento de firma, o servidor deverá comparar a assinatura do cidadão com a firma que consta no documento de identidade. Para a dispensa de autenticação de cópia de documento, haverá apenas a comparação entre original e cópia, podendo o funcionário atestar a autenticidade. Já a apresentação da certidão de nascimento poderá ser substituída por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho regional de fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de prestação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida por órgão público.Quando não for possível fazer a comprovação de regularidade da documentação, o cidadão poderá firmar declaração escrita atestando a veracidade das informações. Em caso de declaração falsa, haverá sanções administrativas, civis e penais.Os órgãos públicos também não poderão exigir do cidadão a apresentação de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo poder, com exceção dos seguintes casos: certidão de antecedentes criminais, informações sobre pessoa jurídica e outras previstas expressamente em lei.

Selo de desburocratização

A nova lei ainda tenta racionalizar e simplificar atos e procedimentos administrativos dentro dos próprios órgãos públicos. Esses poderão criar grupos de trabalho com o objetivo de identificar exigências descabidas ou exageradas ou procedimentos desnecessários, além de sugerir medidas legais ou regulamentares para eliminar o excesso de burocracia.O texto também prevê a criação do Selo de Desburocratização e Simplificação, destinado a reconhecer e a estimular projetos, programas e práticas que simplifiquem o funcionamento da administração pública e melhorem o atendimento aos usuários dos serviços públicos.O Selo será concedido por comissão formada por representantes da administração pública e da sociedade civil, com base em critérios de racionalização de processos e procedimentos administrativos, eliminação de formalidades desnecessárias, ganhos sociais, redução do tempo de espera no atendimento ao usuário, além de adoção de soluções tecnológicas ou organizacionais que possam ser replicadas em outras esferas da administração.Serão premiados, anualmente, dois órgãos ou entidades, em cada unidade federativa, selecionados com base nos critérios estabelecidos pela nova lei.

Vetos

Foi vetada, entre outros pontos, a previsão de que órgãos públicos disponibilizem em página de internet mecanismo próprio para a apresentação, pelo cidadão, de requerimento relativo a seus direitos.A razão para o veto reconhece a importância desse mecanismo, mas alega que requer alta complexidade técnica, o que levaria tempo para a implementação. “O assunto poderá ser tratado posteriormente, de modo mais adequado, sem prejuízo de, exercendo sua autonomia federativa, os demais entes regulem por leis próprias a desburocratização do acesso do cidadão aos seus direitos”, completa a justificativa.Também foi vetada a previsão de que a lei entraria em vigor já nesta terça-feira, na data de publicação no Diário Oficial da União. "A norma possui amplo alcance, pois afeta a relação dos cidadãos com o poder público, em seus atos e procedimentos administrativos. Sempre que a norma possua grande repercussão, deverá ter sua vigência iniciada em prazo que permita sua divulgação e conhecimento, bem como a necessária adaptação de processos e sistemas de trabalho”, justifica o Executivo.

