CARGOX TECNOLOGIA E TRANSPORTE

CONHEÇA A STARTUP QUE LEVOU A TECNOLOGIA PARA O MERCADO DE TRANSPORTES

A CargoX fatura R$ 500 milhões ao ano e pode virar unicórnio. Fundador da empresa, no entanto, não se importa. "Um investidor mais rico não faz diferença para o mundo”

Federico Vega: O projeto da CargoX começou no Chile, antes de fincar raízes no Brasil  (Foto: Divulgação)

Federico Vega: O projeto da CargoX começou no Chile, antes de fincar raízes no Brasil

Nascido na cidade de Puerto Madryn, na Patagônia argentina, Federico Vega abriu em 2011 sua primeira empresa no Chile, a Transportar Online, que atendia Chile, Brasil e Argentina. Mas, com problemas no modelo de negócios, foi obrigado a fechar as operações chilena e argentina. Em 2013, mudou tudo, se estabeleceu no Brasil e lançou a CargoXstartup que conecta caminhoneiros ou transportadoras com capacidade ociosa a empresas que precisam de serviços de frete.LEIA TAMBÉM

Depois de receber aportes da ordem de US$ 90 milhões e ser escolhida como uma das empresas mais inovadoras do mundo pela Fast Company, a empresa está a dois passos de virar um unicórnio — startups com avaliação superior a US$ 1 bilhão. “É bem possível”, diz o empreendedor. “Mas, para mim, isso é apenas um número. Um funcionário bem treinado faz um cliente feliz. Um investidor mais rico não faz diferença para o mundo.”

Quando você teve a ideia para criar a CargoX?
Sempre gostei de pedalar. Em Puerto Madryn, onde nasci, a bicicleta era meu principal meio de condução. Comecei aos 8 anos, quando entrei para uma associação de mountain bike e me juntei a um grupo de meninos que percorriam trilhas, iam de uma cidade para outra, dormiam no campo. À medida que fui crescendo, meus amigos começaram a deixar a cidade para estudar em Buenos Aires.

Daí passei a pedalar cada vez mais longe, para visitá-los. Foi durante essas pequenas viagens que tive os primeiros contatos com caminhoneiros, que sempre me socorriam nos momentos de necessidade. Quando você está na estrada há muito tempo e precisa de ajuda ou de água, quem para e te ajuda é o caminhoneiro. Aos 18 anos, decidi estudar Economia em Buenos Aires, onde morei durante três anos. Mas só concluí o curso mais tarde, em Londres. Cruzei o Atlântico com a bike dentro do avião. E daí pedalei da Espanha até a Inglaterra. Depois de terminar a faculdade, fiz mestrado em finanças na cidade de Southampton, a cerca de 130 quilômetros de Londres. Minha intenção, depois disso, era fazer um Ph.D.

Eu gostava da vida de estudante, que é parecida com a de empreendedor: você precisa entregar suas coisas, mas faz tudo no seu tempo. Só que eu não tinha dinheiro para isso. Então acabei conseguindo uma vaga no banco de investimentos JP Morgan. Fiquei lá até 2011, quando pedi demissão.

Por que deixou o banco?
Pedi demissão com a ideia de fazer um MBA, mas antes queria tirar um ano para ir em busca do que gostaria de fazer pelo resto da vida. Nesse período, comecei a pensar em um projeto com o qual pudesse ajudar caminhoneiros e transportadoras. Era um mundo do qual eu gostava. Nunca havia pensado em ser empreendedor antes.

Mas, na JP Morgan, havia entrado em contato com o mundo da tecnologia, já que eu cuidava de ações de empresas como Apple e Twitter. Quando voltei para a América Latina, em 2011, comecei a trabalhar no meu projeto. Percebi que era óbvio usar a tecnologia para resolver problemas dos caminhoneiros. E o melhor é que era algo que eu gostaria de fazer. Com a ajuda de um amigo, desenvolvi um app e coloquei o negócio no ar.

Em 2012, a empresa começou a bombar, e consegui o apoio do governo chileno, por meio do programa Start-Up Chile, que fez um aporte de US$ 40 mil. No ano seguinte, alguns investidores-anjo colocaram US$ 250 mil na empresa. Um deles era o meu ex-chefe do JP Morgan, que também me ajudou com suas conexões na área de tecnologia. Com esses recursos, conseguimos crescer.

Essa empresa já era a CargoX?
Ainda não. A Transportar Online foi uma ideia anterior, que trouxe aprendizados valiosos. Mas cometi um equívoco: focar em pessoas físicas em vez de empresas. E quem precisa na verdade de serviços de transporte são empresas grandes, com recorrência. Em 2013, o negócio não estava bem e decidi que era melhor interromper as operações na Argentina e no Chile — essa foi a parte mais dolorosa.

Mas mantive a operação brasileira. Mudei a sede para São Paulo e adotei um novo nome: CargoX. Basicamente lancei uma empresa totalmente nova, com os aprendizados que tínhamos, mas dessa vez no mercado brasileiro, o maior da América Latina. E mudamos um pouco o modelo de negócios: passamos a focar no B2B, intermediando empresas e caminhões.

Federico Vega, da Cargo X (Foto: Divulgação)

Por que decidiu manter a operação brasileira?
Eu já tinha passado pelo Brasil e conhecia caminhoneiros por aqui. Sabia que era um mercado fragmentado e que tinha deficiência de logística. Essas características eram essenciais para o modelo de negócios da CargoX. Nós operamos no formato de marketplace, que conecta quem oferece um produto ou serviço a quem procura por ele. E esse tipo de negócio funciona melhor em mercados fragmentados. No Brasil, a operação B2B já estava bombando. Fazia sentido avançar aqui.

Como aconteceu a expansão?
O primeiro investidor da empresa foi o Valor Capital Group, que fez dois aportes de US$ 500 mil. Entre 2016 e 2019, captamos mais US$ 90 milhões, em rodadas com Goldman Sachs, Blackstone e com o fundo de George Soros. Além dos aportes, muitos dos investidores entraram também com experiência e inteligência estratégica. O ex-CEO da DHL Hans Hickler trouxe conhecimento de logística. Oscar Salazar, cofundador e ex-chefe de tecnologia da Uber, também colaborou muito na evolução da empresa.

