Bazar Ógente realiza três edições por ano e agora investe em evento segmentado
Um único espaço que reúne diversos tipos de empreendedores para vender seus produtos. Os bazaresganham cada vez mais destaque na economia brasileira e se tornam uma alternativa criativa na hora de ir atrás dos presentes da família. Foi em um desses eventos, em 2009, que a publicitária e ilustradora Rosy MacQueen, 38 anos, viu a oportunidade de juntar as amigas no que se tornou uma de suas maiores fontes de renda: o Bazar Ógente.
Depois de visitar um bazar na Vila Madalena, em São Paulo, Rosy teve uma ideia para reunir-se com as amigas que não via há algum tempo. “Estávamos todas ocupadas freelando e fazendo alguns artesanatos. Tive a ideia de montar um bazar entre a gente. Nós podíamos matar as saudades e ainda vender os produtos que estávamos fazendo”, conta.
Nessa primeira edição o bazar ainda não tinha um nome e reuniu, em uma pizzaria, nove expositores. Os amigos gostaram da ideia e decidiram dar continuidade ao evento. “Na segunda edição, decidimos que cada um que participou da primeira vez ia indicar um amigo para participar. Conseguimos reunir, dessa vez, 22 expositores”, afirma Rosy.Ao longo do tempo, alguns dos amigos da publicitária começaram a se envolver mais com o projeto. Esse é o caso da designer Patricia Toyama, 38 anos, que toca o bazar junto com Rosy e deu a ideia para o nome dos eventos. “A gente estava se reunindo para montar mais uma edição do bazar e estávamos tentando achar um nome para ele. A Patricia virou uma hora e falou: ‘Ó, gente, o que estou fazendo!’ Na hora, nos olhamos e decidimos que o nome seria Bazar Ógente”, explica Rosy.
O projeto nasceu com um custo zero. Como foi uma ação espontânea, tudo foi colaborativo no início. Mesmo assim, o Bazar Ógente foi chamando a atenção até que chegou aos ouvidos das criadoras do Superziper, site de dicas “faça você mesmo”. “Na época, a página delas no Facebook tinha uns 16 mil seguidores, o que era bastante. Hoje, elas estão com 81 mil. A divulgação do nosso bazar por elas aumentou ainda mais a procura de expositores”, diz a publicitária.
Com o crescimento, Rosy e Patricia tiveram que organizar melhor todo o processo de seleção dos expositores. Elas montaram um formulário de cadastro que é usado na hora de escolher quem vai participar das edições. “A gente dá preferência para as marcas que seguem o ideal do bazar. Procuramos expositores que tem produtos artesanais e designers pequenos”, explica.A crescente demanda também fez com que as empreendedoras tivessem que ir sempre atrás de um novo espaço que comportasse o número previsto de visitantes. O próximo evento acontecerá no dia 30 de abril, no Complexo Aché Cultural, que abriga também o Instituto Tomie Ohtake.Para dar conta desses custos, Rosy começou a cobrar uma taxa fixa pré-evento do expositores. “É essa taxa que faz o bazar acontecer”, afirma. Além disso, as organizadoras também oferecem um serviço de caixa, no qual o empreendedor preenche uma comanda para o visitante, que pode pagar tudo de uma vez ao sair do evento. Por esse trabalho, a publicitária cobra uma taxa de 15% - que já inclui os impostos – sobre o que o expositor faturou.Depois de seis anos, as organizadoras começaram a perceber um crescimento na área de produtos artesanais infantis. Para englobar mais empreendedores desse segmento, elas organizaram o Bazar Ógente Kids em outubro de 2015. O sucesso foi tanto que, nessa próxima edição, esse evento será junto com o tradicional.
Com três eventos por ano - Dia das Mães, primavera e Natal - o Bazar Ógente fatura entre R$ 100 mil e R$ 120 mil por edição, com 1.200 vendas realizadas - o que totaliza mais de R$ 300 mil no ano. Dentre as marcas expositoras, estão nomes famosos como o Grão Vizir, especializado em especiarias, e outros como Iludi, que vende acessórios. No evento tradicional, o ticket médio fica em torno dos R$ 450; no caso da versão Kids, esse valor chegou a R$ 250.De acordo com Rosy, a próxima edição promete ser a maior já realizada, com 90 expositores em apenas um dia de bazar. A quantidade de participantes reforça o objetivo da publicitária em incentivar o movimento craft no país. “O plano B virou pano A. A gente observa que as pessoas estão resgatando técnicas mais antigas e dando novas roupagens a elas”, afirma.A organizadoras também ajudam os empreendedores na hora de chamar a atenção de clientes em potencial. “Ao longo do tempo, essas pessoas começam a prestar mais atenção na promoção de seu produto. A gente os incentiva a deixar as fotos mais bonitas, a arrumar a mesa de uma forma melhor, a fazer um bom estoque e a atender de uma boa forma. Tem gente que começou aqui sem nem ter marca e hoje tem até loja fixa”, conta Rosy.Para os próximos anos, a publicitária espera aumentar o número de bazares realizados por ano. “Queremos fazer cinco eventos de dois dias por ano, sendo duas edições do bazar Kids. Também já pensamos em ir para outros estados, mas preferimos expandir dentro de São Paulo, por enquanto”, finaliza.Fonte: PEGN
Empresa vende equipamentos de luta para praticantes de 11 artes marciais
O Brasil é referência em artes marciais no mundo todo — principalmente quando o assunto é jiu-jitsu, modalidade em que o país possui uma versão própria da luta. “Até alguns anos atrás, isso era pouco explorado na internet”, afirma Diego Shimohirao, fundador da Meu Kimono, loja online de equipamentos para luta.