O pensamento de Miguel Abuhab

Entrevista: o pensamento de Miguel Abuhab

Miguel Abuhab, empresário e fundador de companhias inovadoras como Datasul e Neogrid e articulador de tecnologias disruptivas, com assento em espaços privilegiados do poder econômico e largo trânsito junto aos meios políticos, concedeu entrevista exclusiva de 70 minutos à coluna, em seu escritório, no dia 11 de maio. A conversa girou em torno de temas variados: desde o empreendedorismo à expansão dos negócios; passando por ambiente econômico e inovação em Joinville e macroeconomia. O seu mais novo projeto é voltado à melhoria da qualidade nas escolas públicas em Joinville, utilizando conceitos da Teoria das Restrições. A seguir, o resumo do pensamento do líder empresarial.EDUCAÇÃOO nosso projeto de educação transformadora se ampara em elementos da Teoria das Restrições, também muito aplicada nas organizações. Os professores aprendem a fazer as crianças a pensar. A ideia parte de quatro peguntas: 1. Como fazer para que todos ganhem? 2. Como você pode mudar o seu mundo? 3. Como você pode agir para seu sonho se realizar? 4. Por que uma pergunta é melhor do que uma resposta? Essa formulação ajuda as pessoas a refletirem, tendo o debate como método. É uma maneira de organizar ideias com causa e efeito. A iniciativa está sendo aplicada em duas escolas municipais de Joinville, estimulada pela Prefeitura, que abraçou o projeto. O modelo prevê treinamento de professores, em horários fora do trabalho regular – já há 30 envolvidos – e também há participação de voluntários replicando os conceitos. O nosso desafio é ter 600 professores engajados, alcançando 17 mil crianças.    JOINVILLEJoinville evoluiu na gestão pública: honesta, séria e está muito bem. Entendo que o prefeito Udo Döhler está pensando em fazer o planejamento estratégico. E Danilo Conti – o secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável – desenvolve bem o seu papel. Joinville está a caminho de ter nova identidade econômica, depois dos ciclos da erva-mate, do ramo têxtil, e mais adiante do metalmecânico. As áreas de tecnologia e serviços crescem mais hoje.    PARQUE TECNOLÓGICOOs investimentos no Ágora Tech Park, no Perini, mostram que os empreendedores confiam na cidade. A ida do campus da UFSC para lá também é muito positiva. O que marcou o crescimento de Joinville foi o estabelecimento das universidades. Elas fixaram os jovens na cidade e muitas novas empresas surgiram. As universidades são importantes para se fazer pesquisa e desenvolvimento científico. Lá trás, a Datasul não teve as facilidades que se tem hoje. Mas valeu a pena. Fomos pioneiros.    INFORMAÇÕES COMPARTILHADASO que vai acontecer nos próximos três anos? A tendência é de que a tecnologia e os conhecimentos estejam, cada vez mais, na nuvem e no Google. De maneira geral, a evolução é tão rápida com a internet das coisas, que os fabricantes de um barco e de um refrigerador saberão quando os equipamentos de ambos estarão ligados, de modo que poderão ajustar os preços de forma dinâmica e se adequar à demanda. As informações serão cada vez mais compartilhadas   NEGÓCIOS DISRUPTIVOSEstive recentemente em Israel. Há três anos, lá havia falta de água potável. Em 2018, Israel exporta água. Esta mudança radical foi possível graças à tecnologia disruptiva da dessalinização da água do mar. Essa tecnologia garante abastecimento à agricultura em regiões de deserto. Água e energia são negócios disruptivos. Tenho motivado lideranças de Joinville a organizar missão a Israel e, nela, incluir equipe da Cia. Águas de Joinville.    EMPREGOSA Neogrid lidera negócios de supply chain networking. Significa: as informações de estoques e ritmo de vendas são compartilhadas para o fornecedor abastecer os clientes de forma rápida e segura. Vamos crescer na Neogrid. Temos 50 vagas de trabalho em aberto no Brasil; 30 delas em Joinville.   ESTOQUES PELA METADEEntão, o que vai acontecer é que os estoques físicos de mercadorias vão se reduzir à metade. Os bancos estão financiando estoques físicos desnecessariamente. O dinheiro poderia ser alocado para novos investimentos. As empresas têm grande parte de suas dívidas alocadas em estoques.    FOCO AMPLIADO A Neogrid faz essa leitura de dados – unindo fornecedores e lojistas de 130 varejos em mais de 25 mil estabelecimentos. Estamos instalando mais de mil pontos por mês em estabelecimentos pequenos do varejo. Queremos atingir 10 mil pontos de venda até o fim do ano. Essa mesma tecnologia é usada em redes de shopping centers – isso é novo.   VANTAGEM DECISIVA O erro mais comum que cometem os empreendedores é ter empolgação sem ter adequada estratégia e planos táticos. A Teoria das Restrições oferece metodologia para identificar, nos projetos, qual é a vantagem competitiva decisiva. Ter vantagem competitiva decisiva acontece quando satisfaz as necessidades do cliente e, simultaneamente, é impossível ser copiada rapidamente pela concorrência. O erro é não ter essa vantagem competitiva decisiva.   ECONOMIA BRASILEIRAPassamos de um momento de reflexão para outro, de inflexão. Todo esse movimento de gente indo para cadeia... isso ajuda a sociedade. O STF está tomando decisões que a população e a economia esperam; está dando o direcionamento que a economia espera. Os fatos da recuperação da Petrobras são indícios de melhora.    SISTEMA TRIBUTÁRIOApresentei proposta de simplificação dos impostos, com criação do imposto de valor agregado. Acredito ser mais fácil controlar a volta do dinheiro do que a ida da mercadoria. A minha proposta prevê que cada CNPJ tenha uma conta de imposto vinculada a um banco e que se faça a compensação como um crédito em conta, à medida que aconteçam as transações até a ponta final.   