A CargoX entrou para a lista de potenciais unicórnios da consultoria CB Insights. Já alcançou esse status?
Ainda não. Ser um unicórnio é muito possível, já que somos líderes em um mercado de mais de US$ 100 bilhões. Quer dizer, chegamos aqui porque resolvemos um problema dos clientes, e porque temos escala. Se você não tem escala, você não consegue. Mas, para mim, o status de unicórnio é apenas um termo. É só uma questão de números. Não é uma prioridade no momento.

Nosso foco são os funcionários, os clientes e, por último, os investidores e a avaliação de mercado. Um investidor mais rico não faz diferença para o mundo.  Um funcionário bem treinado faz um cliente feliz. E um time de funcionários eficientes faz uma empresa. Não é o fundador que ergue um negócio, são os colaboradores.

Federico Vega, da Cargo X (Foto: Divulgação)

Você tem dificuldades em encontrar funcionários qualificados para a CargoX?
As primeiras contratações foram as mais difíceis, tive de procurar muito. Mas tive sorte e acabei encontrando profissionais incríveis. Hoje, se você me perguntar como consegui captar US$ 90 milhões e chegar onde estamos, foi por causa das primeiras contratações que eu fiz. Depois, esses funcionários contrataram pessoas ainda melhores, e foi isso que fez a roda rodar muito bem.

Porque, ao longo do caminho, cometemos muitos erros. Mas, quando você tem boas pessoas dentro da empresa, elas conseguem resolver os problemas e levar a empresa para onde tem de ir.

Quais foram os erros cometidos pela CargoX?
Logo no começo da empresa, em 2013, estávamos usando um programa para compilar dados que não era o mais adequado. Da maneira como estávamos trabalhando, os dados não eram muito escaláveis, e isso tinha potencial para trazer grandes problemas no futuro. Quer dizer, hoje eu percebo que a base do nosso negócio é o machine learning.

No fundo, somos uma empresa de machine learning, e não de transportes. É essa tecnologia que nos permite absorver uma grande quantidade de dados e colocar cargas nas viagens de retorno dos caminhões, ou lançar um fundo de investimento e saber onde captar dinheiro. Mas, naquela época, lá atrás, eu não sabia disso. Foi uma funcionária contratada para o departamento financeiro [ela prefere não ter o nome revelado] que percebeu a falha. Eu ouvi o que ela tinha a dizer e vi que tinha toda a razão.

Dei carta branca a ela, que montou uma equipe muito boa. E isso mudou completamente o patamar da empresa. Quando começamos, tínhamos um nível de serviço e valor para os usuários muito diferente do que temos hoje. Por isso é que eu digo que, se não fosse por essa funcionária, não existiria a CargoX. Porque ela descobriu o erro lá atrás. Agora, ela está fazendo um curso de machine learning em Harvard.

A CargoX costuma ser chamada de “Uber dos caminhões”. Para você, essa associação faz sentido?
Eu não gosto. Esse termo dá a impressão de que somos competidores ou inimigos dos caminhoneiros. Mas o meu objetivo é ser o melhor amigo deles. Nós queremos ajudá-los de todas as maneiras possíveis.

O principal objetivo, claro, é conectar caminhões a empresas, trazendo agilidade e facilitando o contato. Mas também fornecemos serviços ligados à segurança. Por meio de um aplicativo, a CargoX sugere trajetos e postos mais confiáveis para os motoristas. E alerta sobre aqueles mais perigosos, com incidência maior de roubos de carga.

De que maneira vocês atendem as transportadoras?
Fornecemos tecnologia para deixar suas redes mais eficientes. Se você manda muitos caminhões de São Paulo a Recife, por exemplo, podemos permitir que voltem com carga. Se o caminhão sai da rota, falamos para a transportadora. Há um mês, começamos a financiar capital de giro para essas empresas. Estamos com um fundo de R$ 100 milhões — em menos de um mês, já emprestamos R$ 20 milhões.

Normalmente, leva entre 60 e 90 dias para a transportadora receber o pagamento do cliente. Nós podemos financiar, emprestar esse dinheiro. Mais para a frente, vamos lançar o Cargo Bank, basicamente um banco no qual vamos emprestar e captar mais capital de forma estruturada, e mais eficiente.

Hoje, gigantes da tecnologia como a Tesla estão investindo em caminhões autônomos. Em breve, deveremos ter veículos de carga circulando sem necessidade de motoristas. Como a CargoX se encaixa nesse futuro?
Veja bem, um caminhão autônomo precisa de três pilares para ser completamente funcional e eficiente: hardware, dominado por companhias chinesas, americanas e europeias; mapas de alta resolução, uma coisa que Uber e Google fazem muito bem; e informação. É nessa última que a CargoX se encaixa.

É preciso saber onde estão as cargas, quais estradas suportam determinados tipos de caminhões, onde acontecem roubos. São informações que temos para oferecer. Quando o caminhão autônomo chegar ao Brasil, tenho certeza de que estaremos nesse processo. Os investidores de grande porte estão de olho na gente por esse motivo. A indústria dos caminhões vai mudar, e eles sabem disso. Nós seremos parte desse futuro.

Você ainda anda de bicicleta?
Hoje é mais difícil. Mas acabei de comprar uma mountain bike na Europa. Quando vou para Barcelona, costumo fazer trilhas com Oscar Salazar, cofundador e ex-chefe de tecnologia da Uber. Aqui no Brasil, ando sozinho, geralmente em montanhas. Mas não faço mais viagens de bicicleta. É perigoso andar nas estradas brasileiras. Muitos caminhões.


LOGGI - QUER FROTA DE AVIÕES PARA ENTREGAS

O MAIS NOVO UNICÓRNIO BRASILEIRO, com a ambição de cobrir todo o território nacional, a startup prevê que precisará ir além das aéreas terceirizadas que a atendem hoje.

Arthur Debert, cofundador da startup Loggi (Foto: Divulgação)

Arthur Debert, cofundador da startup Loggi

Entregar qualquer coisa para qualquer um em qualquer lugar. Arthur Debert, brasileiro e cofundador da Loggi, define dessa maneira o maior objetivo da startup. Mais novo unicórnio brasileiro, ela atingiu valor de mercado de US$ 1 bilhão após uma rodada de investimentos. Agora, planeja uma expansão agressiva. Pretende explorar desde o transporte a pé até entregas feitas por barcos. Além disso, mira criar uma frota de aviões para suprir maiores demandas.

A modalidade "compre e retire" é outra que deverá ganhar em breve o logotipo azul e branco da startup. Tudo isso para atender e se adaptar ao que Debert define como um mercado ávido por mais opções e eficiência. "Acreditamos que o grande gargalo está na qualidade das entregas. Por isso, temos muita clareza de onde queremos atuar", disse em entrevista exclusiva à PEGN.