Em 2011, Shimohirao e seu sócio, Valter Miyashiro, eram colegas de faculdade. Ambos estudavam administração, e Miyashiro trabalhava em uma fábrica de quimonos. “Meu sócio sempre me falava sobre os números de vendas que a fábrica tinha, e eu fiquei impressionado com o quanto aquele mercado era ativo”, diz Shimohirao. A curiosidade sobre a área foi aumentando até que Shimohirao decidiu fazer algumas pesquisas. “Percebi que as opções de compra online eram bem limitadas e comecei a criar um interesse de entrar nesse mercado”, diz.
Durante seis meses, o empreendedor foi a academias conversar com praticantes de artes marciais e procurou as lojas que existiam para fazer compras de teste. Shimohirao fazia pequenas compras no começo e no fim do mês para, com isso, conhecer mais sobre como as lojas davam seus prazos de entrega e faziam a reposição do estoque. Quando estava com um plano de um e-commerce quase pronto, buscou Miyashiro. O amigo ficou interessado e, em março de 2012, os dois abriam a Meu Kimono.Desde seu começo, a Meu Kimono vende produtos apenas pela internet, com entregas para o Brasil inteiro. O investimento inicial necessário para abrir a loja foi de R$ 130 mil, usados na compra de computadores, mobília, desenvolvimento do site e burocracia para regularizar a empresa.Shimohirao conta que, durante o planejamento, os dois perceberam que a luta mais praticada no Brasil era o jiu-jitsu. Por isso, os equipamentos que eles mais compraram para montar o primeiro estoque foram dessa modalidade. “Atualmente, trabalhamos com equipamentos específicos para 11 artes marciais diferentes, mas o nosso maior volume de vendas ainda vem do jiu-jitsu”, diz.Segundo o empreendedor, a principal reclamação dos atletas era de que os equipamentos de luta nunca eram encontrados com facilidade. Para praticar uma arte marcial são precisos quimonos, faixas e protetores, e mesmo quando o atleta encontrava o produto, tinha uma variação pequena de modelos para escolher. “Nós oferecíamos quase tudo que era necessário, e conforme as vendas aumentaram, fomos expandindo. Hoje trabalhamos com 25 marcas e mais de 2,5 mil produtos diferentes”, diz.No primeiro mês, a loja teve um faturamento de R$ 30 mil, mas não foi fácil conseguir esse resultado. O empreendedor afirma que, como ninguém conhecia a loja, foi preciso fazer um intenso trabalho de divulgação. “Fomos em academias e investimos em AdWords, do Google, e Face Ads, do Facebook”, diz. Em seis meses, a página da Meu Kimono no Facebook chegou a 90 mil curtidas e, com a visibilidade, as marcas de equipamentos para luta começaram a procurar a loja para expor seus produtos. O investimento em marketing digital foi tão útil, que hoje 2,5% do faturamento da empresa é reinvestido em anúncios online.
Desde sua abertura, a Meu Kimono cresce a cada ano em faturamento, estoque e equipe. No primeiro ano, a dupla teve que contratar uma pessoa para ajudar nas operações. No segundo ano, duas pessoas. Até chegarem à equipe de 34 pessoas que hoje compõe a Meu Kimono. “Um diferencial é que todos os nossos atendentes que tiram as dúvidas dos clientes são praticantes de artes marciais. Eles entendem como o peso do quimono intefere no treino, entre outros detalhes, e isso faz toda a diferença”, afirma Shimohirao.Atualmente, o site conta com dois centros de distribuição e uma central de atendimento em São Paulo. Segundo Shimohirao, as expansões não exigiram muito investimento, pois o maior custo sempre foi o aluguel. “Por outro lado, tivemos que gastar muito para montar o estoque desses dois centros, que nos custou R$ 1 milhão”, diz. Hoje, o faturamento mensal é de R$ 400 mil e não há interesse da empresa em abrir uma loja física.
Consultores do Sebrae explicam tudo que o microempreendedor precisa para se formalizar
Criado em julho de 2009, o Microempreendedor Individual (MEI) é considerado a porta de entrada para o mundo empresarial. É, atualmente, a maneira mais simples que uma pessoa tem para abrir uma empresa no Brasil e tudo pode ser feito pelo próprio empreendedor.
Para ajudar aqueles que querem se aventurar nesse caminho, montamos o seguinte passo a passo com a ajuda dos consultores do Sebrae-SP Marcelo Ulliana e Filipe Rubim.