Rosie: a robô que denuncia quando um deputado é corrupto

Criado pelo programador gaúcho Irio Musskopf, de 23 anos, a Rosie já identificou quase R$ 380 mil em notas fiscais irregulares

No desenho animado Os Jetsons, sucesso na década de 1960, a robô Rosie ajudava a família futurista a administrar a casa.
Agora, um algoritmo criado no Brasil – que ganhou o mesmo nome em homenagem ao desenho animado – enfrenta um desafio ainda maior: manter o País em ordem.Criado pelo programador gaúcho Irio Musskopf, de 23 anos, a Rosie analisa os gastos de políticos durante seus mandatos.Ela já identificou quase R$ 380 mil em notas fiscais irregulares, que levaram a denúncias contra mais de 200 deputados federais.“Durante as eleições municipais do ano passado, comecei a pesquisar e a analisar informações dos candidatos à prefeitura para escolher em quem votar”, conta Musskopf, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.“Logo percebi que esse tipo de análise poderia ser feita em larga escala, por uma inteligência artificial.”A ideia levou o programador a se juntar a outros sete profissionais para desenvolver um algoritmo que analisasse notas fiscais entregues por políticos durante seus mandatos.O robô virtual lê o histórico de gastos e alerta quando há duplicidade ou situações fora do normal. “Ela entende os padrões e nos alerta”, explica Musskopf.“Com isso, conseguimos descobrir casos de corrupção e de desvio de verba.”

Primeiro alvo

Num primeiro momento, a equipe decidiu usar a Rosie para analisar apenas notas fiscais relativas a gastos com alimentação entregues por deputados federais.Em apenas dois dias, o programa conseguiu identificar 849 casos suspeitos. Desses, 629 incluíam informações sem sentido, como almoços em cidades diferentes de onde o deputado estava ou notas fiscais em duplicidade.Todos os casos foram denunciados para a Coordenação de Gestão de Cota Parlamentar. Ela é responsável por controlar – por meio do Departamento de Finanças, Orçamento e Contabilidade da Câmara dos Deputados – os gastos de parlamentares com gasolina, envios postais e alimentação.O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), por exemplo, foi denunciado por ter registrado doze almoços em um mesmo local, no mesmo horário e no mesmo dia, totalizando um gasto total de R$ 727,78.Em documentos entregues à equipe da Rosie e obtidos pelo jornal, o deputado justifica que foi um “equívoco de sua assessoria” e afirmou que fez a restituição do valor para a Coordenação de Gestão de Cota Parlamentar.“É um órgão que não funciona”, afirma o jornalista e integrante da equipe de desenvolvimento da Rosie, Pedro Villanova, de 23 anos. Até agora, apenas 30 denúncias receberam resposta. Alguns deputados dizem que as notas fiscais estão erradas.