Tudo por agilidade
Se nas ruas de São Paulo era possível ver entregadores até de patinete, não foi graças aos entregadores da Loggi. Durante seis anos, os serviços da startup se mantiveram restritos às motos e, desde o ano passado, aos caminhões e aviões. 

É, segundo Debert, uma questão de logística. Embora também tenha entrado no ramo de entrega de alimentos, a Loggi atende principalmente o e-commerce. "Eu tendo a pensar que ter uma pessoa carregando pacotes em um patinete não é uma ideia inteligente. Acho que é uma moda", afirma o cofundador.

Mas a empresa tem analisado com mais atenção outras possibilidades. Bicicletas, barcos e as próprias entregas a pé são algumas. "No interior e em zonas muito densas, as bicicletas são muito viáveis. E, se precisarmos de barcos para entregar no Amazonas, não tem problema".

Voando mais alto
O uso de aviões será a verdadeira divisora de águas dos planos de expansão. Hoje, a Loggi atende 38 municípios e realiza 3 milhões de entregas por mês. Para o ano que vem, quer chegar a 6 milhões e cobrir 92% do país. A meta fica ainda mais ambiciosa com relação aos prazos de entrega desejados pela startup: um dia para capitais e grandes cidades e dois para as do interior.

"Em metade do país, conseguiríamos atender bem com a malha viária. No restante, não dá para usá-la para entregas rápidas de jeito nenhum", diz Debert. Atualmente, a startup usa o serviço terceirizado de aéreas comerciais. Metade das cidades é atendida pelos aviões.

Mas o crescimento que a empresa busca no longo prazo exigirá mais do que isso. "Temos certeza que a malha aérea atual do Brasil não é suficiente para a gente chegar onde quer. A verdade é que vamos ter que fazer tudo", diz.

Debert diz que ainda é cedo pra efetivamente criar uma companhia aérea, mas que a startup vem tendo conversas para definir alguns caminhos. Aluguéis, arrendamentos e joint ventures são algumas possibilidades que ele cita. "Vamos com certeza criar uma força aérea", diz.

Pontos de entrega
Com o crescimento do e-commerce, cresce também o interesse por compras que são retiradas em lojas ou pontos físicos, como os shoppings. De olho nisso, a Loggi vem trabalhando em dois formatos de entrega desse tipo.

Em um, a startup é responsável por todo o processo de entrega e mantém um espaço, como um quiosque em um shopping, onde as encomendas chegam e podem ser retiradas pelos clientes. Em outro, ela usa estabelecimentos terceiros, como padarias ou bancas, para executar essa última etapa.

"Para uma classe de consumidores, faz muito sentido ir retirar o produto. É o caso de quem mora em casa e não tem quem receber uma encomenda", exemplifica o executivo. Segundo ele, a startup deve ter uma rede "relativamente grande" como essa já no ano que vem.

Expansão
Juntos, todos os planos de se encaixam na própria definição dada por ele para o objetivo da startup: não importa muito o formato, o importante é fazer a entrega. Além dos planos para o ano que vem, a Loggi planeja uma expansão já em 2019: chegar a 220 cidades e cobrir todo o interior de São Paulo e de Minas Gerais.

A empresa não revela seu faturamento, mas Debert afirma que ela vem crescendo de 200 a 300% todos os anos. O status de unicórnio surge para ilustrar ainda mais esse fato. A rodada de investimentos decisiva atingiu valor de US$ 150 milhões e foi feita por SoftBank, Microsoft, GGV, Fifth Wall e Velt Partners.

Segundo a startup, os recursos serão direcionados principalmente para pesquisa e desenvolvimento, construção de centros de expedições e aumento da malha logística – incluindo o transporte aéreo. "Estamos no ponto de inflexão para virar uma empresa de muita, muita escala", descreve Debert.


Amazon quer se tornar independente de transportadoras

Com o novo projeto, empresa de e-commerce mundial tem interesse em aumentar seu controle logístico, diminuir gastos e encurtar prazos em suas operações.

A Amazon deu início a construção de seu primeiro hub aéreo, localizado nos Estados Unidos. Segundo Jeff Bezos, um dos fundadores e CEO da empresa, o grupo busca depender menos de companhias aéreas, obter um controle maior de sua logística e entregar também seus pedidos de maneira cada vez mais rápida à seus clientes prime; a chamada “entrega em um dia” anunciada em Abril com investimento de 800 milhões de dólares. É um novo padrão que a empresa pretende adotar qualificando ainda mais a logística da Amazon.

Localizado em Cincinnati, Ohio, o espaço conta com 3,6 km quadrados de instalações e projeto deve custar para a empresa US$ 1,5 bilhão com previsão de ser finalizado em 2021. A instalação poderá operar até 200 voos diários após conclusão, com 100 aeronaves, em sua primeira fase estão previstas 50 unidades.

https://youtu.be/6DkitCY-BYs

Entrega em um dia.

Recentemente a gigante do e-commerce mundial anunciou que quer chegar em seu objetivo da entrega em um dia, promessa essa que exige uma mudança na logística da Amazon em seu programa de entregas, notícia que foi parcialmente criticada por alguns especialistas.  O analista Bryan Nowak, do Morgan Stanley por exemplo, disse em relatório que a própria empresa pode se prejudicar com o anúncio, caso não consiga cumprir com o prometido e financeiramente.

Com uma logística própria  e maior controle de operações, fica mais acessível para a Amazon realizar seu projeto, colocando o grupo muito a frente das demais concorrentes.

Após cerimônia que marcou o começo das obras, Jeff Bezos em sua conta no twitter publicou que serão 278 mil m², que vão gerar 2 mil novos empregos e entregas mais rápidas à seus clientes, um passo muito importante para o grupo.

Não é a primeira vez que a Amazon é notícia por interesse em mudar as características de seus serviços atrás de melhorias, e somente assim uma empresa consegue se manter forte no meio ampliando seu sucesso.