O que você vai fazer?Não são todas as atividades comerciais que podem ser praticadas por um Microempreendedor Individual. É preciso consultar a lista de atividades no Portal do Empreendedor. Isso deve ser feito antes mesmo de pensar no modelo de negócio.Se a atividade desejada não estiver na lista, será preciso que o empreendedor busque outra formalização, através de uma Sociedade Limitada ou de uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli).Qual será o tamanho do negócio?O MEI é uma modalidade de empresa exclusiva para empreendedores individuais e não permite sócios. Além disso, o faturamento anual da empresa não pode ultrapassar R$ 60 mil e só é possível contratar apenas um funcionário. Por conta disso, Ulliana aconselha que os empreendedores façam o plano de negócio antes de decidirem abrir MEI, pois precisam ter certeza de que optaram pela modalidade correta. "O próximo passo então será ir até a prefeitura para ver se eu posso abrir uma lanchonete no endereço desejado".Onde você quer trabalhar?Cada município do Brasil possui uma lei de zoneamento que separa os bairros da cidade de acordo com as atividades que podem ser realizadas nos locais. Alguns bairros são estritamente residenciais, outros podem conter comércio e os mais afastados são específicos para a indústria.A atividade que o empreendedor quer realizar precisa ser coerente com o local desejado e isso também deve ser consultado antes do empreendedor se formalizar. Existem diferentes maneiras de verificar um endereço e elas variam em cada cidade. Alguns municípios contam com sistemas online que permitem a verificação, outros têm espaços de atendimento aos empreendedores que facilitam o processo e, na ausência dessas opções, é preciso entrar em contato com a Secretaria de Urbanismo da cidade."O empreendedor deve ter certeza do endereço que está consultando. Então, via de regra, é sempre melhor consultar o endereço tendo uma cópia do IPTU em mãos. No caso de aluguel, leve o contrato de locação", diz Ulliana.Bombeiro, vigilância sanitária e outrosAo mesmo tempo em que consulta o endereço, o empreendedor também precisa verificar quais são as autorizações específicas que seu negócio exige. Dependendo da área, é preciso solicitar autorização dos bombeiros e da vigilância sanitária. "Na prefeitura, o empreendedor pode encontrar a relação de autorizações que irá precisar para seu negócio, mas também é possível verificá-las através do Sebrae", explica Ulliana.Portal do EmpreendedorDepois que tiver conferido tudo, o empreendedor poderá finalmente se formalizar como MEI. O processo deve ser feito através do Portal do Empreendedor, onde será preciso informar os dados pessoais, um endereço e a atividade comercial que será praticada."As pessoas que tiverem dificuldade em fazer o cadastro pelo Portal do Empreendedor podem buscar ajuda na prefeitura ou nos espaços de atendimento ao trabalhador da sua cidade", recomenda Filipe Rubim, consultor de projetos do Sebrae.Ao fim do processo, o empreendedor irá receber um certificado de MEI que já apresenta o número do seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).Emissão de nota fiscalO Portal do Empreendedor permite a formalização nas esferas federal e estadual, o que significa que ainda falta a etapa municipal. Portanto, será preciso voltar à prefeitura para fazer o Cadastro de Contribuinte Mobiliário (CCM). Essa inscrição irá permitir que o empreendedor emita nota fiscal para prestação de serviços, pois esse tipo de atividade recolhe impostos para o município.Cada município tem seu procedimento de cadastro. Algumas cidades oferecem esse serviço pela internet, enquanto outras exigem que o empreendedor se desloque até o prédio da prefeitura.Para atividades de comércio ou indústria, a emissão de nota fiscal envolve a Secretaria da Fazenda do estado em que o empreendedor estiver. Então, será preciso entrar nos sites dessas entidades para solicitar a permissão.DireitosOs impostos pagos pelos empreendedores que optam pelo MEI são cobrados pelas regras do Simples Nacional. Isso significa que tudo é pago de uma vez pela guia mensal DAS (Documento de Arrecadação Simplificada), emitida no Portal do Empreendedor."O empreendedor que opta pelo MEI paga um imposto fixo de 5% do salário mínimo, para a previdência social dele próprio. O imposto cobrado é relativamente pequeno, afinal, o profissional liberal comum recolhe 20%. É uma política de inclusão que ajuda as pessoas que antes trabalhavam na informalidade e terem direito a auxílio doença, licença-maternidade, pensão por morte, além da própria previdência", explica Ulliana.Além dos 5% do salário mínimo, o MEI paga ainda R$ 5 se for prestador de serviços e R$ 1 se for trabalhar com comércio ou indústria. "Se alguém tem um salão de beleza e vende cosméticos, por exemplo, deve pagar as duas taxas, além da porcentagem do salário mínimo", diz Ulliana.E quando o negócio crescer?Caso o empreendedor tenha um desempenho além do esperado e ultrapasse o limite dos R$ 60 mil, ele será taxado proporcionalmente pelo valor excedente, desde que o faturamento não passe de R$ 72 mil. Além disso, em janeiro do ano seguinte, a empresa deixa de ser MEI e passa a ser microempresa (ME).Acima de R$ 72 mil, o MEI também será classificado automaticamente como ME no ano seguinte e ainda terá que pagar valores retroativos referentes ao faturamento do último ano. "Como o retroativo é cobrado todo de uma vez, muitas empresas acabam fechando por causa disso. Para o desenvolvimento sustentável da empresa, quando o MEI ultrapassar o faturamento, o melhor que ele tem a fazer é mudar de categoria de empresa", explica Rubim.A migração é feita através do Portal do Simples Nacional e o empreendedor precisa contratar um contador.
Empreendedores optaram por usar sistema de financiamento coletivo para ideia virar realidade
As grandes cidades estão cheias de carros, um meio de transporte que pode fazer o trajeto ficar mais demorado do a bicicleta ou até mesmo as próprias pernas. Esse é um dos argumentos utilizados pelo engenheiro Yuri Berezovoy para defender a compra de seu mais novo produto: o Surfer.
Em 2011, durante uma conversa com o amigo de infância e também engenheiro, Fabio Pagotti Silva, nasceu a ideia de desenvolver um novo tipo de veículo. “Nós somos praticantes de mountain bike e surgiu a ideia de fazer algo dentro dessa área”, conta Berezovoy. Foi aí que nasceu o primeiro projeto: uma motocicleta de motor elétrico inspirada no design das scooters.