Construção

O desenvolvimento da Rosie, apesar de rápido, não foi fácil. Após ter a ideia, Musskopf buscou meios de financiar o sistema e apostou no financiamento coletivo.“Em dois meses, arrecadamos R$ 80 mil”, conta o criador do sistema. “Foi o suficiente para desenvolver a Rosie e bancar três meses de trabalho”.Trabalho, aliás, não faltou: a equipe teve de baixar arquivos das notas fiscais, que ficam disponíveis na internet. Eles foram organizados por data, tipo de gasto e parlamentar.“Eram mais de 2 milhões de documentos, que organizamos manualmente”, conta Villa.A rotina foi exaustiva, mas Rosie logo trouxe resultados animadores.”A gente não dormia”, diz Musskopf. “Mas foi um trabalho que nos deu orgulho.”

Futuro

O próximo passo de Rosie será analisar gastos dos senadores. Ainda não há previsão, porém, para o início da nova fase. “O financiamento coletivo cobriu três meses de trabalho. Não temos como nos manter agora”, explica o programador.O grupo iniciou uma nova campanha em 1.º de fevereiro para levantar dinheiro. Até a última sexta-feira, o saldo era de R$ 15 mil. “Sabemos que não dá para fazer isso a cada dois meses.”

Como funciona a Rosie?

1. A Rosie é um robô? Não é um robô físico, mas virtual. Trata-se de um sistema de inteligência artificial. Ela é um programa de computador. Os desenvolvedores a chamam simplesmente de robô para facilitar o entendimento das pessoas.2. Como ela funciona? Assim como qualquer outro sistema inteligente, a Rosie aprende a identificar padrões. Quando um dado aparenta ser diferente, ela o sinaliza para seus criadores. No caso específico da Rosie, os programadores alimentaram o sistema com notas fiscais de gastos de deputados, pagas com cota parlamentar. Se alguma das notas está fora do padrão estabelecido pela Rosie, um alerta é emitido e os desenvolvedores analisam o gasto.3.Como eles conseguiram os documentos? Todas as notas fiscais entregues por deputados federais para justificar o uso da cota parlamentar estão disponíveis para acesso de qualquer cidadão. Basta solicitar acesso ou entrar no site do órgão público responsável pela fiscalização.4.Como foi o processo de comunicação com os deputados? Caso o gasto sinalizado pela Rosie seja, de fato, não permitido pela lei, os desenvolvedores denunciam o deputado na Coordenação de Gestão de Cota Parlamentar. Esse órgão público analisa a denúncia. Se comprovada a fraude, o parlamentar precisa fazer o reembolso dos cofres públicos.5.A Rosie está disponível para uso de qualquer cidadão brasileiro? Não. Por enquanto, ela é de uso exclusivo de seus desenvolvedores.

Restituição de deputados após a Rosie

Happy hour: O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) emitiu nota fiscal com gasto de cinco cervejas. Ele restituiu o valor, de R$ 135, por não ser permitido gasto com álcool.A Viagem: O deputado federal Rocha (PSDB-AC) teve dois gastos, em horário próximos, no Rio Grande do Sul e no Acre, geograficamente distantes. Restituiu R$ 148.O Clone: Marco Maia, deputado federal pelo PT-RS, registrou duas contas de um mesmo restaurante no mesmo horário. Devolveu aos cofres públicos R$ 154,50.Fonte: Exame

EM BUSCA DE CUSTOS MENORES, EMPRESAS BRASILEIRAS ABREM FÁBRICAS NO PARAGUAI

Empreendedores aproveitam a proximidade e incentivos fiscais para abrir operações no país vizinho

