Confira as visões de Fátima Bana e Janderson Araújo
Fátima Bana
Consultora de varejo e especialista em e-commerceEu poderia responder a essa questão com mais de uma resposta, mas acredito que a principal delas é a seguinte: as empresas investem em e-commerce ou comércio eletrônico para ganhar mais um canal de vendas. Essa é a principal razão. Mas não podemos esquecer que se trata de um canal direto, uma nova unidade de negócios.O comércio eletrônico funciona como um novo negócio em qualquer instituição. Ele tem um P&L (demonstrativo de lucros e perdas) exclusivo, margens diferentes, logística pensada para ele e deve colocar o consumidor no centro do processo.É chavão dizer isso, mas muitas empresas afirmam que têm o e-commerce como fato, porém, em quase todos os lugares onde ele é tido como uma verdade absoluta, percebemos que o consumidor não está tão no centro assim. E no comércio eletrônico isso dita as regras.Temos que olhar o “humor” do consumidor online, pois as condições de tempo e pressão influenciam muito. Não dá para lançar um produto novo com um fornecedor sem planejamento. Na internet, todos os movimentos precisam ser friamente calculados e isso não pode ficar apenas na teoria, deve acontecer na prática.É um negócio matemático, que depende de fatores mercadológicos. O marketing online é cálculo, diferente das ações publicitárias que quase todas as empresas já fizeram no seu negócio.O comércio eletrônico rastreia e mapeia. Isso traz informações novas e interações que anteriormente não eram vistas pelas empresas, talvez apenas os vendedores de frente de loja já tivessem essas informações, mas o online compila e organiza tudo e traz dados para a frente do negócio. Essa matemática abre um novo horizonte em qualquer corporação.E, por essa razão, investir no comércio eletrônico é uma necessidade e não mais um desejo corporativo.Janderson Araújo
Empreendedor e consultor de negócios digitais do SebraeTodos os dias, mais e mais empresas e empreendedores se aventuram a vender todo tipo de coisa pela internet. Com números descolados da recessiva economia brasileira, o comércio eletrônico cresce em média 25% ao ano, representando para muitos um verdadeiro oásis econômico.Na esperança ou desespero para alcançar esta “terra prometida”, pelo menos 70% dos que se aventuraram em criar uma loja virtual estão vagando sem direção no deserto online, ludibriados pela miragem dos números promissores do mercado e da facilidade e baixo custo de publicar um site.Abandonar a realidade tem sido o principal erro destes empreendedores. Em sua empolgação, passam a ver a internet como um mundo paralelo, onde os princípios básicos da economia e da administração não se aplicam.Neste ambiente mágico de fadas e gifs animados, acreditam eles, bastaria publicar sua loja virtual para que em instantes milhões de pessoas começassem a clicar e comprar seus produtos.Esta ingenuidade não combina muito com os empreendedores que estão obtendo êxito neste ambiente altamente competitivo.Constantemente conectados com a realidade, eles não se deixam levar pelas miragens reconfortantes que mostram apenas aquilo que desejamos ver. Planejam bem suas jornadas, considerando, sobretudo, os recursos escassos de que dispõem.Riscam sobre um mapa, os territórios e clientes que desejam conquistar, estabelecendo com eles uma comunicação contínua e próxima que os personifica como verdadeiros “amigos de viagem”.Utilizam dados relevantes gerados nas interações com seu público, como uma bússola da qual jamais desviam o olhar para assim não se perderem na imensidão da rede.Ajustam constantemente seu negócio para que ele continue fazendo sentido para seus clientes. Sobretudo, se esforçam muito, criam uma proposta de valor única, clara e relevante, escapando das perigosas “areias movediças” do lugar-comum, onde qualquer coisa é igual e pode ser facilmente decidida pelos comparadores de preço.
A Campus Party Recife reunirá conteúdos sobre tecnologia, inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e entretenimento digital, apresentado em seis palcos (Terra, Júpiter, Marte, Lua, Saturno e Vênus), montados no Centro de Convenções de Pernambuco; O tema será o mesmo da edição nacional, ocorrida em fevereiro, na cidade de São Paulo, que fez uma homenagem aos 150 anos do livro Da Terra à Lua, do escritor Julio Verne; O palco Lua será o espaço para os temas relacionados ao empreendedorismo e estará sob a coordenação do Sebrae.Agência Sebrae - Uma ideia na cabeça pode ser o ponto inicial de uma empresa. Mas é preciso muito mais para que ela se torne um negócio de sucesso. Pensando nisso, o Sebrae participa pela quarta vez da Campus Party Recife, que será realizada de 23 a 26 de julho, na capital pernambucana. A intenção é levar capacitação e visão empreendedora aos mais de 3 mil jovens inovadores que participarão de mais de 300 horas de atividades.