A REVOLUÇÃO DAS ENTREGAS

As empresas de distribuição DHL, UPS e Fedex apostam em tecnologia e logística para aumentar a eficiência e desafiar os correios, que ainda dominam o setor no Brasil

Crédito: Claudio Gatti

DHL desde 1976 Funcionários: 11,6 mil Faturamento global: € 60,4 bilhões Inovações: drones de vigilância, robôs colaborativos, realidade aumentada e veículos semiautônomos

A uma hora de Manhattan, o distrito mais conhecido de Nova York, está localizado um dos maiores centros de distribuição de mercadorias dos Estados Unidos. Ele pertence ao grupo Deutsche Post DHL, empresa alemã especializada em armazenamento e distribuição. Com 18,5 mil m², o espaço reúne o que há de mais moderno em automação: os pacotes são colocados em esteiras velozes com codificadores que fazem a triagem automática do endereço de entrega e direcionam o produto para a distribuição. A substituição do trabalho manual por máquinas faz a unidade processar 40 mil encomendas por hora, 60% a mais do que normalmente é despachado em unidades sem essa tecnologia.

Mas essa é apenas uma das ações que a DHL implementou para driblar problemas com logística e revolucionar as entregas. Em Manhattan, conhecida por suas ruas estreitas e congestionadas, a companhia apostou em instalar uma unidade que concentra os pacotes e usar transportadores que vão a pé para levar o produto até o consumidor. “O comércio eletrônico é impulsionado em grande parte pela experiência que o cliente tem ao receber o seu pedido”, diz Greg Hewitt, CEO da DHL Express nos Estados Unidos. Segundo o executivo, um dos principais desafios do setor é a última milha, como é chamado o trecho final percorrido para que uma encomenda chegue ao destino. Por isso, a DHL tem estudado também outras soluções, como o uso de drones. Seguindo o movimento iniciado pela Amazon há dois anos com o programa Prime Air, a DHL lançou 130 dispositivos voadores para transportar medicamentos e artigos esportivos na Alemanha. Resultado? O tempo de entrega na última milha caiu de 30 minutos para 8 minutos.

Engana-se, porém, quem pensa que essa é uma realidade utópica para o Brasil. Além da DHL, outras duas multinacionais têm investido em soluções tecnológicas para conquistar uma fatia do mercado local, atualmente dominado pela estatal Correios. O interesse das companhias reflete o novo comportamento do consumidor que, com a facilidade proporcionada pela internet, impulsionou as compras online. Se antes mais da metade das receitas globais das redes de transportes vinha do envio de cartas, agora essa modalidade perde espaço para as encomendas expressas, que representam cerca de 20% da captação total de recursos, de acordo com a União Postal Universal (UPU). As vendas em e-commerce no Brasil também reforçam essa tendência. Dados do Ebit mostram que, só no primeiro semestre de 2018, o faturamento das vendas online no País ultrapassou R$ 23,6 bilhões – o dobro do que foi registrado há cinco anos no mesmo período. Agora, todas se preparam para uma nova fase das entregas expressas: a chamada indústria 4.0.

UPS desde 1989
Funcionários:3 mil
Faturamento global: US$ 54 bilhões
Inovações: app para rastreio de encomendas, soluções automatizadas e softwares de roteirização da rota

DRONES E ROBÔS Para transformar o modelo de negócios das entregas por meio de tecnologia de ponta, a americana United Parcel Service (UPS) tem investido US$ 1 bilhão por ano para pesquisar soluções. Nos Estados Unidos, a empresa já faz, desde 2016, algumas entregas de remédios por drones em áreas remotas e em situações de desastres naturais. Mesmo sem data, o modal já está no radar da companhia para a operação brasileira. “Essa é uma solução que vai acontecer no Brasil”, diz Nadir Moreno, CEO da UPS no País. “Os drones têm sido parte das nossas discussões para atender a localidades de difícil acesso”. Na operação local, a executiva conta que parte do investimento em pesquisa também foi aplicado em um software que diz como os pacotes devem ser posicionados no veículo de entrega.

FedEx Express desde 1989
Funcionários: 9 mil
Faturamento global:US$ 67 bilhões
Inovações: app para rastreio de encomendas, carros elétricos e sistemas de blockchain

Como uma espécie de “Tetris”, o programa busca ganhar tempo no carregamento e na entrega, evitando que o veículo parado seja vítima de ladrões de cargas.

No Brasil, além de já usar drones para fazer a vigilância dos seus armazéns, a DHL também estuda a possibilidade de usá-los na última milha. Nas unidades de Supply Chain em São Paulo, a empresa trouxe recentemente dois robôs para a linha de montagem. As máquinas auxiliam na abertura e fechamento de caixas, na separação das encomendas e nos deslocamentos de carga que antes dependiam de um operador para levar os carrinhos de um lado para o outro. “Os robôs eliminam atividades repetitivas e que tomavam muito tempo”, afirma Maurício Barros, presidente da unidade no Brasil. “Eles melhoram a eficiência e a produtividade da nossa operação interna, o que reflete na velocidade final da entrega.” Outra preocupação do executivo é com o treinamento da equipe. Há um ano, os funcionários passaram a utilizar óculos com realidade aumentada para simular a maneira correta de realizar as tarefas logísticas dentro dos centros, o que reduziu o tempo de treinamento de 10 dias para apenas cinco.

Correios desde 1663
Funcionários:106 mil
Faturamento: R$ 18 bilhões
Inovações: Lockers e app para rastreio de encomendas

Na esteira de inovações, a Fedex também não fica para trás. Dona de um faturamento global de US$ 67 bilhões, a empresa americana iniciou suas atividades no Brasil em 1989. Hoje, os esforços estão centralizados na modernização da frota e em sistemas de blockchain, um banco de dados que auxilia no rastreamento de cargas e otimiza o processo de despacho das remessas.

Por ora, a empresa tem planos menos ambiciosos do que as concorrentes para entregas na última milha. Por outro lado, tem investido em ações para minimizar o impacto ambiental, desde 2014, quando parte das encomendas começaram a ser entregues por veículos elétricos. Com isso, 840 toneladas de volume de CO2 deixaram de ser emitidas na atmosfera.