A Riachuelo é uma das empresas brasileiras que abriu filiais no Paraguai (Foto: Divulgação)
Enquanto o desemprego no Brasil se aproxima de 12% em meio a dois anos seguidos de encolhimento da economia, há indústrias brasileiras abrindo novas fábricas e criando milhares de novos empregos diretos.Esses investimentos, no entanto, são realizados no Paraguai, país que quer aproveitar a proximidade com o Brasil para ser uma plataforma de produção barata e livre de burocracia para o abastecimento do mercado de consumo brasileiro.A estratégia de atrair investimentos e empregos ao abrir mão da cobrança de impostos tem dado resultado. A lei da maquila, que garante o pagamento de apenas 1% de tributo às companhias que abrirem fábricas no Paraguai e exportarem 100% da produção, existe desde 1997.Outras vantagens incluem gastos menores com mão de obra e energia elétrica. O salto quantitativo desse programa, porém, se deu nos últimos três anos - justamente quando a economia brasileira começou a andar para trás.Embora o total de empregos gerado pelas "maquiladoras" ainda seja pequeno em comparação ao tamanho da economia brasileira, o ritmo de migração de investimentos do Brasil para o Paraguai está em aceleração. Das 124 indústrias incluídas no programa de maquilas, 78 abriram as portas desde 2014.Dos 11,3 mil empregos gerados pelo programa, 6,7 mil são fruto dos investimentos dos últimos três anos. E existem mais projetos de expansão que devem gerar milhares de vagas em 2017.Interesse O Foro Brasil-Paraguai, sediado em Assunção e dedicado exclusivamente a apresentar as oportunidades do país a brasileiros, recebe dezenas de consultas por semana. A entidade calcula que dois terços dos investimentos no Paraguai nos últimos anos sejam de empresas de capital brasileiro.Mas o País também tem um forte peso no terço restante: as montadoras estrangeiras começaram a produzir peças em solo paraguaio para abastecer as montadoras instaladas no Brasil.A transformação do Paraguai em uma "China da América do Sul" é um projeto do presidente Horacio Cartes, no poder há três anos. A prioridade de Cartes – que também é um dos empresários paraguaios mais ricos – é gerar empregos para a mão de obra paraguaia.Mais de 70% da população de 6,8 milhões de habitantes tem menos de 30 anos e boa parte ainda atua na informalidade. A estratégia é elogiada pelo setor produtivo. Cartes, porém, enfrenta críticas por ter abandonado programas sociais, em especial no interior.Durante a passagem da reportagem por Assunção houve um protesto contra o atual presidente – com direito a cartazes "Fora Cartes". Uma recente pesquisa põe o índice de popularidade do presidente em 23%, um dos mais baixos da América Latina.Além disso, o socialista Fernando Lugo, deposto em 2012, é um nome que ganha força para as eleições de 2018.O discurso do governo paraguaio é que o programa de maquilas visa a construir uma parceria com o Brasil. "A ideia é que nós venhamos a substituir os produtos que as empresas brasileiras hoje trazem da China", diz o ministro da Indústria e Comércio do país, Gustavo Leite.Porém, segundo o vice-presidente do Foro Brasil-Paraguai, Junio Dantas, é impossível saber se o investimento no Paraguai substituirá empregos no Brasil ou na China. "É uma decisão do empresário."Aceleração Entre as empresas que estão usando o Paraguai para substituir importações chinesas está a Riachuelo. Foi a rede brasileira que viabilizou a Texcin, indústria montada pelo paraguaio Andrés Gwynn.Hoje, a fábrica emprega 400 pessoas e produz 300 mil peças ao mês. Mas o contrato de dez anos com a Riachuelo prevê que, dentro de um ano e meio, a produção seja elevada a 1 milhão de unidades. Com isso, os funcionários chegarão a 1,5 mil.Gwynn conta que teve a ideia de atrair a Riachuelo ao Paraguai ao ver a foto do presidente da empresa, Flávio Rocha, em uma banca de revista no Aeroporto de Guarulhos.O empresário ligou para a secretária de Rocha e, após alguns dias de insistência, conseguiu uma reunião de cinco minutos para apresentar as vantagens do Paraguai. "Acabamos conversando o dia todo", lembra Gwynn.Indústrias que enfrentam forte concorrência de produtos baratos vindos da Ásia – como materiais plásticos, brinquedos e confecções – estão entre as mais propensas a aproveitar as vantagens da lei das maquilas.Uma das pioneiras do movimento foi a X-Plast, que fechou a unidade no interior de São Paulo e se instalou há três anos em Ciudad del Este, a 4 km da fronteira com Foz do Iguaçu. Procurada, a empresa não respondeu aos pedidos de entrevista.As marcas brasileiras Bracol e Fujiwara, de sapatos para trabalhadores industriais, decidiram aproveitar as vantagens de custo do Paraguai em 2014. Elas são sócias de Andrés Gwynn na Marseg.A empresa chegou a ter 1,5 mil empregados. Com a crise no Brasil, que afetou em cheio a indústria, cortando mais de 30 mil empregos apenas em montadoras, a Marseg reduziu os funcionários para 800. Autopeças. As companhias internacionais de autopeças também estão migrando para o Paraguai.O sócio da Riachuelo no país, que também atua como cicerone para empresários estrangeiros, já ajudou a trazer seis fornecedoras de montadoras para o Paraguai. Entre essas companhias está a alemã Leoni, que produz chicotes elétricos.O gerente da unidade da Leoni no Paraguai é o brasileiro Fábio Lopes da Silva.Ele conta que a maior parte da produção vai para montadoras instaladas no Brasil, onde a empresa mantém uma planta em Itu (SP), com 500 funcionários.Embora não haja planos para desativar a fábrica no Brasil, Silva diz que, com o tempo, a planta paraguaia se tornará mais importante. "Hoje, empregamos aqui 300 pessoas, mas o projeto é ampliar para mil colaboradores."Fonte: PEGN