No início, o plano era fazer uma parceria com alguma concessionária de veículos. “Conforme fomos desenvolvendo essa moto, percebemos que esse tipo de veículo tem peças exclusivas. O usuário depende da concessionária para fazer qualquer tipo de assistência. A gente queria que as pessoas pudessem fazer isso em qualquer lugar”, explica Berezovoy.
A ideia não foi para frente, mas, durante toda a trajetória de desenvolvimento do produto, muitas ideias surgiram. “Usando tecnologias de desenvolvimento típicas de startup, tínhamos que ser cuidadosos para não se apegar a nossa ideia inicial. O produto que tínhamos em mente em 2011 é completamente diferente do que temos hoje”, afirma Berezovoy.A empresa criou então o Surfer, um veículo elétrico que mistura os conceitos de design de um patinete e uma scooter. Ele não emite nenhum tipo de poluente e é silencioso. Em 2013, o projeto venceu o seu primeiro edital, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com um financiamento de R$ 400 mil.No total, a empresa conseguiu levantar R$ 2 milhões entre recursos públicos e privados, mas já gastou toda a quantia com o desenvolvimento do produto. Agora, para fazer com que o Surfer chegue ao mercado, os empreendedores decidiram usar o Kickante, plataforma de financiamento coletivo. O objetivo é arrecadar R$ 30 mil para a produção das primeiras unidades do patinete.A escolha pelo financiamento coletivo nasceu de um desejo dos empreendedores em incentivar a inovação no país. “É um mecanismo de fomento indispensável para a inovação no exterior. Quem está comprando aquilo está comprando um sonho e confiando que nós temos capacidade de transformá-lo em realidade”, explica Berezovoy.O financiamento fica aberto até o dia 19 de abril. O primeiro lote do Surfer tem o valor de R$ 5.490 e contempla 30 unidades. Já o segundo lote tem valor parcial de R$ 800 com 20 patinetes. O restante do valor, R$ 4.990, é pago no envio do produto, que está previsto para o mês de junho desse ano.Dentro da legislação atual de São Paulo, por exemplo, o Surfer pode ser usado em ciclovias. O veículo tem um modo específico para a velocidade máxima permitida nessas vias: 25 km/h. No modo potente pode atingir 45 km/h e subir ladeiras. Nesse caso, Berezovoy recomenda que o produto só seja usado em propriedades privadas por conta da legislação de trânsito.Os sócios acreditam que o Surfer é capaz de mostrar o potencial de inovação do país para os brasileiros. “É um produto que passa positividade, por ser sustentável e transmitir uma ideia de tranquilidade em meio ao caos das ruas da cidade. Além disso, ele é exportável e promissor para o Brasil como inovação”, finaliza Berezovoy.Fonte: PEGN
Financiamento é um dos pilares do Plano Nacional de Exportações, diz o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou melhoras nas condições de crédito das linhas do tipo Exim Pré-Embarque, destinadas a empresas que produzem para exportar, com redução de juros de entre 11,13% e 15,75% ao ano para entre 9,1% e 11,53% ao ano.
Além disso, foi criada nova linha direcionada a produtos inovadores com potencial para ser vendidos no exterior.Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a composição das novas taxas de juros das linhas Exim Pré-Embarque inclui a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 7,5% ao ano, mais custos de spread (diferença entre o custo da captação de recursos e o valor cobrado ao conceder empréstimo). No caso das modalidades produção de bens de capital e micro, pequenas e médias empresas, o custo básico é todo baseado na TJLP, o que permitiu reduzir o valor do spread.O governo estima que, com as novas condições, a demanda por crédito das linhas Exim Pré-Embarque tenha potencial para atingir este ano R$ 15 bilhões, contra previsão inicial de R$ 4 bilhões.De acordo com Luciano Coutinho, o aumento estimado na tomada de crédito será financiado apenas com alocação de recursos. “São recursos do orçamento normal do banco. Não tem recurso novo. O que estamos fazendo é usar da maneira mais eficiente os recursos disponíveis.”Com a nova configuração, as condições do crédito para a indústria exportadora passam a ser: juros de 9,1% ao ano e prazo de até 36 meses para empresas inovadoras, juros de 9,1% ao ano e prazo de até 30 meses para micro, pequenas e médias empresas, juros de 9,5% ao ano e prazo entre 24 e 30 meses para bens de capital, juros de 11,53% ao ano e prazo de até 24 meses para bens de consumo e, por fim, juros de 15,75% ao ano e prazo até 24 meses para bens especiais e serviços.ModerfrotaO BNDES anunciou, ainda, destinação de R$ 300 milhões adicionais em recursos para financiamentos do Programa de Modernização da Frota (Moderfrota), destinado à compra de tratores e máquinas agrícolas. Com o recurso adicional, o Moderfrota passa a contar com R$ 860 milhões para crédito até o encerramento da safra em curso, no fim de junho. “O Ministério da Fazenda autorizou um remanejamento dentro do Plano Safra, de forma que agregamos [ao Moderfrota] saldos de rubricas não plenamente utilizadas”, explicou Luciano Coutinho.O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que o financiamento é um dos pilares do Plano Nacional de Exportações, lançado em junho do ano passado.“Sem esse pilar, o plano de exportações perde força. O BNDES nos dá mais energia e responde à demanda. O que se verifica, agora, é que a demanda pelas exportações se amplia, como resultado da retração no mercado doméstico e realinhamento cambial.”Presente ao anúncio, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, afirmou que o titular da pasta, ministro Nelson Barbosa, enviou mensagem de apoio ao Ministério do Desenvolvimento pelo estímulo à expansão das exportações.“Todos sabem o momento econômico que estamos vivendo e, ao nosso ver, as exportações são uma das portas de saída”, declarou Oliveira.Fonte: Empreendedor
Conheça a fórmula vencedora da Codorníu, empresa espanhola com 460 anos de história
“O mais importante é criar uma marca sólida, capaz de resistir às crises. Não é porque o país vai mal que você vai deixar a qualidade cair. É preciso pensar a longo prazo.” Foi dessa maneira que Borja Raventós Sáenz, herdeiro e membro do Conselho Consultivo da Codorniú, justificou o sucesso da marca, a mais antiga da Espanha, fundada em 1551. O empresário espanhol falou durante o Enef (Encontro de Empresas Familiares), evento realizado em Gramado (RS) pela consultoria em governança Werner Bornholdt.