Drones já são usados para entrega de remédios em áreas remotas dos EUA

O diferencial da companhia, segundo Juan Cento, presidente da FedEx Express para a América Latina e Caribe, é na solução logística. Ele relatou que, para concluir uma entrega em um sítio de difícil acesso em Minas Gerais, a equipe entrou em contato com o proprietário e pediu que ele colocasse um pano laranja na porta da casa para facilitar a localização. “Um time comprometido faz toda a diferença, quando até mesmo as tecnologias mais modernas não podem ajudar”, declara.
Segundo analistas do setor, implementar tecnologia de ponta para otimizar entregas é um caminho sem volta. Ainda assim, o Brasil tem uma série de gargalos que impedem a expansão dessas inovações. “Não é mais possível fazer logística de alta performance sem tecnologia”, diz Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog). “Para acontecer uma revolução nas entregas, o governo precisa acertar os problemas de infraestrutura, segurança e burocracia”, diz. Um levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral ilustra essa perspectiva. Nos últimos 20 anos, o Brasil investiu apenas 0,8% do PIB em infraestrutura de transportes, quando deveria desembolsar 2,5%. Para ter uma operação logística competitiva e compatível com as grandes economias do mundo, seria necessário investir R$ 300 bilhões até 2035. “As empresas estão avançando para a indústria 4.0, mas as inovações serão limitadas por conta das variáveis externas”, diz Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Logística da Fundação.

Para contornar parte desses riscos, A UPS e a DHL também têm investido em plataformas que calculam eventuais problemas durante a rota de entregas. Em novembro, a unidade de Supply Chain da empresa alemã começou a utilizar um software que identifica as regiões com maior risco de incidentes e informa sobre eventualidades no caminho, como desastres naturais e acidentes. “O Brasil tem um cenário complexo e adversidades que impactam diretamente nos processos logísticos”, diz Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding Brasil.

Por isso, as empresas buscam alternativas para melhorar a logística e reformular o negócio de entregas no País. A DHL Express no Brasil revelou que vai investir € 5 milhões no Brasil em 2019. De acordo com a presidente da unidade de entregas rápidas, Mirele Mautschke, o foco dos investimentos será em tecnologia e na ampliação do centro de distribuição. “Perceber que há necessidade de crescer e entregar melhor já é um começo”, diz. “O fato de outras companhias chegarem com novas ideias também nos estimula e faz o mercado sair do status quo.” O fato é que a guerra postal das globais pode jogar para escanteio os Correios, a mais antiga estatal brasileira, fundada em 1663. A privatização da companhia, ou parte dela, já está na pauta do governo eleito. Ainda assim, a empresa não acredita que a venda da operação para uma gigante internacional seja uma possibilidade. “Isso não faz sentido. Ninguém faz o que a gente faz”, diz Gabriel Faria, assessor da presidência dos Correios. Segundo ele, assim como as concorrentes, a estatal também está de olho em novas tecnologias e soluções de entregas.

DESVANTAGEM Para conseguir atender à demanda de todas as cidades e capitais do País, a empresa fechou uma parceria com a Azul Linhas Aéreas, para criar uma empresa privada de solução logística voltada para o e-commerce. A joint venture, aprovada no início de dezembro pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deve começar a operar no primeiro semestre de 2019. A expectativa da companhia é transportar 100 mil toneladas de carga por ano com o modal aéreo. Outras iniciativas têm sido colocadas em prática. Faria antecipou que a partir de janeiro de 2019, a empresa vai testar entrega de encomendas por lockers em algumas cidades. O método, já praticado pela Amazon nos Estados Unidos, direciona os produtos comprados online para armários em algumas regiões da cidade, onde ficam disponíveis para o cliente retirar a mercadoria. “O fato de sermos uma estatal nos coloca em desvantagem para implementar novas tecnologias, mas isso não significa que estamos perdendo mercado”, afirma. Seja qual for o destino dos Correios, o ganho de eficiência no setor de entregas será ótimo, tanto para as empresas quanto para os consumidores brasileiros.

“Ninguém faz o que a gente faz” – Gabriel Faria, assessor da presidência dos Correios


Site pesquisa orçamentos de transportadoras e gera economia de até 125% em mudanças residenciais

Mudanças Econômicas simplifica e otimiza processo de cotação para quem vai mudar de lar; em 2018, ajudou mais de três mil pessoas.

Mudar de casa ou de apartamento dá trabalho. Além de encaixotar todos os pertences e separar a mobília que irá para o novo lar, também é exaustivo pesquisar inúmeros orçamentos para contratar a transportadora com o melhor custo-benefício e com garantia de que os itens vão chegar em segurança e sem avarias. Foi pensando em facilitar essa etapa que nasceu o Mudanças Econômicas, site que viabiliza gratuitamente a cotação em diversas empresas de transporte a partir de um único formulário.

“Muitas vezes as pessoas fecham o orçamento por indicação de conhecidos, sem ter noção dos preços praticados pelas outras empresas, e acabam pagando muito mais caro por isso. Ao fazer uma pesquisa é possível economizar até 125% em São Paulo e 83% no Rio de Janeiro”, exemplifica Wagner Cunha, que fundou a plataforma em 2004. Somente em 2018, ela facilitou a realização de 3.300 contratos.

Os principais fatores que influenciam na diferença de valores são a agenda das transportadoras, idade da frota e tamanho da equipe. Por isso, aquelas que possuem caminhões mais antigos e contam com funcionários ociosos podem apresentar propostas mais vantajosas. É possível, ainda, que diferentes clientes compartilhem o mesmo caminhão quando as origens e destinos são próximos e há flexibilidade nas datas de entrega – o que reduz o custo do frete, já que este será dividido.

A cotação no Mudanças Econômicas é simples: o usuário preenche no site todas as informações pertinentes à mudança, como endereço de saída e chegada, tipo de imóvel, data prevista e os itens a serem levados. Em seguida, o formulário é encaminhado para cerca de dez empresas, e os orçamentos são enviados por e-mail em até 48 horas. A partir daí a negociação é feita diretamente entre o cliente e o contato desejado.

Para garantir a segurança dos usuários, as transportadas parceiras são rigorosamente analisadas. É necessário atuar há no mínimo um ano e meio no mercado e toda a documentação é verificada, assim como a validade do CNPJ do requerente. O site conta com 43 empresas cadastradas em 13 estados do país, dentre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.

Sobre o Mudanças Econômicas
Site que facilita a cotação de orçamentos para mudanças com empresas de transporte a partir de um único formulário e possibilita o compartilhamento de caminhão quando os locais de origem e destino são semelhantes. A pesquisa otimizada pode proporcionar economia de até 125%. A plataforma conta com 43 empresas cadastradas e em 2018 contribuiu em mais de três mil mudanças.


Li, da Mobilis, foi selecionado para o programa Living Lab

Modelo de veículo elétrico produzido por startup será testado em Florianópolis

O carro elétrico é inédito e produzido no Brasil, abastecido com bateria de lítio e pode ser acompanhado em tempo real pela fabricante Mobilis, de Florianópolis.