Prêmio Prefeito Empreendedor tem inscrições até fim de janeiro

Municípios têm até o dia 31 para inscrever projetos por meio do site da premiação

O prêmio tem como objetivo reconhecer prefeitos municipais de todo o Brasil e administradores regionais do Distrito Federal (DF) e de Fernando de Noronha (PE) que tenham implantado projetos com resultados comprovados, ainda que parciais, de estímulo ao surgimento e desenvolvimento dos pequenos negócios e da modernização da gestão pública, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento econômico e social do município.

A premiação é dividida em oito categorias: Melhor Projeto; Implementação e Institucionalização da Lei Geral; Compras Governamentais e Pequenos Negócios; Desburocratização e Formalização; Pequenos Negócios no Campo; Inovação e Sustentabilidade; Municípios Integrantes do G100 (com mais de 80 mil habitantes, baixa renda per capita e alta vulnerabilidade socioeconômica); e Inclusão Produtiva com Segurança Sanitária.

Criado em 2001, o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor é um instrumento para incentivar o desenvolvimento econômico dos pequenos negócios como prioridade na gestão pública, com a identificação, avaliação, valorização e disseminação de iniciativas realizadas nos municípios brasileiros e que geraram impacto positivo para o empreendedorismo local.

Para o superintendente do Sebrae em Sergipe, Emanoel Sobral, receber a premiação é apenas um ato simbólico. “O importante é que os projetos estão sendo executados, incentivando o desenvolvimento sustentável dos municípios que participaram”. Emanoel alerta ainda que os governantes precisam ficar atentos às vocações e oportunidades de suas respectivas cidades, para que novos projetos participem na próxima edição do prêmio. “No final, todos saem ganhando”, reforça.

Fonte: Prêmio Prefeito Empreendedor tem inscrições até fim de janeiro - Empreendedor

Entram em vigor novas regras de licitação para pequenos negócios

Exclusividade das micro e pequenas empresas nas compras públicas até R$ 80 mil já está valendo
Agência Sebrae 15/01/2016

A partir deste ano as licitações públicas para compras de até R$ 80 mil deverão ser exclusivamente disputadas pelas micro e pequenas empresas. É o que determina o Decreto 8.538/2015 (que regulamenta a lei 147/14), que também prevê a possibilidade de criação de um lote restrito para os pequenos dentro de uma licitação que tenha um valor maior.