A palestra de Raventós abriu o encontro de dois dias, que reúne 26 empresas familiares na cidade gaúcha. Depois de relatar a história da empresa, que hoje conta com 200 acionistas entre os 500 membros da família, o herdeiro revelou os dez segredos de sucesso da vinícola espanhola, que hoje conta com nove adegas na Espanha, uma nos Estados Unidos e outra na Argentina. Confira a seguir a fórmula vencedora do negócio familiar.
1. Respeite o legado, a cultura e a história da empresa. Cultive uma visão de médio e longo prazo. Todas as decisões devem ser tomadas pensando nas gerações posteriores.2. Estimule entre os herdeiros o orgulho de pertencer à família. É essa união familiar que manterá a empresa de pé ao longo dos anos.3. Tenha paixão pelo que é essencial no negócio, mas jamais se esqueça de inovar. Mantenha um compromisso vitalício com a comunidade local.4. Determine os valores que deverão ser passados de geração em geração. Na Codorníu, os valores são: honestidade, perseverança, flexibilidade, discrição e inovação.5. Os processos de sucessão devem ser muito claros, com regras precisas. É necessário trabalhar a harmonia entre as diversas gerações.6. Promova o crescimento sustentável, que garanta os dividendos necessários para os acionistas.7. Invista na profissionalização da empresa, para torná-la mais competitiva.8. O negócio deve ter uma cultura forte, mas flexível: será necessário adaptar os valores às diferentes eras da companhia.9. Crie uma marca sólida. Mantenha a qualidade dos produtos e não descuide da precificação. O foco deve estar no longo prazo, e não no lucro fácil.10. Esteja aberto a ouvir diferentes opiniões: de consultores externos, gestores profissionais, consultores e até mesmo de outros negócios familiares.Fonte: PEGN
Biva teve que se adaptar ao sistema financeiro brasileiro para criar algo na área do empréstimo entre indivíduos
Um modelo de negócios que permite que pessoas emprestem dinheiros umas às outras: esse é o conceito depeer-to-peer lending (P2P). O segmento movimentou US$ 5,98 bilhões em 2014 no Estados Unidos e foi escolhido pelos empreendedores Jorge Vargas e Paulo David como uma oportunidade para empreender.Os empreendedores já tinham trabalhado juntos em um escritório de advocacia e, na hora de abrirem o negócio, juntaram um pouco de suas experiências. “Eu sou um cara com bastante experiência na área financeira e jurídica e o Paulo é apaixonado por empreendedorismo”, explica Vargas. Dessa junção, nasceu a Biva, uma sigla para “Bancando ideias, valores e ações”.Na hora de desenvolver a ideia, os sócios precisaram arranjar uma forma de adaptar o P2P para o sistema bancário brasileiro. Durante nove meses, se dedicaram a encontrar uma solução para esse problema e desenvolver a plataforma. Para atender as leis exigidas, os empreendedores fizeram parcerias com a instituições financeiras que geram os títulos para lastrear a operação. A principal instituição parceira do empreendimento atualmente é a Socinal.A Biva foi inaugurada, então, em abril de 2015 e, no mês seguinte, realizou sua primeira operação de empréstimo. Para montar a plataforma, Vargas e David contaram não só com dinheiro do próprio bolso como investimento inicial. O fundador do Nubank, David Vélez, foi o investidor-anjo da Biva. Além disso, os sócios receberam aportes de três fundos de venture capital: Kaszek Ventures, Monashees e Vox Capital.Enquanto as instituições financeiras tradicionais são remuneradas pelo spread bancário, a Biva repassa todos os juros pagos de uma ponta para outra. A remuneração da empresa vem de uma comissão de cerca de 5% sobre o valor do empréstimo aprovado, além dos serviços de aquisição dos clientes e análise de crédito efetuada. “Dentre empreendedores, investidores e pessoas com pedidos ainda não concluídos, a Biva tem mais de 25 mil cadastrados. Já recebemos mais de R$ 80 milhões em solicitações de empréstimos”, afirma Vargas.Para proteger os correntistas e investidores no caso de insolvência da instituição na qual eles estiverem ativos, a Biva tem uma parceria com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Todo investimento feito pela empresa é protegido por esse parceiro. O número de empréstimos da Biva varia bastante, mas Vargas garante que, em média, esse valor só cresce: “Dezembro é um mês de alta demanda, enquanto janeiro tende a ser o período com menor demanda do ano. Mas, recentemente, chegamos a fazer cerca de 100 operações de crédito em apenas um mês.”Assim como o Gaveteiro, a Biva foi uma das 35 selecionadas para o programa de aceleração organizado pela Endeavor e pela J.P. Morgan: o Programa Promessa J.P. Morgan Chase Foundation. Para 2016, os empreendedores esperam conceder cerca de R$ 50 milhões para mais de mil pequenas empresas que buscam crescer no mercado. “Muitos micro e pequenos empresários do Brasil estão abrindo mão de crescer seus negócios por conta da crise. Estamos aqui para mostrar que existe uma forma alternativa de crescimento”, afirma Vargas.