O modelo Li proposto pela startup foi selecionado no programa do Living Lab, para testar a eficiência e tornar cidades mais inteligentes. Erico dos Reis, diretor comercial da Mobilis, detalha a proposta:

Para o projeto Living Lab estaremos cedendo os veículos para setores de segurança em locais de circulação restrita e em períodos pré-definidos. Os agentes de segurança irão realizar os agendamentos através de nossa plataforma on-line chamada TrackLi e terão seu uso liberado através dos cartões de RFID que liberarão os veículos para serem conduzidos. Vale enfatizar que já possuímos um cliente rodando com uma plataforma similar para car sharing interno em uma das maiores distribuidoras de energia elétrica do país”.

PRODUÇÃO EM ESCALA

Perguntado se a empresa projeta uma produção em larga escala a médio prazo, o diretor conta que a demanda do mercado para veículos elétricos no Brasil é alta.

“Acreditamos que podemos atender diversas regiões do Brasil. O produto também foi desenhado para atender diversos perfis de clientes, seja B2B ou B2C”.

O primeiro passo da startup é atender as demandas de veículos de vizinhança. Após validação, o objetivo é finalizar o desenvolvimento do veículo Li para vias públicas com todas as necessidades legais, além é claro de estruturar a produção e pós-venda a nível nacional.

“Muito se comenta sobre a falta de infraestrutura para veículos elétricos, porém, algo mais importante que isso já existe: o desejo do brasileiro em ter um veículo elétrico. Possuímos uma fila de interessados próxima a 500 pessoas, as quais vieram de maneira proativa nos buscar. Todos possuem o interesse de ter um veículo mais econômico, conectado e sustentável. Todos parâmetros que estão no DNA do nosso carro, o Li”, ressalta Erico.

Para isso, estão buscando investimentos para acelerar este plano. Interessados em mais detalhes podem enviar um e-mail para [email protected] 

DESAFIOS DA PRODUÇÃO

Os maiores desafios estão na alta carga tributária e na falta de fornecedores locais, de acordo com Erico:

“A primeira faz com que paguemos altíssimas cargas tributárias. Já o segundo, além de impactar o custo, faz com que tenhamos tempos produtivos com baixo giro de inventário e um impacto financeiro considerável na empresa”.

Ele chegou a citar que o plano Rota 2030, que “estimulou a importação de veículos e não a produção local, pois foi zerado o imposto de importação para carros elétricos. Depreciando, assim, as iniciativas locais como a nossa”.

A versão de veículo de vizinhança da Mobilis, sem portas e dedicada a circuitos privados possui preço inicial de R$ 54 mil.

Já a versão para vias públicas com porta, ar condicionado e itens definidos pelo Contran fica entre R$ 65 mil e R$ 69 mil.

A economia anual, de acordo com a startup, ao utilizar o veículo varia entre R$ 12 mil e R$ 15 mil.

Os custos de manutenção são baixíssimos e para rodar 100 km é próximo a R$ 5,00 (praticamente o valor de um litro de gasolina ou diesel).


Riscos na importação: quais são e como minimizá-los?

Aos gestores que se dedicam à atividade de comércio exterior, há uma clareza bastante unânime: existem riscos na importação que devem ser minimizados. Para isso, algumas estratégias e posturas são valiosas e podem representar um ganho de escala e uma otimização significativa de recursos.

Se você procura mais informações sobre o assunto, encontrou o conteúdo certo! Neste post, você compreenderá um pouco mais sobre os riscos envolvidos na importação e por que é importante se antecipar a eles. Além disso, também saberá quais são os principais cuidados que precisam ser tomados para garantir a eficácia desse tipo de transação.

Preparado? Vamos em frente e boa leitura!

Por que é importante se antecipar aos riscos de importação?

A importação é um processo complexo e, quando mal executado, pode se tornar bastante oneroso. É preciso, portanto, que a empresa e seus gestores estejam conscientes das exigências fiscais e tributárias, assegurando a conformidade e a viabilidade da operação.

O grande erro das importações malsucedidas, de forma geral, é na falta de planejamento. Quando não existe preparação prévia e dispensa-se o acompanhamento dos fluxos, é mais fácil incorrer em erros que podem gerar prejuízos — comprometendo a saúde operacional da organização.

Para garantir o sucesso da transação, obedecendo às normativas que regulam a atividade, é imprescindível que os eventuais riscos sejam identificados e tratados. Ao se antecipar a eles, o gestor tem mais segurança para efetivar a compra e maior tranquilidade para seguir com ela.

Quais são os principais riscos de importação?

Uma vez reforçada a importância de mapear os riscos, certificando-se de endereçar as soluções antes mesmo que ocorram problemas sérios, é hora de entender quais são os principais entraves na importação.

Documentação mal elaborada

A documentação dos produtos importados é, sem dúvida, um dos pontos mais críticos à operação. No Brasil, a legislação que rege esse tipo de transação é bastante rígida e complexa, exigindo máximo cuidado por parte dos importadores.

No que compete à documentação, o risco é grande: começa na classificação do produto e se estende até a etapa final, de transporte da mercadoria. Por isso, é preciso ficar atento às obrigações de cada tipo de produto.

Obstáculos no processo logístico

Não é novidade aos gestores da área que a logística de importação é um aspecto sensível no processo de nacionalização. Os custos são altos e qualquer falha de planejamento pode significar um prejuízo expressivo às operações.

Para atenuar os entraves logísticos, é válido conhecer todas as exigências administrativas da mercadoria — e também peso, volume, preço e valor total da carga — para, então, definir qual modalidade é mais adequada e agrega maior valor à importação.

Classificação incorreta de NCM

A análise da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) deve ser prioritária. O código, que identifica o produto que se deseja importar e o atribui uma classificação fiscal, é uma exigência da legislação brasileira e não pode ser negligenciado.

Para assegurar a conformidade da classificação — e minimizar os riscos da nacionalização do item —, é preciso conhecer a categorização de NCM e confirmar a taxa de incidência de impostos a qual a categoria está vinculada. Qualquer equívoco pode trazer riscos altíssimos e prejuízos consideráveis.

Negligência na Licença de Importação (LI)

Por fim, mas não menos importante, a Licença de Importação (LI) funciona como uma autorização para importar determinados tipos de carga. Vale dizer que, embora grande parte dos itens não precise da apresentação do documento, algumas NCM requererem a licença para prosseguir com o processo.