Além da exclusividade nas licitações federais, o decreto estabelece ainda novas regras para a participação dos pequenos negócios nas compras públicas municipais, determinando o uso da regra federal quando não houver legislação local sobre o tema. De acordo com o texto, as micro e pequenas empresas locais terão prioridade quando o preço de contratação for até 10% superior ao dos propostos por empreendimentos de outras cidades.

“Precisamos ampliar o acesso do segmento às compras governamentais. Os pequenos negócios são os principais geradores de emprego no Brasil. Eles são responsáveis pela economia real das cidades brasileiras”, destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

De acordo com dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a participação dos pequenos negócios nas compras públicas ficou em R$ 7 bilhões, entre janeiro e novembro de 2015. Esse valor representa 16,9% do total de R$ 41,6 bilhões gastos pelo governo federal em 2015. No ano, o segmento participou de 52.418 processos licitatórios do governo federal. A maior parte das aquisições foram de Bens, com 60,1%, e Serviços, com 39,8%.

Fonte: Entram em vigor novas regras de licitação para pequenos negócios - Empreendedor

Está na hora de o Brasil dar atenção ao que realmente importa

Para o presidente da Acij, Joinville não suportaria continuar perdendo empregos como vem ocorrendo nos últimos meses
Está na hora de o Brasil dar atenção ao que realmente importa 1/Agencia RBS
Martinelli: agir com otimismo é precisoFoto: 1 / Agencia RBS
João Martinelli Presidente da Associação Empresarial de JoinvilleNão aguento mais ligar a televisão, o rádio, ler os jornais, acessar a internet e só ver os mesmos assuntos. Impeachment da presidente Dilma, contas do Eduardo Cunha no exterior, se o Baiano vai incriminar o Lula, se o Levy vai ficar ou sair do governo, as pedaladas fiscais, os acordos para tentar salvar a pele de todos os envolvidos, se o Lula está de volta ao comando etc. etc. etc. Já deu pra bola.É como se o País girasse em torno dessas figuras que nunca construíram nada, nunca produziram nada. O Brasil é muito mais importante do que tudo isso e penso que está na hora de darmos mais importância aos assuntos que realmente merecem toda a nossa atenção, como as nossas empresas, a nossa tecnologia, os nossos produtos, os nossos empregos, a nossa educação, a nossa infraestrutura e o nosso Brasil.Vamos deixar que o meritíssimo (Sérgio) Moro e a Polícia Federal cuidem para nós desses assuntos e vamos ao que interessa. Por outro lado, não vemos a oposição apresentar qualquer plano alternativo para o País, tampouco nenhuma agenda positiva do governo. Nada aparece.Já estamos no mês de outubro e alguns ainda estão na doce ilusão de que algo irá melhorar até o final do ano. Não irá. Definitivamente, não irá e quanto antes nos convencermos disso, melhor. Então, é hora de ensacar a viola para o ano de 2015, considerá-lo um ano perdido, em que a crise política foi maior do que a crise econômica.É chegada a hora de a classe empresarial pensar em 2016 e fazer os orçamentos com sobriedade, sem pessimismo, mas acreditando que será um ano igual ao de 2015, ou seja, mais um ano de contenção de custos para não sacrificar ainda mais os empregos, já que Joinville não suportaria continuar perdendo o volume de empregos que vem perdendo nos últimos meses.Agir com otimismo mesmo dentro dessa limitação é preciso, para ver se conseguimos neutralizar esse mau humor que a tudo envolve e a tudo contamina. Já nos convencemos de que estamos num novo patamar, bem inferior ao anterior, e que devemos refazer nossos planejamentos e nos prepararmos para a retomada.O País pode ter sido rebaixado pelas agências de riscos, mas nós não fomos rebaixados e nem nossas empresas, tampouco iremos permitir que façam isso. Então, não vamos nos comportar como se fôssemos pessoas e empresas rebaixadas.
Fonte: Está na hora de o Brasil dar atenção ao que realmente importa - A Notícia

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