Mais de 170 marcas de franquia estrearam no mercado brasileiro no ano passado
RIO — Setembro de 2015. Demitido de uma empresa que prestava serviços à Petrobras, o engenheiro Rodrigo Petrosemolo Saraiva, de 35 anos, decide abrir um negócio para recomeçar profissionalmente.
No mesmo mês, Luis Selva, Marco Seixas, Carla Thompson, Daniela Piacesi, Eduardo Zicker e Celso Valias, sócios do restaurante Las Empanadas, especializado no tradicional salgado argentino, lançam seu sistema de franquia, um ano depois de a empresa nascer como um bistrô no Vidigal.
Os dois lados se cruzaram na feira Expo Franchising, no Riocentro. Dois meses depois, Rodrigo abre seu quiosque no Botafogo Praia Shopping e o Las Empanadas passa a ter sua primeira loja franqueada. Neste período, muito trabalho e alguns erros pela inexperiência."No início foi muita correria. Eu não tinha qualquer prática no comércio e eles ainda não tinham maturidade com o sistema de franquia. Mas tudo foi se ajeitando no dia a dia. A vantagem é crescer junto com a marca, e já pretendo abrir outra loja", diz Rodrigo, que toca o quiosque ao lado da mulher, Paula.Atraídos pelo histórico do sistema, empreendedores apostam nas franquias para se aventurar no mundo dos negócios. Apesar da crise, o sistema teve crescimento de 8,3% no faturamento no ano passado. E uma baixa “taxa de mortalidade”: 3,7%.Na outra mão, as empresas interessadas em não dispender tanto capital no plano de expansão investem nesse método. No ano passado, foram 178 novas marcas que se tornaram franqueadoras, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de franchising (ABF), entre associadas e não associadas à entidade. A grande equação é fazer este encontro de iniciantes dar certo, dizem os consultores.No caso de Las Empanadas, além da loja de Rodrigo, o restaurante tem outra filial no Rio Design Barra e irá abrir mais três nos próximos dois meses. O investimento inicial mínimo é de R$ 139 mil para o quiosque."Nossa previsão era terminar 2016 com dez lojas, mas provavelmente aumentaremos para 15", diz o argentino Luis Selva, fundador da marca, animado com os resultados iniciais.Crescimento calculadoOs sócios do Hareburguer também estão otimistas com o crescimento da franquia de fast-food vegetariano. O negócio, que começou na praia, tem investimento inicial de R$ 300 mil e foca num público que consome comida saudável por um preço acessível. Marcos Leite, CEO da empresa, diz que 80% dos frequentadores consomem carne, reduzindo assim os riscos para o novo investidor em apostar todas as fichas em só um nicho de mercado."O franqueado que entra numa rede nova tem as melhores oportunidades e pontos, e pode influenciar no rumo da marca desde o início da operação. Nosso histórico no mercado de franquia não é grande, mas há uma história de empreendedorismo de sucesso que completou agora 10 anos. Outro atrativo é que estamos num mercado que só cresce, o de alimentação saudável e vegetariana", diz Marcos Leite, que revela que pretende, ainda este ano, dobrar o número de franquias: das quatro atuais para oito lojas.
Fora do setor de alimentação (considerado a mola propulsora do mercado de franquia), a iDream, loja de acessórios, serviços e assistência técnica para smartphone e tablets, também está em busca de novos parceiros. No sexto ano de operação, os sócios decidiram planejar o crescimento da rede por meio das franquias. E, em novembro passado, lançaram seu plano de expansão: hoje são 10 lojas próprias e duas franqueadas.Bate-papo com os experientesA expectativa agora é ampliar horizontes e partir, no segundo semestre, para Brasília, Minas Gerais e interior de São Paulo, afirma um dos três sócios da iDream, Leandro Tomasi. A terceira franqueada no Rio será aberta no final do mês no Park Shopping , em Campo Grande, pela consultora de RH Tereza Machado, de 43 anos, em sua primeira experiência empreendedora. Interessada em abrir seu negócio próprio, ela ficou tão empolgada com a oportunidade de trabalhar com tecnologia que nem considerou arriscado investir numa marca recém-criada."Acredito tanto no negócio que não levei em conta o tempo de criação da franquia. Não tive medo. É um nicho importante a ser explorado porque, com a crise, as pessoas não estão comprando celular, mas consertando ou tentando dar uma nova cara, com as capinhas disponíveis", diz ela.Em ato anterior à assinatura do contrato, Tereza conversou com os franqueados para saber mais sobre o funcionamento da loja. Este é um dos primeiros conselhos dado pelos especialistas para quem quer investir em novas redes franqueadoras."Antes de fechar negócio, pergunte para os atuais franqueados sobre a relação com a marca, se está feliz com os franqueadores, se compraria uma segunda loja. Quem está infeliz não mente. Assim o futuro empreendedor estará seguro para uma tomada de decisão", salienta o presidente da ABF Rio, Beto Filho.A franqueadora é obrigada a liberar estas informações, segundo a Lei de franchising (lei 8.955/94). Beto lembra que todos os dados devem estar num documento chamado Circular de Oferta de Franquia (COF), que descreve a franquia e as respectivas atividades envolvidas, mostra quais são os investimentos necessários e taxas envolvidos para manutenção."O documento também obriga a mostrar o balanço financeiro dos últimos dois anos, com detalhamento do produto e as obrigações da marca. Se o candidato não tem segurança para analisar, leve para um advogado. É melhor do que investir errado