Diante de uma legislação tão complexa, é natural que surjam dúvidas. Para conferir tranquilidade e eficiência às transações internacionais, é importante que a empresa conte com um parceiro especializado, capaz de minimizar os riscos na importação e de alavancar os resultados do negócio.

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Porto de São Francisco projeta investimento de R$ 180 milhões

Objetivo é melhorar as operações e tornar a unidade, maior em movimentação em Santa Catarina, ainda mais competitiva no próximos dois anos

Navios atracados no porto francisquense
Navios atracados no porto francisquense

O Porto de São Francisco do Sul deve receber investimentos de R$ 180 milhões em obras ao longo dos próximos dois anos para melhorar as operações e torná-lo ainda mais competitivo. Hoje, o terminal é o de maior movimentação em Santa Catarina e o oitavo entre os 37 portos públicos brasileiros. São 21 estados do país como origem ou destino das cargas operadas na unidade francisquense.

Governo estuda privatização do Porto de São Francisco do Sul

No entanto, os investimentos mais pesados serão efetivados a partir de 2019. Entre as obras previstas, as mais importantes são a aquisição de dois novos shiploaders (máquina usada para carregar os materiais nos navios) e a readequação do corredor de exportação para comportar a nova capacidade. Juntas, elas estão orçadas em cerca de R$ 100 milhões.

Hoje, o porto tem dois shiploaders em funcionamento que foram adquiridos em 2002 - cada um com capacidade para 1,5 mil toneladas. Os novos a serem comprados terão 2 mil toneladas, aumentando a capacidade do porto para carregamento dos navios para exportação.

Braço do shiploader (em amarelo), usado para carregar navios
Braço do shiploader (em amarelo), usado para carregar navios

Segundo o presidente da unidade, Luis Henrique Furtado, o tempo para realizar o processo licitatório, compra, montagem e entrega das máquinas poderá levar até dois anos e meio.

— Por isso, nós estamos consertando os shiploaders que já temos para conseguirmos ter uma vida útil até a chegada dos novos — explica.

Além disso, de acordo com Furtado, o corredor de exportação também está recebendo alguns reparos para evitar que aconteça problemas como o ocorrido em março deste ano. Naquela data, a galeria de uma das esteiras cedeu e o porto precisou operar por três meses abaixo da capacidade máxima até as obras de reparo serem concluídas. A estrutura foi consertada e agora a segunda esteira também recebe melhorias.

— Queremos deixar o corredor apto para operar sem problemas e não corrermos riscos de acontecer o que houve no começo do ano no início de uma safra. Estamos trabalhando para que todos os equipamentos estejam a todo o vapor em 1º de fevereiro — conta.

Área alagada que deve ser aterrada em 2019
Área alagada que deve ser aterrada em 2019

Outros investimentos previstos

As obras no corredor de exportação não são as únicas previstas pela direção do porto para os próximos dois anos. Outros investimentos foram planejados para melhorar a eficiência do trabalho realizado todos os dias na unidade de São Francisco do Sul.

Segundo o presidente Furtado, uma das coisas mais importantes para o funcionamento de um porto é a realização da dragagem. Ele explica que na região do porto o calado - altura de água necessária para o navio flutuar livremente - é de 14 metros e precisa ser mantido para não causar problemas à navegação das embarcações.

Por isso, está sendo contratado um estudo que vai diagnosticar quais as áreas mais críticas e com qual frequência elas precisam ser dragadas. Todo o trabalho de levantamento de informações e a realização da dragagem está orçado em cerca de R$ 30 milhões.

Esteiras do corredor de exportação
Esteiras do corredor de exportação

Além disso, também serão investidos R$ 20 milhões para a retirada de algumas pedras que atrapalham a operação do porto próximo dos berços de atracação e outros R$ 20 milhões para aterrar uma área de 10 mil metros quadrados alagada em 2012 após a ampliação de um dos berços. Segundo Furtado, falta apenas uma autorização do Ibama e a previsão é de início das obras em fevereiro.

Ainda há a previsão de investimento de R$ 10 milhões na construção de um novo armazém de 8 mil metros quadrados e mais R$ 8 milhões em sinalização náutica do canal de acesso ao porto. Serão compradas e instaladas novas boias e um sistema de sensores. O edital de licitação deve ser lançado em janeiro.

Para depois de 2020, também existe o planejamento de fazer investimentos ainda mais altos, de até R$ 280 milhões, na obra de alargamento e aprofundamento do canal de acesso ao porto. O EIA/RIMA está pronto e a próxima etapa é a busca pelos recursos.

Navio sendo descarregado no porto de São Francisco do Sul
Navio sendo descarregado no porto de São Francisco do Sul

Aumento na movimentação de cargas e faturamento

O Porto de São Francisco do Sul hoje atua principalmente com as cargas de grãos, como soja, milho e farelo. No entanto, também trabalha com cargas gerais, como fertilizantes, madeira, celulose e produtos siderúrgicos. Apenas no ano passado, foram 13,2 toneladas movimentadas pelo terminal, sendo 6,5 milhões de grãos.

— O principal produto de exportação hoje no Brasil é a soja. Em 2017, foram 68 milhões de toneladas e 6% saíram do nosso porto em São Francisco — conta o presidente da unidade.

Além do aumento da movimentação, também há a expectativa de crescimento no faturamento da unidade para o próximo ano. Atualmente, há um lucro anual de R$ 70 milhões e a projeção é saltar para R$ 100 milhões em 2019.

Hoje, o terminal tem 150 mil metros quadrados de área e conta com 220 funcionários. É o oitavo porto em movimentação do país, a frente de terminais importantes, como do Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), que são maiores e têm infraestrutura melhor. Em relação à exportação de grãos, a unidade francisquense é a sexta maior do Brasil e, se considerar apenas os portos de carga geral, é o segundo em movimentação.


Porto de Itajaí - movimentação cresce 87% em 2018

Um dos destaques foi o acordo com a General Motors

Movimentação de cargas no Porto de Itajaí cresce 87% em 2018

Porto de Itajaí cresceu 87% na movimentação de cargas em 2018.

A informação foi apresentada na tarde desta quinta-feira, dia 13, no auditório da Superintendência do Porto.

Durante o evento, também foi assinado o repasse de R$ 21 milhões da Prefeiturapara a compra do terreno do Centro Integrado de Saúde (CIS), que pertencia à União.

Nos números apresentados, a movimentação de cargas de janeiro a novembro aumentou de 193.559 mil contêineres em 2017 para 362.115 neste ano.