“Antes de abrir o próprio negócio, o empreendedor precisa se qualificar e buscar compreender o mercado e as necessidades dos consumidores. Para isso, oferecemos um extenso cardápio de cursos, oficinas e consultorias, muitos deles gratuitos, e mantemos projetos voltados ao empreendedorismo digital em vários estados, nos quais incentivamos e monitoramos mais de 800 startups em todas as etapas do negócio”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.Ele ressalta que a instituição disponibiliza ferramentas e consultorias tanto no momento de testar e validar a ideia do negócio e formalizar os empreendimentos quanto no momento de colocar a empresa para funcionar, com gerenciamento e controle dos recursos humanos, materiais e financeiros da empresa.A Campus Party Recife reunirá conteúdos sobre tecnologia, inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e entretenimento digital, apresentado em seis palcos (Terra, Júpiter, Marte, Lua, Saturno e Vênus), montados no Centro de Convenções de Pernambuco. O tema será o mesmo da edição nacional, ocorrida em fevereiro, na cidade de São Paulo, que fez uma homenagem aos 150 anos do livro Da Terra à Lua, do escritor Julio Verne. O palco Lua será o espaço para os temas relacionados ao empreendedorismo e estará sob a coordenação do Sebrae.Pelo terceiro ano consecutivo, a instituição participa da iniciativa Startups & Markers Camp, composta pelo projeto Startup 360. A ideia é abrigar 50 empresas em um dos espaços da Campus Party, para que possam apresentar seus serviços e produtos, fazer contatos e encontrar parceiros e financiadores. Essas empresas, que atuam em vários segmentos, passaram por uma curadoria que levou em consideração o potencial de mercado, as capacidades de seus empreendedores e o modelo de negócio. Cinco delas também serão escolhidas para se aprimorarem durante o evento, a partir da mentoria de profissionais experientes.Quem tem uma ideia na cabeça também poderá desenvolvê-la durante o evento, na Maratona de Negócios, que terá cinco temas: Empreendimento Social, Economia Criativa, Educação, Tecnologia/Cultura Digital e Cidades Inteligentes. Cada um dos temas poderá ter até 25 propostas para validação e desenvolvimento. Cinco escolhidos de cada categoria apresentarão seu modelo de negócio a uma banca e o vencedor recebe uma bolsa para o curso Empretec, e outros prêmios.ALIOs campuseiros também terão o apoio de 20 Agentes Locais de Inovação (ALI) para começar a colocar suas ideias em prática, com o Business Model Canvas, uma ferramenta de planejamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos, ou existentes, a partir de um mapa visual que reúne a proposta de valor da empresa, o segmento de clientes, os canais de recebimento do produto ou serviço; o relacionamento com os clientes; as atividades, recursos e parcerias necessárias para o funcionamento da empresa; as fontes de receita e a estrutura de custos.
Filha de cafeicultores aproveita as propriedades benéficas do grão e monta empresa de produtos de beleza no interior de Minas Gerais
Com uma produção de 49 milhões de sacas de 60 kg em 2013, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, respondendo por mais de um terço dos grãos que circulam pelo mundo, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). A grande maioria desses grãos é usada pela indústria alimentícia, mas em meados dos anos 2000 uma farmacêutica do interior de Minas Gerais descobriu uma forma alternativa e inovadora de utilizar esse patrimônio econômico brasileiro: produzir cosméticos à base de café.
Vanessa Vilela nasceu em uma tradicional família de cafeicultores no município de Três Pontas, no sul de Minas Gerais, e se graduou em Farmácia. Apesar da formação, ela não queria se distanciar do negócio da família, que planta café há seis gerações, e começou a procurar uma forma de unir a tradição familiar com os conhecimentos adquiridos na faculdade.
Como sempre quis atuar com cosméticos, Vanessa passou a buscar pesquisas sobre o uso do café nesta área, mas não encontrou quase nada. Assim, ela resolveu desenvolver seus próprios estudos para destrinchar a composição química do grão. “Encontramos muitas substâncias antioxidantes, que combatem o envelhecimento, e também flavonoides, que fazem a proteção solar. Sem falar na cafeína, que ajuda a queimar gordura e evita queda de cabelo”, enumera a empresária.
Com estas informações em mãos, Vanessa desenvolveu uma linha de cosméticos à base de café e, em 2007, fundou uma empresa para comercializar seus produtos, a Kapeh. Inicialmente, o catálogo se resumia a sabonete em barra e líquido; hidratantes corporal, para mãos e para pés; e óleo de banho. “Como era algo pioneiro, sempre tivemos o ônus de desbravar o mercado, pois as pessoas desconfiavam que o café poderia resultar em um bom produto. Além disso, estávamos em um mercado dominado por gigantes, o que torna as coisas ainda mais difíceis”, conta Vanessa.
De Minas para o mundo
Aos poucos, porém, a resistência das pessoas foi ficando para trás, e hoje a Kapeh conta com um catálogo de 120 produtos e está presente em mais de 200 pontos de venda, espalhados por 18 estados brasileiros. “Nossos produtos são vendidos em lojas multimarcas, cafeterias, farmácias. Também contamos com duas lojas próprias e duas franqueadas em Minas Gerais, e estamos prestes a inaugurar uma terceira franquia em São Paulo”, afirma a empreendedora.
Para completar, a Kapeh está começando a desbravar o mercado externo, e já exportou para países como Portugal e Holanda. “Por ser à base de café, é um produto que remete muito ao Brasil e ainda é pouco explorado lá fora”, destaca Vanessa, acrescentando que a empresa cresceu 30% no último ano e emprega mais de 150 pessoas direta e indiretamente.
Empresas interessadas em participar do InovAtiva Brasil, programa de aceleração da Secretaria de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, têm até 19 de junho para efetuar sua inscrição.
A iniciativa visa capacitar 300 startups com até cinco anos de operação e faturamento anual máximo de R$ 3,6 milhões, fornecendo a elas acesso a mentores nacionais e estrangeiros e conexão com investidores e grandes empresas.
As inscrições, gratuitas, podem ser feitas no endereço https://www.inovativabrasil.com.br.