e sofrer prejuízo", aconselha ele.Experiência com outras franquias conta pontosNa opinião de especialistas em franchising, o fato de um grupo ter outras marcas franqueadas ou uma consultoria assessorando na gestão do negócio conta muitos pontos na hora do investimento. O Vizinhando, por exemplo, é a segunda marca dos donos da rede de franquias Billy The Grill, que tem 34 lojas pelo estado do Rio de Janeiro e, em breve, desembarcará em São Paulo.O pioneiro a apostar na ideia foi Lucas Studart, que inaugurou o primeiro restaurante Vizinhando (especializado em espetinhos) na Freguesia, em junho de 2015. Hoje, a rede tem mais três franquias: Ilha, Tijuca e Vila Isabel. E mais três serão inauguradas nos próximos meses, pois a meta é fechar 2016 com 20 lojas. O investimento começa em R$ 450 mil, dependendo do tamanho da loja, e o foco são os shoppings e pólos gastronômicos."Qualquer negócio traz riscos. Mas tenho indícios de que o Vizinhando é um bom negócio pelos resultados que temos até hoje. O mais importante é que temos franqueados com mais de uma loja. Eles estão prosperando financeiramente e profissionalmente", explica Luiz Felipe Costa, de 30 anos, sócio ao lado do irmão, Luiz Sérgio. Eles têm ainda uma terceira marca, o Naa!, especializado em comida japonesa.No caso do processo de expansão dos restaurantes Skipper e do Pe’ahi, os sócios contrataram o Grupo Soares Pereira & Papera para uma consultoria na escolha dos franqueados."Os restaurantes têm uma história de sucesso e um grupo de gestão faz a transferência de todo este know-how para o futuro franqueado. Ele se sente seguro, mesmo que a operação de fato ainda não exista", afirma Renata Mancini, diretora do grupo Cevada, que é dono das duas marcas.Roberto Kanter, professor do MBA de marketing de varejo da FGV e diretor do Canal Vertical, acredita que o novo empreendedor deve ter muito cuidado ao investir em franquias criadas recentemente. A sugestão vale, em especial, para empresários de primeira viagem, que sempre trabalharam como funcionários."Não é só olhar o tempo que está no mercado, mas também o histórico do franqueado. O desconhecido tem grande risco, mas a possibilidade de retorno financeiro é maior. Isto funciona mais no caso dos franqueadores profissionais. Para quem nunca foi empresário, a atenção tem que ser muito maior. Muitos têm a ilusão de que comprar uma franquia é uma negócio garantido. Só que há riscos, sim", analisa o professor.Para o coordenador da pós-graduação em Gestão Estratégica no Varejo no Ibmec/RJ, Haroldo Monteiro, uma marca de sucesso não significa que a franqueadora terá êxito. "Uma empresa nova na área de franchising está buscando um canal de expansão rápido. Em tese, uma companhia que tenha mais lojas próprias oferece menos risco. Mas não é garantia."Fonte: PEGN
Empreender é um sonho que pode acontecer na juventude, velhice ou até mesmo no ápice da carreira
Empreender é uma arte que tem muitas variações, dependendo da idade, experiência anterior ou fase de vida em que você está. É mais uma dessas atividades do ser humano que não pode ser estruturada rigidamente ou merecer um manual que deva ser seguido de forma automática.
A maneira como um jovem decide empreender é bastante diferente de um executivo que resolve abandonar sua carreira para dar um voo solo.
Como também difere de alguém que se aposenta, depois de longos anos de vínculo empregatício, e imagina poder realizar sonhos que foram guardados durante anos de dedicação ao trabalho e à uma organização.Vale lembrar que, na minha concepção, empreendedor é aquele que consegue ver oportunidades onde a maioria das pessoas apenas vê problemas. Ou, em outras palavras:
Pessoas que têm a capacidade de transformar problemas/desafios em oportunidades e, em muitos casos, consegue estar à frente do seu tempo.Comecemos pelo jovem que decide criar algo próprio. De forma geral, os dois primeiros desestimuladores para essa opção devem se apresentar na própria família e, depois, no sistema de ensino formal, ou seja, a escola.A família, especialmente se for de classe média para cima, na escala social, inibe a busca de um empreendimento com o discurso das “maravilhas” de um emprego. Especialmente se puder conseguir algo em uma grande empresa privada ou realizar um concurso para a administração pública. Ou seja, ilusões do mundo organizacional que impregnaram a vida passada dos pais.O segundo obstáculo para o jovem está na Escola. Os programas acadêmicos ainda educam as pessoas a buscar o emprego formal e tornarem-se funcionários adaptados a empresas que, muitas vezes, já não existem no mercado.O segundo agrupamento mencionado é o executivo ou profissional que decide abandonar o emprego para criar algo próprio. Nesse caso, as dificuldades são de outra ordem. Acostumado, por longo tempo, com as “benesses” do mundo empresarial, o profissional imagina criar algo onde vai assumir muito mais o cargo de “presidente”, uma vez que agora o negócio “será seu“. Mas, diferente do que alguns podem pensar, é necessário estar preparado para conciliar, por um bom tempo, os papéis de presidente e office-boy, simultaneamente.Na empresa, havia um superior de quem ele podia reclamar. Uma secretária que resolvia as questões menores… e, muitas vezes, as maiores. Alguém que ele nem identifica claramente, mas que pagava a conta de luz, água, telefone e condomínio. Só que agora tudo isto deverá sair do seu bolso.Portanto, o novo desafio será grande. Mas, acima de