Com o resultado, os cais públicos e da APM Terminals movimentaram 727.23 mil contêineres no biênio 2017/18.

“Foram dois anos muito complicados, com muitos desafios. O resultado apresentado aqui nos deixa muito feliz. Sabemos que a concorrência para a nossa área é pesada e estamos entre os dois melhores portos do Brasil”, ressalta o superintendente Marcelo Salles.

Ele destacou que 66,63% da atividade econômica de Santa Catarina depende dos serviços portuários da nossa cidade.

GENERAL MOTORS

Um dos destaques deste ano foi o acordo com a empresa automotiva General Motors.

Até novembro, foram movimentados 15.117 mil veículos em operações realizadas pela cidade.

De acordo com a superintendência, o acordo já impactou a receita de ICMS para o município e também para os trabalhadores da área.

REPASSE

Na ocasião, o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, falou sobre os investimentos de R$ 21 milhões possibilitados pelo acordo com a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. (Badesc):

“O Porto é o motor da nossa economia. É, para nós, uma referência. Com o recurso que recebe agora pela compra do terreno do CIS, poderá aumentar a sua área primária e a capacidade de movimentação de navios e cargas”.

O município repassou os valores ao Porto de Itajaí para adquirir o terreno do Centro Integrado de Saúde.

A verba servirá para a desapropriação de imóveis e expansão da área primária do porto.

BERÇO 3

Em dezembro de 2017, as obras do berço 3 foram entregues.

O local tem em sua extensão de cais de 210 metros de comprimento.

Os serviços gerais foram concluídos em 41 meses passando por etapas desde o projeto de reforço e realinhamento até seu acabamento.

O berço 4 tem previsão de entrega para 2019 e está com 97% das obras concluídas.

De acordo com a superintendência, o município terá o mesmo nível de cais dos demais portos do Brasil.

REVITALIZAÇÃO

Em parceria com a Secretaria Municipal de Urbanismo, o Porto de Itajaí também apresentou o projeto Borda D’Água – Porto Cidade.

A iniciativa prevê a interação da comunidade com a experiência portuária.

A revitalização compreende também na Praça e Museu na Casa da Inspetoria.

A ideia é aumentar o espaço de calçadas

BACIA DE EVOLUÇÃO

O investimento de R$ 130 milhões do Governo do Estado garantiu que a obra, iniciada em 2016, chegasse à fase final com 95% dos serviços concluídos.

Com a readequação do acesso aquaviário, a obra permitirá a manobra e atração de navios de 335 e 366 metros de comprimento e 48 a 52 metros de largura.

A conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2019.

Em contrapartida, a Superintendência do Porto de Itajaí busca a liberação de R$ 220 milhões para as obras da segunda parte para receber navios de até 400 metros de comprimento e 60 metros de boca.

Os recursos estão no orçamento da União.

INVESTIMENTOS

Em 2017,  foram investidos R$ 53,68 milhões e em 2018 R$ 102,7 milhões em iluminação, sinalização, aquisição de computadores e licenças, pintura dos prédios, base de emergência, instalação de Estação de Tratamento de Efluentes, cabeços de amarração e defensas, simulação e treinamento de praticagem, monitoramento ambiental, , sinalização náutica, retirada de embarcação, demolição de antiga sede, sistema de incêndio, estudo da bacia de evolução, estudo de ampliação da área de despejo e dragagem e dragagem de manutenção.

PÍER TURÍSTICO

Com previsão de 24 escalas para 2019/20, o píer turístico oferecerá embarque, desembarque e trânsito de passageiros.

DESTAQUE

Desde 2003, ocupa as posições de segundo porto no ranking nacional de movimentação de contêineres e está entre os 120 maiores portos do planeta, segundo o World Top Containers Ports 2016.   


Consórcio Ponta Negra assumirá operações de carga no Aeroporto de Joinville

O Terminal de Logística de Carga (Teca) do Aeroporto de Joinville/Lauro Carneiro de Loyola passará a ser operado, no próximo dia 26 de novembro, pelo Consórcio Ponta Negra em Soluções Logísticas e Transportes Ltda, com perspectiva de aumento de 30% na receita já a partir do mês de dezembro.A transferência das operações faz parte do posicionamento estratégico da INFRAERO, que prevê a concessão da exploração comercial de complexos logísticos situados nos aeroportos que administra à iniciativa privada.O contrato de concessão de uso de área foi assinado em 22 de agosto de 2018 e terá vigência de 300 meses.O investimento total do consórcio vencedor da licitação, que irá realizar a atividade de armazenagem e movimentação de cargas internacionais e nacionais, será de aproximadamente R$ 20 milhões.A concessionária irá manter a equipe atual de funcionários terceirizados, sendo seis deles responsáveis pela carga e descarga e um pela vistoria junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).Os equipamentos da INFRAERO instalados no Teca serão disponibilizados à Ponta Negra por meio de termo de comodato.O superintendente do aeroporto, Rones Rubens Heidemann, explica que, para ampliar a movimentação do Teca, o Consórcio Ponta Negra será responsável pela implantação de um novo complexo logístico, com área de 103.103 m², em até 36 meses da assinatura do contrato:“O novo local será composto por terminal de cargas, condomínio industrial, entreposto aduaneiro e aeroporto indústria”.Todos os projetos serão apresentados pela Ponta Negra à INFRAERO e demais órgãos intervenientes para aprovação, antes do início das obras, de acordo com o que determina o contrato.Outras informações podem ser consultadas no edital do processo, disponível na página da INFRAERO. Clique aqui.Rede TecaA Rede de Terminais de Logística de Carga da INFRAERO possui, em seu parque tecnológico, equipamentos de última geração e completa infraestrutura para receber os mais diversos tipos de cargas, garantindo que sejam movimentadas e armazenadas com agilidade e total segurança. Esses terminais contam com câmaras frigoríficas, áreas especiais para cargas valiosas, material radioativo e demais artigos perigosos.A estatal é uma das maiores operadoras de terminais aeroportuários do mundo e movimenta cerca de R$ 40 bilhões em cargas processadas por ano, com carteira de mais de 11 mil clientes. As operações dos TECAs apresentaram crescimento de 19,5%, saltando de 104,5 mil toneladas em 2016 para 124,8 mil toneladas em 2017. O destaque foi o setor de importações, com incremento de 24,6%, chegando a 85,5 mil toneladas.

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