tudo, ele deverá alterar sua postura de empregado para empreendedor. E muitos não conseguem isso com facilidade. Por último – o que não significa que esgotam as alternativas -, existe o profissional que se aposenta e imagina realizar o sonho da sua vida, criando um negócio próprio. Para esse caso, aplicam-se as reflexões colocadas para os que decidem abandonar o emprego.Além disso, é muito importante que o preparo para essa nova fase de vida tenha se iniciado com, pelo menos, 12 ou 18 meses de antecedência do desligamento da empresa em que trabalhava.Uma das maiores dificuldades que os aposentados encontram, especialmente aqueles que trabalharam na mesma empresa por longo tempo, é criar uma nova “identidade”, ou seja, substituir o sobrenome que vão perder no dia seguinte.Enfim, o que procurei alertar, nesse artigo, são os cuidados que cada grupo deve levar em conta ao viverem seu sonho de empreender. Cada grupo desses deve abordar o tema de forma distinta, da mesma maneira como não existe uma receita para o sucesso de todos eles.Empreender é uma arte que varia para cada caso e situação, mas o país precisa, a cada dia, de novos empreendedores. Esse é também um país com muitas oportunidades, escondidas atrás dos problemas que todos nós conhecemos tão bem.*Publicado em Endeavor
Estudo aponta alta demanda por feiras e congressos no país e grande viabilidade para criação de novos espaços
Em períodos de crise, as chances de negócios são menos óbvias do que nas épocas de atividade em alta. No mercado imobiliário, vários nichos se mostram atrativos e revelam janelas de oportunidades para investidores com visão de longo prazo em períodos de desaceleração do setor. Uma delas se abre para o potencial do segmento de eventos. Estudo da consultoria Caio Calfat Real Estate Consulting, concluído este ano, mostra que centros de convenções projetados para feiras, congressos e seminários de pequeno e médio portes podem se beneficiar com demanda resiliente, oferta de espaços pequena em relação ao crescimento do mercado e atratividade do país para eventos internacionais com o fortalecimento do dólar.Conforme o levantamento, o chamado segmento MICE (Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions), focado em eventos de pequeno e médio porte, movimenta 30 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Há dez anos, o Brasil é um dos dez principais destinos de eventos no mundo, segundo o ranking do ICCA (International Congress and Convention Association). Na lista mais recente, de 2014, o Brasil ocupa a décima posição, mas, nas Américas, o país está em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos.O diretor da consultoria, Caio Calfat, ressalta o padrão internacional do aparelhamento do setor, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, como um diferencial para o mercado local. Segundo o especialista, o dólar forte, que se valorizou quase 50% no ano passado, torna o Brasil mais atrativo para organizadores estrangeiros. “Grandes grupos internacionais promotores e organizadores de eventos estão apostando em nosso país, como o gigante francês GL Events, que assumiu o Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo e o está transformando em um enorme complexo de eventos de várias modalidades”, aponta.De acordo com a pesquisa, entre 2014 e 2015, a cidade de São Paulo sediou 41,73% (255) das feiras e exposições de grande porte do Brasil. Já o segmento de eventos de reuniões apresentou taxa de crescimento anual acima dos 14% no período.A crise econômica trouxe uma desaceleração ao setor, mas a demanda de eventos tende a se recuperar rapidamente em um momento de retomada da atividade. Segundo o boletim Focus de consenso de mercado elaborado pelo Banco Central, a expectativa de economistas e analistas é de que o PIB brasileiro volte a crescer no ano que vem, a uma taxa de 0,5%.Na experiência de Calfat, o ciclo imobiliário que se estende em torno de três a cinco anos, do lançamento do projeto à entrega física do empreendimento, revela uma janela para a criação de espaços novos neste ano. Ou seja, os centros de eventos lançados agora podem se beneficiar de um ciclo de retomada da atividade previsto para iniciar-se a partir de 2017.Segundo levantamento da consultoria, do mesmo modo que o mercado corporativo em geral, o segmento de espaço para eventos encontra-se fechado no momento para lançamentos. “Não há informações sobre novos projetos, apenas reformas e ampliações”, afirma Calfat. Com isso, a demanda tende a crescer acima da oferta nos próximos anos, especialmente dentro do nicho de centros de convenções de perfil multifacetado.Em termos de retorno financeiro, os espaços multifunção para eventos de porte pequeno ou médio revelam-se atrativos. O estudo da Caio Calfat mostra que os preços cobrados pelos empreendimentos do gênero na cidade de São Paulo, apenas para locação do maior espaço disponível, variam entre 5 mil reais e 24,5 mil reais. Isso equivale a um preço médio de 24,83 reais por m². Ainda conforme a pesquisa, apenas um dos centros de convenções na capital paulista recebeu uma média de 14 eventos por mês em 2015. Essa média implicaria em um valor médio de 347 reais por m² mensal, ou seja, três vezes superior à média do aluguel médio mensal de um edifício comercial de luxo, segundo dados da Cushman & Wakefield. “Há um consenso no setor de que só não há mais eventos em São Paulo por falta de espaços profissionais”, conclui Calfat.Fonte: Empreenddor